O município de Rio de Contas, na Chapada Diamantina, concluiu na última sexta-feira (31) a segunda etapa da operação Ronda Verde, uma iniciativa do Programa Bahia Sem Fogo voltada à conscientização e ao combate aos incêndios florestais no estado. A mobilização contou com técnicos e especialistas da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), além do apoio da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Cippa/Lençóis), do Corpo de Bombeiros Militar e das prefeituras locais. O coordenador de campo da Ronda Verde, Aderbal Pereira, afirmou que a operação, nesta fase, busca identificar e responsabilizar os autores de crimes ambientais, com foco especial nas queimadas durante o período crítico. Além de Rio de Contas, a operação esteve na quinta-feira (30) em Érico Cardoso. Segundo Aderbal, o apoio das prefeituras é essencial para fortalecer a abordagem junto às comunidades, além de oferecer suporte estratégico para otimizar as ações de controle. Esse suporte inclui a identificação de áreas críticas de queimadas e das comunidades mais afetadas. “As equipes locais também auxiliaram na identificação dos biomas mais vulneráveis, direcionando os esforços de preservação e combate aos incêndios de forma mais eficaz”, explicou Elaine Figueiredo, da Secretaria de Meio Ambiente de Érico Cardoso. Além da questão ambiental, os incêndios florestais representam uma grave ameaça à saúde pública, especialmente nas comunidades locais. Juliana Barbosa, da Vigilância Sanitária do município, explicou que a ação abordou também o impacto na saúde das pessoas.
Um vereador de Queimadas, no Nordeste baiano, morreu após se envolver em um acidente de trânsito na noite de sábado (26) em Itiúba, no Centro Norte do estado. José Ariel Rodrigues de Oliveira, de 43 anos, estava dirigindo uma moto, mas perdeu o controle e colidiu na traseira de outra moto. O político chegou a ser socorrido para o Hospital Municipal de Itiúba e depois foi transferido para o Hospital de Trauma de Petrolina, onde morreu. A ocorrência foi registrada pelo irmão da vítima, na Delegacia Territorial de Senhor do Bonfim, na manhã deste domingo (27). José Ariel, mais conhecido como Ariel da Martins, era vereador e foi secretário de Infraestrutura em Queimadas. Ariel também era empresário e produtor de eventos. Ele foi eleito neste ano pelo partido MDB com 1.077 votos. A prefeitura do município publicou uma nota lamentando a perda. Moradores também prestaram condolências. “Hoje a cidade está de luto!!! Ficará nas lembranças a pessoa alegre, solidária, colega e amiga que foi”, escreveu um residente.
Com mais de 2,3 mil focos de incêndio detectados nas últimas 48 horas, o Brasil já acumula este ano até o domingo (13), 226,6 mil registros detectados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa aumento de 76% na comparação com o mesmo período de 2023. De acordo com os dados do Inpe, do total de focos detectados, 49,4% ocorreram na Amazônia. O Cerrado é o segundo bioma mais afetado em números absolutos com 32,1%. O Pantanal, embora tenha registrado 6% do total de focos do país, foi o bioma que observou o maior crescimento de incêndios na comparação com 2023: um crescimento de 1.240%. Áreas do Pantanal e da Amazônia estão com alerta de chuvas intensas, conforme boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), divulgado nesta segunda-feira (14). No entanto, até dezembro, o Inmet prevê predomínio de chuva abaixo da média histórica em grande parte da Região Norte, com baixos níveis de umidade no solo em grande parte da região no mês de outubro. Na Amazônia, o estado do Pará registrou 466 focos de calor nas últimas 48 horas. Já o Mato Grosso contabilizou 189 focos. O Matopiba (região que reúne os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde predomina o bioma Cerrado, apresentou 826 focos nas últimas 48 horas. A região está hoje com alerta de baixa umidade, com risco aumentado de incêndios florestais em uma faixa que se estende do Sul do Maranhão, passando por grande parte do Piauí e alcançando o centro-norte baiano. De acordo com o governo federal, há 3.732 profissionais em campo atuando no enfrentamento aos incêndios florestais na Amazônia, Pantanal e Cerrado. Também foram disponibilizadas 28 aeronaves.
