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Adolescente de 15 anos desaparece após se afogar em praia de Salvador Foto: Reprodução/G1

Um adolescente de 15 anos desapareceu após se afogar, na tarde desta quarta-feira (20), na praia de Stella Maris, região turística de Salvador. As informações são do G1. A vítima estava acompanhada de duas amigas, que também se afogaram, porém foram resgatadas a tempo. O grupo saiu da Avenida Aliomar Baleeiro, mais conhecida como Estrada Velha do Aeroporto, na capital baiana, para curtir o feriado de Consciência Negra na praia. Além das meninas, um vendedor de queijo que tentou salvar os amigos, também foi socorrido por um instrutor de surf. Cauã André Ribeiro, no entanto, não teve tempo. Quando o homem voltou para buscar o adolescente, ele já tinha desaparecido. Testemunhas contaram à TV Bahia que não tinha salva-vidas no posto da Salvamar que fica quase em frente de onde o garoto se afogou. “Eu estava chegando na hora, quando meu colega da rua de trás conseguiu ainda tirar de dentro do mar, mas o outro ele não conseguiu. Quem fez esse salvamento não foi um profissional adequado. Tá na hora da gente resolver isso”, disse André Conceição Antunes. No local, existe uma bandeira vermelha, que indica alto risco, mas sem o monitoramento presente. Em contato com a reportagem no local, um salva-vidas contou que a categoria está fazendo uma paralisação por melhores condições de trabalho desde o dia 15 de novembro, e só faz rondas nas praias, sem fazer plantão nos postos. “Infelizmente, não tinha, porque os salva-vidas estão paralizados, devido ao descaso”, afirmou João Miranda, salva-vidas do Salvamar.

Afogamentos de crianças e adolescentes aumentaram 50% na Bahia em 2023 Foto: Kauê Souza/Achei Sudoeste

De acordo com um levantamento divulgado pela organização Aldeias Infantis SOS, com base em dados do DataSUS, houve um aumento de 50% no número de afogamentos no estado em 2023, quando comparado ao ano anterior. É o aumento mais expressivo entre as causas de acidentes analisadas pela pesquisa. Segundo o Major Francisco Duarte, comandante do Batalhão Marítimo do Corpo de Bombeiros, o afogamento lidera entre as causas de morte de crianças entre 0 e 4 anos, matando mais que arboviroses como dengue e zika, e acidentes de trânsito. Em crianças de 5 a 8 anos, cai um pouco, mas continua entre as três primeiras causas, e de 10 a 13, entre as cinco principais. “O afogamento para as crianças é muito perigoso, pois é rápido e silencioso, e geralmente acontece em um ambiente de descontração, onde as pessoas estão relaxadas e, muitas vezes, ingerindo bebida alcoólica, falhando na supervisão”, diz. Para manter as crianças seguras, o Major Duarte aconselha, antes de tudo, que haja supervisão a todo o tempo. “Precisamos entender que quando levamos a criança para ambientes como praia e piscina, a diversão naquele momento é da criança. O adulto deve supervisionar o tempo inteiro. O afogamento é rápido e silencioso”, indica. Além disso, manter as crianças em locais em que a água não atinja a altura do umbigo e nunca deixar que elas tomem banho em locais desconhecidos ou sem supervisão. É importante também, sempre que possível, ensinar a criança a nadar e a reconhecer os riscos. “A natação não deve ser considerada apenas um esporte, mas uma habilidade de sobrevivência. Da mesma forma que ensinamos às crianças os cuidados ao atravessar uma rua desde pequena, olhar para os dois lados, não correr na pista, entre outras coisas que ensinamos, a natação deve ser uma delas”, complementa Duarte. Ao presenciar uma criança ou adolescente se afogando, por sua vez, a primeira coisa a fazer é chamar por ajuda, diz Duarte. Após isso, o ideal é oferecer um objeto flutuante e, acima de tudo, nunca se aventurar em um salvamento corpo a corpo, uma vez que a tendência do afogado é se segurar e tentar subir em quem tenta ajudar. “Nesses casos, se não for um profissional, certamente teremos duas vítimas. Então sempre ofereça um objeto, [como] uma corda, uma boia, uma vara, qualquer coisa que possa puxar ou ajudar a pessoa a flutuar. É muito comum termos múltiplas vítimas em afogamento por causa dessa angústia”, diz.

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