O mês de janeiro de 2024 terminou como um dos mais chuvosos dos últimos anos em Malhada de Pedras. Ao todo, foram registrados 387 mm de chuvas no município. De acordo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a média mensal para o município no mês de janeiro é de 75 mm. O elevado volume de precipitação veio em um momento muito importante, em que toda a região enfrentava um longo período de estiagem devido à falta de chuvas nos meses de outubro, novembro e dezembro. A chuva amenizou o sofrimento do homem do campo, porém também causou alguns estragos na zona rural. Algumas comunidades estão com dificuldade de acesso à sede em virtude das correntezas que atravessam as estradas vicinais. As comunidades de Murici, Bastião e Caatinga Grande estão parcialmente isoladas. A previsão é de que continue chovendo até domingo (04).
No último final de semana, uma forte chuva se abateu sobre a cidade de Guanambi, na região sudoeste da Bahia, e muitos estragos estão sendo registrados na sede e zona rural. Ao site Achei Sudoeste, João Roberto, assessor de comunicação da prefeitura, informou que foram mais de 115 mm de chuvas no sábado e domingo. No acumulado do mês de janeiro, o volume de chuva chega a quase 600 mm. A força tarefa mobilizada pelo prefeito Nal Azevedo atuou em regime de plantão ao longo de todo final de semana. Segundo Roberto, nos bairros Renascer e Pôr do Sol, intervenções emergenciais precisaram ser feitas devido aos estragos causados pela intensa precipitação. “As máquinas foram para os bairros ainda com chuva para tentar sanar a invasão de água em algumas residências. Conseguimos minimizar”, salientou.
A força tarefa é composta pelas Secretarias de Infraestrutura e Assistência Social e pela Superintendência Municipal de Trânsito. O assessor destacou que, antes da chuva, a prefeitura já havia feito uma inspeção em algumas casas nos referidos bairros e constatou que sete imóveis tinham risco de colapsar. Assim, as famílias foram retiradas e abrigadas em casas alugadas pelo Município. “Graças a Deus nos antecipamos”, avaliou. Além disso, a estação de tratamento de esgoto da cidade transbordou e derramou em um lago particular considerado ponto turístico. O cidadão já acionou a Embasa, o Ministério Público e o Inema para fiscalizarem a situação. Nos próximos dias, a previsão meteorológica aponta que as chuvas irão cessar e o assessor adiantou que uma grande mobilização será iniciada pela prefeitura para recuperar os danos.
Uma chuva forte atingiu a cidade de Muquém de São Francisco, causou alagamentos em ruas da cidade neste sábado (27) e deixou mais de 500 pessoas desalojadas. Segundo o G1, uma imagem aérea mostrou as casas que foram invadidas pela água no município do oeste da Bahia. De acordo com a Secretária de Assistência Social de Muquém de São Francisco, Luciara Passos, a cidade está sem abastecimento de água e o município de Ibotirama, também no oeste da Bahia, deu suporte com carro-pipa. A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), informou que a principal elevatória de água tratada do sistema de abastecimento que atende as cidades de Muquém de São Francisco, Wanderley e o distrito do Javi está submersa e parou de operar. Diante desse cenário, o fornecimento de água está suspenso para essas localidades. A Embasa informou que está providenciando o conserto da estação, mas o acesso está interditado devido ao alagamento. Assim que os técnicos conseguirem realizar todos os reparos, o fornecimento será retomado nas áreas afetadas, de forma gradativa. Os moradores que estão desalojados foram encaminhados para casas de parentes e a prefeitura disponibilizou dois colégios municipais - Antônio Carlos Magalhães e Creche Gente Inocente - para abrigar a população, conforme informou Luciara Passos. O município também tem apoio da igreja católica, que está recebendo moradores no templo religioso. A prefeitura disse ainda que acionou o Corpo de Bombeiros de Barreiras e a Defesa Civil. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), neste sábado, a temperatura em Muquém de São Francisco varia entre 21ºC e 29ºC. A previsão é de que a chuva continue do domingo (28), com trovoadas isoladas. A temperatura mínima será de 21ºC e a máxima 28ºC.