Na quinta-feira (11), equipes de combate a incêndios florestais que atuam na região oeste da Bahia, no povoado de Almas, município de São Desidério, resgataram dois filhotes de coruja. As aves estavam dentro de um tronco parcialmente queimado. Após o resgate, os animais, que estavam sem ferimentos aparentes, foram colocados em um local seguro. Com isso os bombeiros garantiram a preservação da fauna local, além das medidas de controle e extinção do incêndio naquela região. O cuidado com a fauna reforça o compromisso da tropa do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) em proteger não apenas a vegetação, mas também os animais afetados pelos incêndios florestais. Se perceber algum incêndio florestal, o corpo de bombeiros deve ser acionado através da central 193.
Um incêndio de grande proporção atingiu uma área nas imediações do Centro Cultural de Macaúbas na tarde desta quarta-feira (09). De acordo com a Macaúbas FM, as chamas aumentaram rapidamente pela vegetação, causando danos à fauna e à flora, sem contar os riscos de se espalhar pela zona urbana, especialmente em um período marcado por condições climáticas adversas, com baixa umidade e altas temperaturas. Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, há indícios de que o incêndio tenha sido criminoso. Isso porque dias antes outro incêndio semelhante ocorreu nas proximidades. A suspeita inspira preocupação do poder público e, por isso, a situação está sendo monitorada de perto. A pasta segue investigando as causas e circunstâncias dos incêndios e alertando a população sobre os perigos associados ao uso inadequado do fogo.
Equipes do corpo de bombeiros militares foram acionados nesta terça-feira (08) em mais uma ação da Operação Florestal 2024. Os bombeiros atuaram em focos de incêndio nas cidades de Bom Jesus da Lapa, Guanambi, Juazeiro e Lençóis. Segundo informações divulgadas pelo Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) ao Bahia Notícias, outras equipes também seguem combatendo incêndios florestais nos municípios por toda Bahia, totalizando ações em 14 cidades como Barreiras, Jacobina e Érico Cardoso. Também segundo CBMBA estão atualmente empregados cerca de 180 bombeiros militares dedicados exclusivamente ao serviço desempenhado nas bases florestais, 715 incêndios foram combatidos, 1517 orientações preventivas realizadas e 81 municípios atendidos.
Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o comandante geral do Corpo de Bombeiros na Bahia, Coronel Marquezine, comentou acerca dos inúmeros focos de incêndios em todo Brasil nos últimos meses. O comandante garantiu que a entidade está preparada para o combate a essas queimadas na Bahia. “Montamos várias bases florestais na Bahia e compramos equipamentos e acessórios. Estamos equipados para fazer frente a essas ocorrências. Nossas equipes são preparadas, capacitadas e estamos dando as respostas”, assegurou. No momento, segundo informou, 170 bombeiros atuam diretamente nas ocorrências de incêndios florestais no estado, com possibilidade de aumento do efetivo caso seja necessário. O Coronel alertou sobre a importância de evitar fazer queimadas em sítios e áreas rurais, bem como ficar atento a qualquer conduta que possa ocasionar um princípio de incêndio, como um cigarro jogado no meio do mato. “Precisamos do apoio da sociedade porque a umidade do ar está muito baixa e o calor muito forte”, completou.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, classificou como inadequadas as penas previstas nas leis brasileiras para crimes ambientais como o uso do fogo para causar incêndios criminosos. “Porque a pena de dois a quatro anos de prisão é leve e quando a pena é leve, às vezes ela é transformada em algum tipo de pena alternativa e ainda há atitude de alguns juízes que relaxam completamente essa pena”, questionou. A declaração foi dada durante a participação no programa Bom Dia Ministra, do Canal Gov, nesta terça-feira (17), em Brasília. A ministra reforçou ainda que, neste momento, qualquer incêndio florestal se caracteriza como criminoso e representa ameaças ao meio ambiente, à saúde pública, ao patrimônio e à economia brasileira. “Há uma proibição de uso do fogo em todo o território nacional, os últimos que fizeram o decreto de proibição do fogo foram os estados de Rondônia e Pará há mais ou menos uma semana e meia”, disse Marina.
