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Estudantes de Santa Maria da Vitória criam sabonete cicatrizante para equídeos Foto: Milena Monteiro/Secti-BA

Um sabonete à base de babosa, mel e açafrão foi desenvolvido por estudantes de Santa Maria da Vitória, no oeste da Bahia. O objetivo de Émily Hana e Ana Clara Pereira, orientadas pela professora Eugênia de Queirós, era trazer um produto de baixo custo para auxiliar na saúde e bem-estar de equídeos, como cavalos, jegues e burros. Batizado de CicatrizAção, o produto tem propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes devido aos ingredientes naturais, o que auxilia no processo de cura dos animais. A iniciativa ocorre em um estado com um rebanho de equídeos de mais de 500 mil animais, segundo dados da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adab). “Observamos que, embora o mercado de produtos veterinários seja diversificado, existe uma lacuna no que diz respeito ao uso de ingredientes naturais e seguros para a saúde animal. A combinação entre babosa, mel e açafrão foi escolhida por suas propriedades curativas e cicatrizantes comprovadas”, diz Émily Hana, que estuda no Centro Territorial de Educação Profissional da Bacia do Rio Corrente. Conforme a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), os testes realizados com um grupo de voluntários, proprietários de equinos, demonstraram índices promissores de cura. A equipe, que tem apoio da Secretaria da Educação e de veterinários, projeta próximos passos. “Queremos ampliar os testes e a produção para garantir a consistência do produto e a sua eficácia. Também estamos trabalhando para obter certificações de segurança e qualidade, além de registrar o produto junto aos órgãos competentes. A expectativa é expandir o uso para diferentes tipos de animais e, eventualmente, buscar parcerias com clínicas veterinárias e pet shops”, afirma Ana.

Estudantes de Candiba usam planta melão para criar sabonete que combate pulgas Foto: Divulgação/Secti-BA

De olho no potencial do mercado de animais de estimação, em Candiba, estudantes do Colégio Estadual Antônio Batista, Ana Prado, Camille Teixeira e Larissa Oliveira, desenvolveram um sabonete à base da planta melão-de-são-caetano como uma possível alternativa econômica para a higiene de cachorros. Através de estudos, as jovens pesquisadoras observaram que o extrato do vegetal tem propriedades eficazes no combate contra infestação por ectoparasitas e que parte da comunidade local já o utilizava nos cuidados com pets. Orientadora do projeto, Luzimária Barros, explicou que a planta elimina em torno de 90% de companheiros indesejados, como pulgas. “Em apenas um banho, notamos que os insetos e as sarnas diminuíram consideravelmente”, afirmou. Com propriedades antiparasitárias, cicatrizantes, antibióticas, antivirais e inseticidas, a planta possui diversos bioativos que garantem o resultado do produto. O projeto, que integra o Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação, ajuda no combate à infestação por pulgas e carrapatos, problema recorrente em cães e que pode acarretar doenças aos animais e seus tutores.

Candiba: Estudantes produzem creme dental orgânico com componentes da caatinga Foto: Divulgação/Secti

A falta de cuidado odontológico pode causar problemas graves de saúde bucal. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 15% da população cuida da higiene oral com regularidade. Pensando em um produto sustentável, de baixo custo e eficaz, os estudantes do Colégio Estadual Antônio Batista, do município de Candiba, Késia dos Santos, Marina Alves e Osvaldino de Souza desenvolveram durante a mostra de iniciação científica estudantil um creme dental orgânico com componentes da caatinga. Segundo Késia, o extrato do juazeiro e a hortelã são uma alternativa sustentável para as pessoas que não têm condições financeiras de manter a saúde bucal através de meios convencionais. Ela explica que os ingredientes naturais têm propriedades antissépticas, antimicrobianas, anti-inflamatórias, clareadoras e antifúngicas. Os alunos, que contam com apoio do orientador William Oliveira, acreditam que o produto atenderá às necessidades locais. O projeto é desenvolvido no Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação (SEC).

Com babosas de Brumado e Rio do Antônio, cientistas criam canudo biodegradável Foto: Divulgação/Secti

O descarte inadequado de plástico é uma das principais causas de poluição nos mares. De acordo com o Plastic Waste Makers Index, o mundo gerou 139 milhões de toneladas de resíduos plásticos de uso único em 2021. Isso inclui os canudos, que levam até mil anos para se decompor. Nos últimos anos, as empresas têm procurado substituir esse produto. Em busca de inovar e entrar nesse mercado, um grupo de pesquisadores de Vitória da Conquista, coordenado pelo professor Wilson Rodrigues, criou a startup BiotechLife e desenvolveu biocanudos a partir de materiais encontrados nas cidades de Brumado e Rio do Antônio. O Biocanudo foi formulado a partir de milho, Mayzena Duryea, glicerol, Vetec, e gel da Aloe vera, conhecida como babosa, todos misturados à água destilada. O protótipo produzido é consistente, maleável e íntegro até o tempo máximo de 15 minutos. Segundo Wilson, o projeto pode contribuir positivamente para o desenvolvimento econômico regional e para o meio ambiente. “Na primeira etapa, foram utilizadas as folhas frescas de Aloe vera, obtidas de produtores rurais das cidades de Brumado e Rio do Antônio, o que poderá impactar em uma nova renda para região. Além disso, a idealização da proposta tem importância significativa para a sociedade, pois contribui para a preservação do meio ambiente, também promove a conservação da vida marinha, a promoção da saúde humana, a mudança de comportamento e o avanço tecnológico”.

Vitória da Conquista: Tecnologia desenvolvida por startup mapeia focos do mosquito da dengue Foto: Divulgação/Secti

O Aedes aegypti, mais conhecido como mosquito da dengue, é transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. Essas doenças causam diversos sintomas, deixam sequelas e podem até levar à morte. Na Bahia, segundo dados do Ministério da Saúde, em 2023, entre os meses de janeiro e abril, houve um aumento de 150% nos casos de Zika e de 7% nos de dengue, se comparado ao ano de 2022. Para ajudar no combate ao mosquito, os pesquisadores Davi Luca e Joelma Luca, moradores de Vitória da Conquista, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), que é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), desenvolveram uma base de dados que faz o mapeamento dos mosquitos a cada quilômetro do planeta. A tecnologia produzida pela startup Ondaedes utiliza o conceito de Big Data, que é um conjunto de técnicas para analisar e sistematizar grandes quantidades de dados. “Este é um trabalho de Big Data. Usamos a tecnologia de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), que funciona como um sistema que cria, gerencia, analisa e mapeia todos os tipos de dados. Cruzamos uma série de variáveis sensíveis ao Aedes. Nossos dados são construídos com tecnologia produzida por universidades ao redor do mundo ou pelas gigantes da tecnologia”, explicou. De acordo com Davi, a partir dos dados coletados, é possível dizer onde e quando o Aedes aegypti estará e o que ele fará por quilômetro. Assim, as prefeituras podem agir em locais específicos e as campanhas de combate ao mosquito ser mais assertivas. O projeto, que foi um dos aprovados pelo Edital Centelha, da Fapesb, está 90% pronto e vai investir em sistemas para tratar e finalizar os dados globalmente.

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