Nos anos de 2010, o Brasil enfrentou de 3 a 11 ondas de calor por ano, quase quatro vezes mais do que na década de 1970, quando de zero a no máximo três desses eventos climáticos extremos foram registrados. De acordo com o G1, as consequências são fatais: de 2000 a 2018, em torno de 48 mil brasileiros morreram por efeito de bruscos aumentos de temperatura - número superior ao de mortes por deslizamentos de terra. Os dados inéditos foram compilados em estudo publicado na quarta-feira (24/1) por 12 pesquisadores de sete universidades e instituições brasileiras e portuguesas, como a Universidade de Lisboa e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no periódico científico Plos One. “Os eventos de ondas de calor aumentaram em frequência e intensidade”, diz à BBC News Brasil o físico Djacinto Monteiro dos Santos, que liderou o estudo, como parte de sua pesquisa no Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para definir o que são ondas de calor, usou-se um padrão conhecido como Fator de Excesso de Calor (EHF, na sigla em inglês), que leva em consideração a intensidade, duração e frequência de aumentos na temperatura para prever níveis considerados nocivos à saúde humana. A pesquisa analisou dados das 14 áreas metropolitanas mais populosas do Brasil, onde vive 35% da população nacional, um total de 74 milhões de brasileiros. Foram assim consideradas as seguintes cidades: Manaus e Belém, no Norte; Fortaleza, Salvador e Recife, no Nordeste; São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no Sudeste; Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, no Sul; e as regiões metropolitanas de Goiânia, Cuiabá e do Distrito Federal, no Centro-Oeste. Além de aumentarem em volume, as ondas de calor também estão cada vez mais prolongadas. Nas décadas de 1970 e 1980, esses eventos adversos duravam de três a cinco dias. Entre os anos de 2000 e 2010, entre quatro e seis dias.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta amarelo de chuvas intensas entre esta quinta (25) e sexta-feira (26), na cidade de Brumado. Diante disso, a Defesa Civil Municipal reforça o alerta e orienta a população sobre riscos iminentes. Ao site Achei Sudoeste, o coordenador do órgão, Djalma Neto, explicou que o volume de chuvas pode chegar a 60 mml em 1 hora. “As precauções são justamente pra gente ficar com a pulga atrás da orelha e nos precaver de alguma anormalidade que possa ocorrer na zona urbana. Pode ser uma chuva torrencial e um ponto ou outro pode ser afetado”, afirmou. Segundo o coordenador, a recomendação é não ficar próximo a árvores e sistemas elétricos e, de preferência, desligar o disjuntor, em caso de oscilações na rede elétrica. Apesar do alerta, Neto enxerga o período chuvoso como muito positivo, tendo em vista à crise hídrica que afeta toda região. Na cidade, os mananciais ainda estão com volume insuficiente para atendimento da demanda e, na zona rural, os produtores têm sofrido bastante com perdas nas lavouras e criações de animais.
Uma chuva intensa atingiu Vitória da Conquista, terceira maior cidade da Bahia, no sudoeste do estado, neste final de semana. De acordo com o G1, foram registrados mais de 70 milímetros em duas horas. Moradores enfrentaram transtornos, mas não há registro de feridos, desabrigados nem desalojados. Conforme a prefeitura, em alguns pontos do município foi registrada chuva de granizo e os ventos alcançaram 89 km/h, o que ocasionou destelhamento de casas. Além disso, postes foram derrubados e algumas regiões ficaram sem energia. Houve pontos de alagamentos em diversas vias, como nas avenidas Filipinas e Brumado, nos bairros Bruno Bacelar, Jurema, Campinhos, Morada dos Pássaros e Santa Cruz. Algumas casas foram invadidas pela água e carros ficaram submersos. De acordo com Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há previsão de mais chuva e trovoadas em Vitória da Conquista nos próximos dias. O céu deve permanecer nublado e as temperaturas têm os termômetros marcando até 36°C.