Moradores do Bairro Esconso, em Brumado, estão enfrentando dificuldades com o descarte de lixo e a realização de queimadas. Ao site Achei Sudoeste, Jaqueline Meira disse que a situação está insustentável. Segundo ela, o lixo despejado de forma irregular à margem da BR-030 é queimado, causando sérios transtornos para a comunidade no entorno. “Tô com uma bebê de três meses. Moro ao lado e não estamos aguentando mais. Eu tenho problema de rinite e minha bebê também. Mesmo deixando a casa toda fechada, a fumaça entra e prejudica a gente”, relatou. Além dos problemas respiratórios e de saúde, Jaqueline contou que as roupas no varal, recém-lavadas, ficam impregnadas de cinzas que invadem todo ambiente da casa. O problema, segundo apontou, é de saúde pública e ela pediu providências do poder público para evitar o descarte inadequado do lixo no local.
Bombeiros empregados na Operação Florestal 2024 debelaram 422 incêndios em áreas ambientais nos últimos dois meses, na Bahia. Cinquenta e nove municípios foram atendidos pelas equipes do Corpo de Bombeiros Militar (CBM). Divididas em cinco Bases Florestais, as equipes realizam o enfrentamento ao fogo em áreas de mata para preservação da fauna e da flora. Além do combate, 720 orientações preventivas foram promovidas para a população. As equipes estão empregadas nas cidades de Muquém do São Francisco, Luís Eduardo Magalhães e Barreiras (Base Oeste), Juazeiro, Casa Nova e Campo Alegre de Lourdes (Base Norte), Lençóis (Base Chapada), Santa Maria da Vitória, Riacho de Santana, Paratinga, Cocos e Bom Jesus da Lapa (Base Lapa) e em Vitória da Conquista (Base Sudoeste). Os profissionais utilizam a Plataforma Painel do Fogo do Governo Federal, para monitorar as áreas do estado com maior foco de calor e riscos de incêndios florestais. O coronel Jadson Almeida, comandante de Operações dos Bombeiros, explicou que o mês de setembro é um período crítico, com maior possibilidade de ocorrências. O monitoramento das regiões com maior índice de calor auxilia na preparação das equipes empregadas no enfrentamento. Aeronaves remotamente tripuladas também são utilizadas e o helicóptero do Grupamento de Operações Aéreas (GOA) foi empregado para transportar equipes.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Roberto Barroso, cobrou nesta segunda-feira (16) seriedade do Poder Judiciário no combate às queimadas criminosas no país. Durante discurso na abertura da reunião do Observatório do Meio Ambiente e de Mudanças Climáticas do CNJ, Barroso disse que recebeu um telefonema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que demonstrou preocupação com a impunidade de quem pratica queimadas dolosas. “Faço um apelo ao Poder Judiciário, aos juízes brasileiros, que tratem esse crime com a seriedade que ele merece ser tratado”, afirmou. Barroso disse que tem informações técnicas que confirmam que todas as queimadas na Amazônia e no Pantanal são provocadas pela ação humana. “Tem a ação criminosa deliberada, que é de tocar fogo na mata, e tem a ação criminosa de queima de lixo, que também tem servido para propagar essas queimadas que estão devastando o país”, disse.
De janeiro a agosto de 2024 os incêndios no Brasil já atingiram 11,39 milhões de hectares do território do país, segundo dados do Monitor do Fogo Mapbiomas, divulgados nesta quinta-feira (12). Desse total, 5,65 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo apenas no mês de agosto, o que equivale a 49% do total deste ano. Nesses oito primeiros meses do ano, o fogo se alastrou principalmente em áreas de vegetação nativa, que representam 70% do que foi queimado. As áreas campestres foram as que os incêndios mais afetaram, representando 24,7% do total. Formações savânicas, florestais e campos alagados também foram fortemente atingidos, representando 17,9%, 16,4% e 9,5% respectivamente. Pastagens representaram 21,1% de toda a área atingida. Para o período, os estados do Mato Grosso, Roraima e Pará foram os que mais atingidos, respondendo por mais da metade, 52%, da área alcançada pelo fogo. São três estados da Amazônia, bioma mais atingido até agosto de 2024. O fogo consumiu 5,4 milhões de hectares do bioma nesses oito meses. O Pantanal, até agosto de 2024 queimou 1,22 milhão de hectares, um crescimento de 249% nas áreas alcançadas por incêndios, em comparação à média dos cinco anos anteriores. A Mata Atlântica teve 615 mil hectares atingidos pelo fogo, enquanto que na Caatinga os incêndios afetaram 51 mil hectares. Já os Pampas tiveram apenas 2,7 mil hectares no período de oito meses.
