Achei Sudoeste
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ONU: 140 mulheres são vítimas de feminicídio por dia no mundo Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Em 2023, 85 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente em todo o mundo, sendo que 60% desses homicídios foram cometidos por um parceiro íntimo ou outro membro da família. O índice equivale a 140 mulheres e meninas mortas todos os dias ou uma a cada dez minutos. As informações são da Agência Brasil. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (25), Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, pela ONU Mulheres e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). De acordo com o relatório Feminicídios em 2023: Estimativas Globais de Feminicídios por Parceiro Íntimo ou Membro da Família, o continente africano registrou as maiores taxas de feminicídios relacionados a parceiros íntimos e familiares, seguido pelas Américas e pela Oceania. Na Europa e nas Américas, a maioria das mulheres assassinadas em ambiente doméstico (64% e 58%, respectivamente) foram vítimas de parceiros íntimos, enquanto, em outras regiões, os principais agressores foram membros da família. “Mulheres e meninas em todo o mundo continuam a ser afetadas por essa forma extrema de violência baseada no gênero e nenhuma região está excluída”, destacou o relatório. “Além do assassinato de mulheres e meninas por parceiros íntimos ou outros membros da família, existem outras formas de feminicídio”, alertou a publicação, ao citar que essas demais formas representaram mais 5% de todos os homicídios cometidos contra mulheres em 2023. “Apesar dos esforços feitos por diversos países para prevenir os feminicídios, eles continuam a registar níveis alarmantemente elevados. São, frequentemente, o culminar de episódios repetidos de violência baseada no gênero, o que significa que são evitáveis por meio de intervenções oportunas e eficazes”, concluiu o documento.

Denúncias de violência contra mulher crescem 33,5% na Bahia Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

A violência contra as mulheres é um fato alarmante que há muitos anos acomete o Brasil e tem diariamente se tornado pauta em diversas instâncias, sejam públicas ou privadas. As informações são do Tribuna da Bahia. Incentivada pelo machismo e por discursos de ódio extremistas, que tentam colocar a mulher em lugar de submissão na sociedade, essa prática criminosa sempre existiu fortemente no Brasil, mas vem sendo descoberta e coibida nos 20 últimos anos devido ao aumento de denúncias através da promoção de políticas públicas. De acordo com o Ministério das Mulheres, o disque denúncia 180 já recebeu de janeiro até julho mais de 84,3 mil notificações, 33,5% a mais que o mesmo período do ano passado. Na Bahia, este número também aumentou: 5.777 denúncias este ano — um aumento de 27,33% em relação ao mesmo período do ano passado. Chama atenção nos dados do Ministério das Mulheres o fato de que a maioria das denúncias no estado foram realizadas pelas próprias vítimas. Do total de denúncias na Bahia, 3.876 foram apresentadas pela própria vítima. Outro dado que comprova o que movimentos feministas alegam é que das mais de cinco mil denúncias na Bahia, 2.789 indicavam que o crime aconteceu na casa da vítima e em 2.204 casos foram praticados pelos companheiros, namorados, ou ex-maridos. Para ministra Cida Gonçalves, o aumento de denúncias é um sinal de que as políticas públicas estão avançando e encorajando cada vez mais as mulheres e a população a denunciarem.

SPM leva unidade móvel e campanha Oxe, me respeite! para Bom Jesus da Lapa Foto: Fernanda Souza/SPM

A Secretaria de Política para as Mulheres do Estado (SPM) levará a unidade móvel nos primeiros dias do mês de agosto para atendimento psicossocial e jurídico às mulheres durante a romaria, em Bom Jesus da Lapa, na região oeste da Bahia. Em paralelo, também acontecerá a sensibilização e entrega de material educativo da campanha Oxe, me respeite! contra o abuso e à importunação sexual. Na cidade, a unidade móvel ficará nos dias 4 e 5 de agosto, no Largo da Esplanada do Santuário, das 9h às 17h.  A secretária de Políticas para as Mulheres do Estado, Neusa Cadore, destaca a importância da atuação da equipe técnica da SPM com a itinerância de unidade móvel e com o programa Oxe, me respeite, focando na prevenção e no enfrentamento das violências de gênero. “A SPM tem o compromisso de levar a campanha de sensibilização para a sociedade e fazer com que as políticas públicas possam continuar construindo mais igualdade e diminuindo as violências que se abatem sobre as mulheres”, afirmou.

Brumado: Move Mulher expõe violência contra a mulher e desrespeito do poder público Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Presidente do movimento Move Mulher na cidade de Brumado, Abiara Dias usou a Tribuna Livre da Câmara de Vereadores, nesta segunda-feira (04), para falar sobre o Dia Internacional da Mulher e as lutas e avanços para assegurar os direitos das mulheres na sociedade. Ao site Achei Sudoeste, Dias disse que é muito importante, no mês de março, rememorar as lutas já vividas e debater o que ainda precisa ser conquistado. “Nossas lutas são diárias, mas no mês de março precisamos aproveitar os holofotes para podermos levantar as bandeiras do que ainda falta instituirmos, principalmente no nosso município, para termos a tão sonhada igualdade de gênero”, declarou. Na oportunidade, Dias criticou a diminuição da licença maternidade em Brumado. Segundo ela, enquanto em âmbito nacional se fala em estender esse direito, na cidade o prefeito diminuiu a licença das servidoras públicas municipais em 60 dias, reduzindo de 6 para 4 meses. Abiara apontou que, na época, o argumento utilizado pelo gestor é de que a licença onerava os cofres públicos. “Para quem é mãe sabe a importância de ter dois meses a mais com o seu filho para poder amamentar e se dedicar aos cuidados diários. Nós lutamos e brigamos pelos direitos das mulheres”, reafirmou. Falando sobre a escalada da violência doméstica no município, a presidente citou que, hoje, o Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher (Neam) na cidade tem mais de 200 notificações de vítimas. Apesar de toda estrutura e acolhimento encontrados na unidade, ainda há grande número de subnotificações. “Precisamos avançar e instituir a Casa de Acolhimento à Mulher para que a mulher possa ter pra onde ir após fazer a denúncia. Precisamos colocar as mulheres em espaços de poder e não nos calarmos”, defendeu.

UniFG homenageia mulheres que ocupam posição de destaque na sociedade brumadense Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Na noite desta quarta-feira (08), a UniFG também prestou homenagens para as mulheres por ocasião da passagem do Dia Internacional da Mulher. Professor e coordenador do curso de Medicina na instituição de ensino, Irineu Viana disse ao site Achei Sudoeste que a data representa a luta das mulheres por direitos. Ele lembrou que a data é histórica e vai muito além de um dia de comemoração do ponto de vista do comércio. “Muitas datas comemorativas vieram por simples interesse do comércio em aumentar suas vendas, mas o Dia da Mulher é diferente. Remonta ao início do século XX, foi oficializada pela ONU em 1965 e representa essa luta que as mulheres têm”, destacou. Embora sejam maioria no mundo, o professor apontou que ainda se vê poucas mulheres ocupando cargos de chefia e nos poderes públicos. Na oportunidade, diversas mulheres que ocupam posição de destaque na sociedade brumadense foram convidadas pela UniFG para serem homenageadas.

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