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, informou nesta segunda-feira (15) que chega a 12 o número de mortos pelas chuvas que atingiram a região metropolitana no fim de semana. A última vítima foi um homem, morador do Morro do Chapadão, na Pavuna, zona norte da capital. Arrastado pela correnteza, o corpo do homem foi achado em São Mateus, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Em Ricardo de Albuquerque, um homem foi vítima de desabamento provocado por um deslizamento de terra na madrugada deste domingo (14), na Rua Moraes Pinheiro. Em Acari, uma mulher foi encontrada morta na Rua Matura, possivelmente vítima de afogamento. Em Costa Barros, uma mulher foi vítima de soterramento na Estrada de Botafogo. Em Nova Iguaçu, uma mulher foi resgatada sem vida em um rio próximo à Rua General Rondon, e um homem morreu por afogamento na Rua Patrícia Cristina, em Vila São Luís. Em Comendador Soares, próximo à Passarela da Rua Bernardino de Melo, um homem foi resgatado sem vida pelos militares, com sinais de afogamento. Em São João de Meriti, um homem foi vítima de descarga elétrica na Rua Neuza e outro, de afogamento na Rua Pinto Duarte. Também houve confirmação do óbito de um homem na Rua Parecis, em Belford Roxo. Em Duque de Caxias, um homem foi vítima de descarga elétrica na Rua Marquês de Paranaguá, e outro na Rua Dona Alice Viterbo, em São Bento. O Corpo de Bombeiros continua as buscas por uma mulher adulta que teria desaparecido após a queda de um veículo no Rio Botas, na altura da Rua Doze, no bairro Andrade Araújo, em Belford Roxo, na noite de sábado (13). “Eu me solidarizo com as famílias das 12 vítimas que tivemos até agora. Estamos no trabalho de tentar achar a pessoa desaparecida. Apesar de não ter dúvida do avanço que temos tido, quando ainda se tem uma pessoa que perde a vida pelo mesmo motivo de 5, 10, 15, 20 anos atrás, é que se tem ainda muito a evoluir”, disse Castro após reunião com secretários no Centro Integrado de Comando e Controle, na Cidade Nova. O governador acrescentou que a estimativa é de cerca de 600 pessoas entre desalojados e desabrigados. “A prioridade é limpar as ruas das cidades”, afirmou.
As chuvas registradas nos últimos dias renovaram os ânimos dos produtores rurais na cidade de Malhada de Pedras, na região sudoeste da Bahia. Ao site Achei Sudoeste, o prefeito Carlos Roberto Santos da Silva (PSD), o Beto de Preto Neto, disse que, apesar de não ter sido uma chuva grossa, já é suficiente para criar pasto e amenizar o sofrimento do produtor que precisa alimentar o gado. “Recebemos a chuva com muita alegria. É um presente de Deus porque o nosso povo estava e ainda está sofrendo com os animais, com falta de alimentação e até mesmo falta d'água. Foi uma chuvinha boa e nós estamos muitos felizes”, destacou. O gestor disse que, embora a água não tenha sido suficiente para juntar nos açudes e aguadas, porém já molhou a terra. “Isso já nos alegra porque logo o verde estará renovando as esperanças dos produtores”, pontuou. A previsão aponta que deve continuar chovendo na cidade nos próximos dias. A prefeitura aguarda o auxílio emergencial prometido pelo Governo do Estado para o enfrentamento à seca na zona rural do município.
A Bahia registrou 502.068 raios entre terça (19) e quarta-feira (20), segundo informações do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ELAT/INPE). Apesar disso, não há registro de feridos, nem prejuízos. Na quarta, os raios puderam ver vistos em diversas cidades na Bahia. Moradores de Alagoinhas, Salvador e Camaçari fizeram registros e publicaram nas redes sociais. Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os moradores de Barreiras, no oeste da Bahia, viram mais 3 mil raios apenas no domingo (17). Na terça (19), um jovem de 24 anos foi encontrado morto na zona rural de Medeiros Neto, no extremo sul da Bahia, e a suspeita é de que ele tenha sido atingido por um raio. O Inmet colocou na manhã desta quinta (21), 90% das cidades do estado em alerta laranja - que indica perigo - até sexta-feira (22), com ventos intensos, com velocidades que podem variar entre 60 e 100 km/h.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) fez um alerta de tempestade à cidade de Brumado. Segundo o alerta, entre esta terça (19) e quarta-feira (20), pode ocorrer uma forte chuva no município, com corte de energia elétrica, queda de árvores, alagamentos e episódios de granizo. A prefeitura já emitiu uma nota orientando a comunidade acerca da tempestade. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o secretário municipal de meio ambiente, André Barros, disse que o Inmet avisou a prefeitura sobre o perigo do temporal e o poder público alertou a comunidade. O índice de chuva pode chegar até 100 mm e os ventos até 100 km/h. “O Inmet manda esse alerta para a prefeitura e as instruções que podem ser feitas caso ocorram esses eventos. Em caso de rajadas de ventos, não se deve abrigar embaixo de árvores, pois há risco de queda de descargas elétricas. Não estacionar os veículos próximo a torres de transmissão e, se possível, desligar os quadros elétricos”, orientou.