A Base Florestal Oeste do Corpo de Bombeiros está no momento combatendo diversos focos de incêndio na região oeste da Bahia. Cerca de 60 homens trabalham para debelar as chamas que perpassam por vários municípios. Ao site Achei Sudoeste, o Major Davi Brandão informou que mais de 20 mil hectares já foram atingidos pelas queimadas. Ao todo, os trabalhos de combate duram 70 dias. “Já houve o combate e a extinção de 170 focos de incêndio”, pontuou. Segundo o comandante, o Corpo de Bombeiros e o Governo do Estado, com o apoio de órgãos públicos e privados, têm empenhando esforços para realização de atividades educativas e preventivas, que são de suma importância nesse processo, tendo em vista que a ação humana é que dá início às queimadas, em sua maioria. “As nossas ações educativas e preventivas perpassam todo ano, inclusive com a conscientização dos pequenos produtores, que, muitas vezes, fazem queimadas descontroladas. Faltam alguns cuidados e as pessoas são negligentes em certos aspectos. As queimadas repercutem em toda Bahia”, alertou.
A seca prolongada no Brasil, aliada à ação humana em ambientes fragilizados, provocou efeitos difusos, mas conectados por todo o país. As informações são do jornal o Globo. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 159.411 focos de incêndio de janeiro até ontem, um aumento de 100% em relação ao mesmo período de 2023 e que deixou 60% do país sob fumaça no fim de semana. A seca que ameaça grandes rios como o Madeira e o Paraguai também afetou a maior metrópole do país: o Pinheiros, que corta São Paulo, ficou verde por receber menos água dos seus afluentes. Com as cinzas das queimadas do Norte que mudaram a cor do céu, a capital paulista ficou entre as de pior qualidade do ar do país. Das queimadas registradas pelo Inpe este ano, metade foi na Amazônia, e 32%, no Cerrado. A proporção foi semelhante no ano passado no mesmo período (52% dos focos na Amazônia e 33% no Cerrado). O número de focos de fogo registrados até ontem está perto das 189 mil ocorrências em todo o 2023. Os três estados com mais incêndios neste ano também são os mesmos que em 2023: Mato Grosso, Pará e Amazonas. No ano passado, Pará era o estado com mais focos. Mas a dimensão do fogo aumentou. Em 2023, a Amazônia já havia sido afetada por uma grave seca. No período chuvoso em seguida, não houve precipitações suficientes para recuperar rios e florestas. A nova seca este ano está mais severa na maioria dos estados brasileiros. Mas para a pesquisadora do Inpe Luciana Gatti, a seca não é a principal culpada pela alta de queimadas, mas sim a ação criminosa em campo. “O governo deveria decretar estado de emergência climática no Brasil inteiro, proibir qualquer desmatamento e propor projetos enormes de reflorestamento. Um plano emergencial para sobrevivência da população”, recomenda. A fumaça das queimadas tomou grande parte do país, inclusive o Sul e o Sudeste, e se espalha por Peru, Colômbia e Equador, alerta o pesquisador de sensoriamento remoto Henrique Bernini. “Tem muita ocorrência ao mesmo tempo, queimando uma vegetação sob efeito de uma sequência de ondas de calor”, explica Bernini. “Esse tanto de fumaça é suficiente para tornar a Amazônia um dos lugares que mais contribui para as mudanças climáticas, enquanto deveria ser o lugar com maior potencial de reverter a situação”.