Após a onda de calor que atingiu Barreiras, no oeste baiano, nos últimos dias, a cidade registrou chuva de granizo e mais de três mil raios, no domingo (17). A situação assustou moradores, que fizeram registros e divulgaram nas redes sociais. O índice pluviométrico não foi alto e as pequenas pedras de gelo caíram em pontos isolados do município, mas isso foi o suficiente para surpreender a população, que até sábado (16) enfrentava baixa umidade relativa do ar e temperaturas de quase 40ºC, sob efeito do fenômeno El Niño. O termo "onda de calor" é usado quando a temperatura permanece cinco graus celsius acima da média por um período entre três e cinco dias. Segundo especialistas, o granizo é mais comum em dias muito quentes, como os que têm sido registrados em cidades do oeste baiano. O fenômeno acontece quando o ar quente da superfície terrestre encontra nuvens densas e frias em pontos mais altos da atmosfera, gerando as pedrinhas de gelo. No mesmo dia, os raios que caíram na “capital do oeste” foram numerosos: 3.198, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Apesar disso, não há registro de feridos, nem prejuízos.
A nova onda de calor que atinge a Bahia e mais 14 estados do Brasil é, pelo menos, a quinta que alcança parte do território baiano em 2023. De acordo com o jornal Correio, desta vez, o fenômeno atingirá 57 municípios baianos, com destaque para a região do Oeste, entre a região do vale do São Francisco e a divisa com os estados de Goiás e Espírito Santo, entre esta quinta-feira (14) e domingo (17). Algumas cidades baianas podem registrar temperaturas máximas acima de 40 °C no final de semana. De acordo com Aldírio Almeida, meteorologista do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), a onda de calor é resultado de um bloqueio atmosférico, que manterá o tempo seco e quente na maior parte do país. A condição impede a movimentação de chuvas e massas de ar frio, concentrando-se principalmente sobre parte do centro do país e impedindo sua progressão para outras áreas. A partir da próxima semana, as temperaturas registradas deverão ser mais amenas. “As condições atmosféricas serão favoráveis à ocorrência de chuvas, primeiramente no extremo oeste e sul do Estado, e depois se espalhando para as demais regiões, condição que deixará as temperaturas mais amenas”, explica. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso meteorológico, indicando os níveis de perigo conforme a persistência da massa de ar quente em determinadas áreas: permanência do fenômeno de 2 a 5 dias representa perigo potencial, enquanto de 3 a 5 dias indica perigo. Caso a onda permaneça em uma região por mais de cinco dias, o aviso é de grande perigo. A meteorologista do Inmet Andrea Beltrão informou que as temperaturas podem continuar elevadas após o domingo devido a intensificação do El Niño, fenômeno caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico. “O El Nino ainda está com intensidade forte. Ele deve ter um pico maior em dezembro e janeiro. A partir de fevereiro, a intensidade diminui, mas, ainda assim, vai influenciar as condições do tempo e do clima, com prazo para ir pelo menos até o outono de 2024”, explica.
Em Caetité, na região sudoeste da Bahia, o homem do campo tem sofrido com a seca extrema e a falta de incentivo do poder público. De acordo com o Radar 030, dezenas de comunidades rurais estão passando por uma gravíssima crise hídrica. Com o pouco apoio do poder público, o abastecimento em diversas comunidades é escasso e insuficiente. Mesmo diante da triste realidade, os pedidos de carros pipas levam até dois meses para serem atendidos pela Secretaria Municipal de Recursos Hídricos. Uma moradora da comunidade de Santa Luzia relatou que os pedidos se amontoam na pasta. Para piorar, a ajuda do Exército Brasileiro, através da Operação Carro Pipa, não foi renovada pela gestão do prefeito Valtecio Neves Aguiar (PDT). Na zona rural, as cenas são desoladoras: terra rachada, gado morrendo e barragens sem uma gota d’água. Os moradores recorrem às orações pedindo por chuva.