Em Bom Jesus da Lapa, na região oeste da Bahia, o 20º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM) segue empenhado no combate a incêndios em áreas de vegetação com o objetivo de minimizar os riscos e evitar maiores danos à população. Neste final de semana, diversas ocorrências foram atendidas pelo grupamento. Focos de incêndio foram registrados na Avenida Generosa Campos e próximo à BA-160. Diante do cenário de estiagem e baixa umidade, o 20º BBM destacou que a cooperação da população é fundamental para evitar situações de risco. O uso de fogo para limpar terrenos ou lotes deve ser evitado, pois essa prática eleva significativamente o risco de incêndios descontrolados, colocando em perigo a segurança de todos. “A prevenção é o primeiro passo para proteger vidas e o meio ambiente”, alertou.
Na última terça-feira (03), um incêndio teve início em uma área de vegetação seca na zona rural de Riacho de Santana. O fogo se espalhou rapidamente pela localidade de Pau Branco, atingindo grande proporção. As chamas intensas destruíram parte da vegetação local. A densa fumaça pode ser vista a quilômetros de distância, inclusive na cidade de Carinhanha, que fica a cerca de 190 quilômetros do ponto inicial. Apesar da gravidade da situação, na manhã desta quinta-feira (5), a assessoria de comunicação da prefeitura informou que as chamas já estão controladas.
Os focos de queimadas mais que dobraram na Bahia em um período de cinco anos. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os incêndios saíram de 4.956 casos em 2018 para 11.917 em 2023, o que representa um aumento de 140%. As informações são do Correio 24h. Neste ano, a organização já contabilizou 3.502 registros. Em 2018, a Bahia ocupava a nona posição entre todos os estados brasileiros. Já em 2023, o estado chegou a sexta colocação, atrás apenas de Pará (41.715), Mato Grosso (21.723), Maranhão (21.113), Amazonas (19.601) e Piauí (12.957). A propagação do fogo é ainda mais impactante no oeste do estado, onde, ao longo de todo o período analisado, houve pelo menos nove entre as dez cidades mais atingidas. Em 2018, dez municípios da região aparecem entre os mais afetados, sendo eles: Formosa do Rio Preto, Barra, Pilão Arcado, São Desidério, Cotegipe, Barreiras, Correntina, Santa Rita de Cássia, Jaborandi e Buritirama. Em 2023, também houve dez cidades da região, mas Buritirama, Jaborandi e Cotegipe deram lugar à Cocos, Campo Alegre de Lourdes e Mansidão. Neste ano, até o momento, nove das dez localidades mais atingidas estão no oeste, sendo eles: São Desidério, Formosa do Rio Preto, Cocos, Santa Rita de Cássia, Jaborandi, Correntina, Barreiras, Riachão das Neves e Muquém do São Francisco. Procurado, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) relatou que os dados podem ser superestimados. Segundo a entidade, o Inpe obtém os seus dados via satélite, de forma que “um único incêndio em uma área extensa pode ser registrado como vários focos de calor”.
O Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto, de acordo com dados do “Programa Queimadas”, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com o G1, é o pior resultado para o mês desde 2010, quando 90.444 focos ativos foram detectados pelo satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Considerando os dados históricos coletados pelo Inpe desde 1998, os números do governo federal colocam o período como o quinto pior mês de agosto no total de focos de queimadas para o Brasil. A taxa também mais que dobrou na comparação com o ano passado, quando o país teve 28.056 focos no mesmo período. A média de queimadas para o mês é de 46.529 focos. Já o mínimo de focos registrado pelo Inpe aconteceu em 2013, quando cerca de 21 mil foram contabilizados em todo o país.
Um incêndio de grande proporção tem se alastrado por diversas comunidades rurais entre as cidades de Rio de Contas e Livramento de Nossa Senhora. Os primeiros focos do incêndio tiveram início na última sexta-feira (23). À frente dos brigadistas do Gavião da Chapada, Francisco José Neves Cruz informou ao site Achei Sudoeste que o fogo saiu do controle no domingo (25), destruindo áreas de mata nativa. Segundo Cruz, os brigadistas se dividiram em duas frentes de trabalho, em Brumadinho e Riacho Fundo, para tentar conter as chamas. “Estamos tentando fazer o máximo possível para debelar, mas é uma extensão enorme. Precisamos da ajuda de aeronaves. Já solicitamos, mas não chegou ainda”, afirmou. Além dos Gaviões da Chapada, bombeiros do 7º Batalhão de Bombeiro Militar de Vitória da Conquista e o grupo Guardiões Ambientais da Serra das Almas reforçam os trabalhos de combate ao incêndio na região. Plantações de maracujá, manga e abacate também foram atingidas na área, que tem uma forte vocação para fruticultura, bem como importantes nascentes. O coordenador acredita que o incêndio tenha sido criminoso. “99% de chance de que foi criminoso. É muito triste”, apontou.