Em 44 anos, o produtor rural Valdemar Lacerda Silva Filho, conhecido Dezin, disse que nunca vivenciou uma situação tão difícil na cidade de Malhada, na região do São Francisco, diante da seca. Sem chuvas há quase um ano, o produtor apontou que os pecuaristas estão vendo o gado morrer dia após dia sem poder fazer nada. “É um desastre”, falou, bastante emocionado. Apesar da situação crítica, Valdemar afirmou que não há qualquer mobilização política para auxiliar os produtores rurais. “Quando tem uma enchente todo mundo corre atrás de recurso. Temos que ser conscientes que, quando o campo vai mal, a cidade vai mal. Se o campo não produz o comércio vai mal. O produtor está vendo a sua subsistência acabar e não vê ninguém se manifestar. Falta respeito e atenção”, disparou. Mesmo responsável por gerar a riqueza do país, Valdemar questionou o que será do homem do campo diante de tamanha crise, sem qualquer fomento ou auxílio. “Nossos prefeitos e deputados não se manifestam e não levam a situação ao conhecimento do governo do estado e do presidente da república. O povo ainda não caiu a ficha, mas estamos passando por uma situação difícil. Se não chover esse mês vamos ter uma grande mortalidade do rebanho. O que será do produtor rural? Só Deus”, lamentou.
Uma chuva forte acompanhada de ventania deixou prejuízos em Luís Eduardo Magalhães, cidade do oeste baiano, no início da noite de sexta-feira (1º). As informações são do G1. Segundo moradores, o fenômeno durou somente 20 minutos, tempo suficiente para causar problemas. Apesar disso, nao há registro de feridos, desabrigados, nem desalojados. No bairro Boa Vista, parte do teto de um posto de combustível foi arrancado pelo vento e a estrutura de alumínio atingiu caminhões e carros estacionados. Alguns deles ficaram danificados. A mesma situação ocorreu em galpões de empresas, que ficaram descobertos. Ainda no bairro Boa vista, casas foram destelhadas, tiveram muitos objetos quebrados, e um poste caiu em frente a uma igreja. Não há detalhes se o equipamento já foi substituído. Nos bairros Top Park e Vista Alegre, residências foram destelhadas e muros de casas desabaram. Outros pontos registaram falta de energia elétrica e quedas de árvores. No bairro Santa Cruz, testemunhas relataram que choveu granizo nas imediações da antiga estação rodoviária. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, o índice pluviométrico registrado em Luís Eduardo Magalhães na sexta foi de 12mm, considerado volume moderado, e os ventos atingiram 30 km/h de velocidade, que são fortes. Neste sábado (2), a velocidade dos ventos, em média, é de 12 km/h e as temperaturas chegam aos 40º. Não há previsão de chuvas no município. Entretanto, isso deve ocorrer nos próximos dias, pois o esperado para o mês de dezembro é de 180 mm de chuva.
Quatro das 10 cidades com as menores umidades do Brasil nas últimas 24h são baianas. Brumado, no sudoeste da Bahia, registrou umidade de 14%. Já Ibotirama, no oeste da Bahia, 11% de umidade; Piatã, na Chapada Diamantina, 11% de umidade; e Remanso, no norte do estado, 13% de umidade. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), alguns municípios registraram 11%, um índice que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera desértico. Esse índice de umidade se aproxima da média encontrada no Deserto do Saara, que corta 10 países africanos. Nele, a umidade relativa do ar fica em torno de 12%. Em contrapartida, o nível recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a umidade fique por volta de 60%. Segundo o Inpe, a baixa umidade registrada na Bahia é resultado de um sistema de baixa pressão atmosférica que foi provocado por um vórtice ciclônico de altos níveis, que aproxima a massa de ar seco para as áreas que ficam mais próxima de seu centro.
A morte do guia Leilson Souza, de 36 anos, após ser atingido por um raio na Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, chamou atenção para um sério problema no país: o Brasil é recordista mundial em quedas de raios. De acordo com o Fantástico, da Rede Globo, na última década, 835 pessoas morreram atingidas por descargas elétricas. Foram 59 só neste ano — e a previsão é piorar. A estimativa é de que, até o final do século, a incidência de raios no país aumente 40%. “Quando a gente vai fazer um passeio como esse, em ambiente aberto, a primeira coisa é não realizar em dias que a gente tem uma previsão de chuvas. Pode estar chovendo a 10 km do local, mas, mesmo assim, o raio pode acontecer onde a gente esteja, mesmo que não esteja chovendo, por isso que é muito importante observar também a previsão do tempo que está em volta”, afirma o Major Fábio Contreiras, do Corpo de Bombeiros.