A Bahia registrou 785 focos de queimadas no período de 1º a 26 de agosto, última segunda-feira. As informações são do G1. O levantamento é feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora a situação em todo o Brasil. De acordo com os dados detectados pelo Inpe, a situação é mais crítica no oeste do estado. Do total de incêndios, 506 ocorreram na região. Cocos, município com área de 10.140,572 km, segundo o Censo 2022, acumula o maior número de focos de calor no mês. Há três dias, a cidade registra grandes queimadas em uma propriedade rural. Na sequência, os maiores focos foram detectados em: Muquém do São Francisco, onde os bombeiros tentam conter um incêndio na Serra do Cipó há 12 dias; Formosa do Rio Preto; São Desidério; Correntina.
Uma área de mais de 17,3 milhões de hectares foi queimada no Brasil em 2023, tamanho maior que o território de alguns estados, como Acre ou Ceará. Houve aumento de 6% em relação a 2022, quando 16,3 milhões de hectares foram atingidos pelo fogo. Os dados são da plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas. A área total queimada no ano passado corresponde a aproximadamente 2% do território brasileiro. O pico das queimadas aconteceu nos meses de setembro e outubro, atingindo 4 milhões de hectares. Em dezembro de 2023, 1,6 milhão de hectares foram queimados no país, maior área para o mês desde 2019, quando começou a série histórica. De acordo com o MapBiomas, o aumento se deve principalmente às queimadas na Amazônia. “Em 2023, o El Niño desempenhou um papel crucial no aumento dos incêndios na Amazônia, uma vez que esse fenômeno climático elevou as temperaturas e deixou a região mais seca, criando condições favoráveis à propagação do fogo”, avaliou, em nota enviada para a Agência Brasil, a diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e coordenadora do MapBiomas, Ane Alencar. “Se não fosse a redução de mais de 50% no desmatamento, diminuindo uma das principais fontes de ignição, com certeza teríamos uma área bem maior afetada por incêndios na região”, acrescenta. Os dados revelam que a Amazônia foi o bioma mais afetado pelo fogo em dezembro, com 1,3 milhão de hectares queimados, um aumento de 463% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Na sequência, vem o Pantanal, com 102.183 hectares, e o Cerrado, com 93.939 hectares queimados em dezembro. O Pará foi a unidade federativa mais afetada no mês, com 658.462 de hectares consumidos pelo fogo, seguido do Maranhão (338.707 hectares) e de Roraima (146.340 hectares). No Pará, a área queimada aumentou 572% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em relação ao uso e à cobertura da terra, em 2023, as pastagens foram as mais afetadas pelo fogo, correspondendo a 28% do total da área queimada. Os tipos de vegetação nativa de formação campestre (vegetação com predomínio de gramíneas e outras plantas herbáceas) e de formação savânica (vegetação com árvores distribuídas de forma esparsa e em meio à vegetação herbáceo-arbustiva contínua) corresponderam a 19% e 18% do total de área queimada, respectivamente.
Um incêndio atingiu uma área de vegetação nas proximidades do Distrito de Mato Grosso, zona rural de Rio de Contas, na Chapada Diamantina. As chamas tiveram início por volta de 12h de sábado (23). Durante o dia, o combate ao fogo está sendo realizado por Bombeiros Militares do 7º Grupamento de Vitória da Conquista. Já à noite, o trabalho é feito por homens da Brigada Guardiões da Chapada e pelos Guardiões Ambientais da Serra das Almas (Gasa). As chamas já atingiram plantações de café e manga. Ainda não há informações sobre o tamanho da área atingida e sobre como o fogo teria sido iniciado.