Conhecida como “Suíça baiana” por causa do frio, a cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, tem registrado temperaturas bem diferentes das comuns no país europeu. De acordo com o G1, no domingo (19), os termômetros do município chegaram perto dos 37ºC e a previsão para o restante da semana é de bastante calor. A média histórica para novembro é de 27ºC. A temperatura registrada no domingo, que ficou em 36,5ºC, é a segunda mais alta para o mês de novembro dos últimos 48 anos na cidade. A última vez que os moradores de Vitória da Conquista passaram por um calor como este nesta época do ano foi em 1975. No ano passado, as temperaturas de novembro não ultrapassaram os 30ºC no município. Em 2023, 16 dos 20 dias deste mês registraram temperaturas acima de 30ºC. Nesta segunda-feira, a variação térmica fica entre 31ºC e 19ºC, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O aumento de temperatura em Vitória da Conquista pode ser explicado pela onda de calor que atingiu diversas regiões do Brasil na última semana. Mais de 100 cidades baianas estavam com alerta para altas temperaturas e alguns municípios registraram sensação térmica de mais de 40ºC. A região sudoeste da Bahia não está mais sendo atingida pelo fenômeno climático, porque, segundo os meteorologistas, para configurar onda de calor é preciso que a cidade registre 5ºC acima da temperatura média por dias seguidos. A previsão para os próximos dias é que o calor continue em Vitória da Conquista. Na sexta-feira (24), a temperatura máxima da cidade poderá chegar a 39ºC. Além do calor intenso, os conquistenses devem sofrer com a baixa umidade, que está por volta de 27%, muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 60%. Para se prevenir mal-estar, o recomendado é beber bastante líquido, evitar atividades físicas intensas e ao ar livre e usar protetor solar, inclusive dentro de casa.
O município de Araçuaí (MG), distante 678 km de Belo Horizonte, no Vale do Jequitinhonha, foi considerado o mais quente no histórico de medições do país, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A cidade com 34.297 habitantes alcançou, no domingo (19), a temperatura de 44,8°C. O recorde anterior tinha sido registrado no dia 21 de novembro de 2005, em Bom Jesus (PI), distante 632 km ao Sul de Teresina, quando a máxima foi de 44,7°C. A oitava onda de calor que atuava pelo Brasil acabou no fim de semana. O fenômeno estava em atuação desde o dia 8 de novembro e causou altas temperaturas pelo interior do país.
Neste domingo (19), Brumado registrou 40,1°C, alcançando a segunda maior temperatura na história da cidade desde 2020. O pico de calor foi marcado por volta de 14h. A primeira maior temperatura do município foi registrada em 10 de outubro de 2020, quando os termômetros atingiram 41,4°C. As previsões indicam que o calor extremo deve continuar, com possibilidade de chuvas isoladas ao longo da semana. No próximo final de semana, o calor se intensificará. As altas temperaturas e baixa umidade do ar se devem ao fenômeno El Niño e às mudanças climáticas. Segundo as previsões meteorológicas coletadas pela estação do Inmet localizada no município, o clima quente deve continuar com chuvas esporádicas e abaixo da média esperada até dezembro.
As lojas de eletrodomésticos de Brumado têm faturado com a venda de ventiladores, aparelhos de ar-condicionado e umidificadores devido à forte onda de calor que atinge a região. Ao site Achei Sudoeste, o vendedor Emerson Abílio disse que os itens estão sendo bastante procurados e todo estoque foi colocado à disposição para os consumidores. “Para enfrentar essa onda de calor só no arzinho geladinho. As condições de preço são bacanas. Tá sendo maravilhoso”, afirmou. Segundo o vendedor, diariamente, cerca de 10 a 15 clientes entram na loja em busca de produtos de ar e ventilação, bem acima da média. A demanda é tão grande que, em algumas lojas, os produtos já estão em falta.