Com mais 76 mil seguidores em uma rede social, Nilmara Almeida viralizou na internet por um motivo um tanto quanto diferente: ao entregar bolos em uma bacia que é equilibrada na cabeça. A baiana de Queimadas, cidade no norte da Bahia, leva as delícias, devidamente confeitadas, aos clientes da região dirigindo uma moto. Nilmara, de 36 anos, faz bolos desde 2011. No início, a produção era voltada apenas para a família. Com o tempo, os vizinhos se interessaram pelos doces e passaram a encomendar os bolos dela para festas e aniversários. Os bolos custam entre R$ 85 e R$ 200. “O pessoal começou a ver meus bolos, o trabalho que eu faço e gostou. Essa foi a única maneira que encontrei para que os bolos chegassem até os clientes”, contou ao G1. Os clientes afirmam que os bolos chegam inteirinhos em suas casas - mesmo quando a entrega é a 12 km do local onde a dona de casa vive. Nilmara contou que a estrada que segue é sempre de terra porque as entregas são feitas apenas na área da zona rural da região, que não é asfaltada. A distância máxima que percorreu foi 14 km. “Não consigo fazer entregas no centro de Queimadas, por exemplo, porque é 60 km da minha casa. Não teria como pegar estrada [asfaltada] por tanto tempo e com peso”, explicou.
A confeiteira conta que sabe a importância do capacete e que é questionada pelos seguidores sobre o uso do equipamento de segurança. “Se eu colocar o capacete eu não tenho como equilibrar a bacia, entende? Eu não tenho outro meio de transporte, só tenho essa forma de fazer com que meus bolos cheguem na casa das pessoas e agradeço a Deus por isso. Se eu tivesse um carro, claro que eu ia preferir entregar de carro”, contou. Com ajuda da filha de oito anos, Nilmara produz, decora, embala e depois entrega os bolos. O mais pesado que lembra ter feito, preparado em outubro deste ano, pesou quase quatro quilos, e ela percorreu 12 km na estrada de terra para chegar ao povoado de Pedras Altas, em Capim Grosso, cidade vizinha a Queimadas. Toda a rotina é publicada nas redes sociais, onde ela recebe mensagens de carinho de pessoas de diversas regiões do Brasil. “Gente de vários lugares me mandaram mensagens. Algumas pessoas dizem que eu as incentivei, que estavam quase parando, mas viram minha dificuldade e se sentiram motivadas”, contou. Depois de virar celebridade na cidade, o sonho de Nilmara agora é abrir uma confeitaria no centro de Queimadas, onde poderá produzir e vender seus bolos.
Um incêndio de grandes proporções está se alastrando na localidade de Horizonte, situada na zona rural de Ibicoara, região da Chapada Diamantina, nesta quarta-feira (22). As chamas têm avançado e consumido boa parte da vegetação. Brigadistas voluntários e populares estão empenhados em debelar o fogo, que se espalha rapidamente. A comunidade uniu forças na tentativa de controlar a situação e minimizar os impactos devastadores que o desastre natural pode acarretar. Até o momento, não se sabe quais foram as causas do incêndio, tampouco se foi resultado de ação criminosa.
A Polícia Federal cumpre seis mandados de busca e apreensão, nesta quarta-feira (25), na cidade de Queimadas, no norte da Bahia, após investigações apontarem irregularidades na contratação de uma empresa que faz serviços laboratoriais, vinculada ao prefeito do município. O pagamento foi feito com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a PF, a investigação detectou que a Prefeitura de Queimadas contratou a empresa de fachada, em 2018, mas quem prestava os serviços laboratoriais era a do prefeito André Luiz Andrade (PT), o Dr. André, que estava no primeiro mandato. A Polícia Federal informou que os gestores municipais se recusaram a fornecer cópia dos procedimentos licitatórios investigados, para o inquérito civil instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF), que apurava as irregularidades. Os mandados de busca e apreensão cumpridos nesta quarta-feira foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Se comprovado as irregularidades, os investigados podem responder pelos crimes de responsabilidade de prefeito, fraude a licitação, além de desobediência e corrupção passiva. Em nota, a Prefeitura de Queimadas informou que vai se manifestar quando souber o inteiro teor da denúncia. A gestão do município afirmou também que tem colaborado com as investigações.