Nos últimos dias, os termômetros registraram temperatura de 38°C, com sensação térmica de 40°C, entre o meio dia e às 15h, no centro comercial da cidade de Brumado. A forte onda de calor tem causado incômodo e muito mal-estar em toda região. Os brumadenses tentam driblar as altas temperaturas com muita hidratação e refrigeração. Ao site Achei Sudoeste, a dona de casa Elisângela Silva disse que tem ingerido bastante água e procurado se manter em ambientes refrigerados, com o uso de ventiladores. “O calor está insuportável. Tá muito quente”, afirmou. Além disso, Elisângela reforça os cuidados com a utilização de filtro solar para se expor ao sol. Em sua opinião, precisa chover para que o tempo refresque um pouco na cidade. Já a dona de casa Maria do Alívio circula com um guarda-sol e uma garrafinha de água para enfrentar o sol e o calor durante as suas saídas. “Só saio no sol mesmo em caso de necessidade”, falou. Dona Maria ainda cuida da alimentação nesse período, com ingestão de frutas e comidas leves, a fim de evitar qualquer mal-estar. No salão de beleza da dona Rosa, o ventilador fica ligado ao longo de todo expediente. Apesar de ajudar a aliviar as altas temperaturas, as atendentes reclamam que até o vento do ventilador sai quente. “Tá muito calor e a gente mexe com secador e chapinha. Não tem jeito”, contaram. Vale lembrar que o Inmet mantém o alerta laranja para baixa umidade relativa do ar e alerta vermelho de onda de calor na cidade.
O climatologista do Departamento de Geografia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Rosalve Lucas, estima que a atual onda de calor que atinge o país deve oscilar bastante nos próximos meses, indo e voltando conforme os efeitos do El Niño. Ao site Achei Sudoeste, cada intervalo da onda de calor deve durar, em média, cerca de 15 dias. “Vamos ficar nessa gangorra térmica até o final da estação quente”, informou. Além disso, o climatologista adiantou que, entre uma onda de calor e outra, haverá a ocorrência de chuvas torrenciais. Embora sejam rápidas, Rosalve alertou que as chuvas trarão consigo muita ventania e um rastro de destruição. O evento extremo deve durar até o final do verão.
O El Niño deve provocar uma onda de calor extremo na região do sudoeste baiano. Rosalve Lucas, climatologista do Departamento de Geografia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), apontou que, em uma escala de 0 a 10, o El Niño está ainda na fase 4 e o calor deve atingir temperaturas ainda mais quentes a partir do dia 22 de dezembro, quando começa o verão. Ao site Achei Sudoeste, o climatologista afirmou que o período mais quente do fenômeno deve acontecer entre os meses de janeiro e fevereiro do próximo ano. Nas regiões mais altas, o efeito do El Niño é atenuado. No entanto, segundo Lucas, em locais com baixa altitude, como as cidades de Brumado e Jequié, o calor é bem mais perceptível, com elevação de até cinco graus a mais nas temperaturas. O alerta também vale para as regiões com menos vegetação e menos corpos líquidos, como rios, açudes e lagos, onde a situação tende a ser mais crítica do ponto de vista termográfico. Além disso, o climatologista chamou a atenção para a baixa umidade relativa do ar. Em alguns municípios, segundo colocou, a umidade chegará a níveis desérticos. “Quando a umidade relativa do ar está muito baixa, o próprio ambiente vai roubar água de algum lugar. A gente perde água pela pele e mucosas. As pessoas têm de fazer reposição de água e usar e abusar de água, sucos e líquidos saudáveis”, alertou.
Nos últimos meses, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) vem realizando uma análise meteorológica específica para o Brasil, utilizando dados de temperatura média do ar das estações meteorológicas do Inmet espalhadas por todo o território nacional. De acordo com o levantamento, as temperaturas ficaram acima da média histórica nos meses de julho a outubro. De acordo com o Tribuna da Bahia, dentre os quatro meses consecutivos mais quentes deste ano, setembro apresentou o maior desvio (diferença entre o valor registrado e a média histórica) desde 1961, com 1,6ºC acima da climatologia de 1991/2020 (média histórica). Em 2023, os meses citados foram marcados por calor extremo em grande parte do País e eventos de onda de calor, reflexo dos impactos do fenômeno El Niño (aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial), que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta. Além disso, outros fatores têm contribuído para a ocorrência de eventos cada vez mais extremos, como o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos. Desta forma, o cenário indica que o ano de 2023 será o mais quente desde da década 60. Estes resultados corroboram com as perspectivas encontradas por outros órgãos de meteorologia internacional, pois, segundo pesquisadores do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, é improvável que os dois últimos meses deste ano revertam este recorde, tendo em vista que a tendência é de altas temperaturas em todo o mundo até novembro.