Um vereador de Queimadas, no Nordeste baiano, morreu após se envolver em um acidente de trânsito na noite de sábado (26) em Itiúba, no Centro Norte do estado. José Ariel Rodrigues de Oliveira, de 43 anos, estava dirigindo uma moto, mas perdeu o controle e colidiu na traseira de outra moto. O político chegou a ser socorrido para o Hospital Municipal de Itiúba e depois foi transferido para o Hospital de Trauma de Petrolina, onde morreu. A ocorrência foi registrada pelo irmão da vítima, na Delegacia Territorial de Senhor do Bonfim, na manhã deste domingo (27). José Ariel, mais conhecido como Ariel da Martins, era vereador e foi secretário de Infraestrutura em Queimadas. Ariel também era empresário e produtor de eventos. Ele foi eleito neste ano pelo partido MDB com 1.077 votos. A prefeitura do município publicou uma nota lamentando a perda. Moradores também prestaram condolências. “Hoje a cidade está de luto!!! Ficará nas lembranças a pessoa alegre, solidária, colega e amiga que foi”, escreveu um residente.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Roberto Barroso, cobrou nesta segunda-feira (16) seriedade do Poder Judiciário no combate às queimadas criminosas no país. Durante discurso na abertura da reunião do Observatório do Meio Ambiente e de Mudanças Climáticas do CNJ, Barroso disse que recebeu um telefonema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que demonstrou preocupação com a impunidade de quem pratica queimadas dolosas. “Faço um apelo ao Poder Judiciário, aos juízes brasileiros, que tratem esse crime com a seriedade que ele merece ser tratado”, afirmou. Barroso disse que tem informações técnicas que confirmam que todas as queimadas na Amazônia e no Pantanal são provocadas pela ação humana. “Tem a ação criminosa deliberada, que é de tocar fogo na mata, e tem a ação criminosa de queima de lixo, que também tem servido para propagar essas queimadas que estão devastando o país”, disse.
Os focos de queimadas mais que dobraram na Bahia em um período de cinco anos. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os incêndios saíram de 4.956 casos em 2018 para 11.917 em 2023, o que representa um aumento de 140%. As informações são do Correio 24h. Neste ano, a organização já contabilizou 3.502 registros. Em 2018, a Bahia ocupava a nona posição entre todos os estados brasileiros. Já em 2023, o estado chegou a sexta colocação, atrás apenas de Pará (41.715), Mato Grosso (21.723), Maranhão (21.113), Amazonas (19.601) e Piauí (12.957). A propagação do fogo é ainda mais impactante no oeste do estado, onde, ao longo de todo o período analisado, houve pelo menos nove entre as dez cidades mais atingidas. Em 2018, dez municípios da região aparecem entre os mais afetados, sendo eles: Formosa do Rio Preto, Barra, Pilão Arcado, São Desidério, Cotegipe, Barreiras, Correntina, Santa Rita de Cássia, Jaborandi e Buritirama. Em 2023, também houve dez cidades da região, mas Buritirama, Jaborandi e Cotegipe deram lugar à Cocos, Campo Alegre de Lourdes e Mansidão. Neste ano, até o momento, nove das dez localidades mais atingidas estão no oeste, sendo eles: São Desidério, Formosa do Rio Preto, Cocos, Santa Rita de Cássia, Jaborandi, Correntina, Barreiras, Riachão das Neves e Muquém do São Francisco. Procurado, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) relatou que os dados podem ser superestimados. Segundo a entidade, o Inpe obtém os seus dados via satélite, de forma que “um único incêndio em uma área extensa pode ser registrado como vários focos de calor”.
O Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto, de acordo com dados do “Programa Queimadas”, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com o G1, é o pior resultado para o mês desde 2010, quando 90.444 focos ativos foram detectados pelo satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Considerando os dados históricos coletados pelo Inpe desde 1998, os números do governo federal colocam o período como o quinto pior mês de agosto no total de focos de queimadas para o Brasil. A taxa também mais que dobrou na comparação com o ano passado, quando o país teve 28.056 focos no mesmo período. A média de queimadas para o mês é de 46.529 focos. Já o mínimo de focos registrado pelo Inpe aconteceu em 2013, quando cerca de 21 mil foram contabilizados em todo o país.
A Bahia registrou 785 focos de queimadas no período de 1º a 26 de agosto, última segunda-feira. As informações são do G1. O levantamento é feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora a situação em todo o Brasil. De acordo com os dados detectados pelo Inpe, a situação é mais crítica no oeste do estado. Do total de incêndios, 506 ocorreram na região. Cocos, município com área de 10.140,572 km, segundo o Censo 2022, acumula o maior número de focos de calor no mês. Há três dias, a cidade registra grandes queimadas em uma propriedade rural. Na sequência, os maiores focos foram detectados em: Muquém do São Francisco, onde os bombeiros tentam conter um incêndio na Serra do Cipó há 12 dias; Formosa do Rio Preto; São Desidério; Correntina.
Uma área de mais de 17,3 milhões de hectares foi queimada no Brasil em 2023, tamanho maior que o território de alguns estados, como Acre ou Ceará. Houve aumento de 6% em relação a 2022, quando 16,3 milhões de hectares foram atingidos pelo fogo. Os dados são da plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas. A área total queimada no ano passado corresponde a aproximadamente 2% do território brasileiro. O pico das queimadas aconteceu nos meses de setembro e outubro, atingindo 4 milhões de hectares. Em dezembro de 2023, 1,6 milhão de hectares foram queimados no país, maior área para o mês desde 2019, quando começou a série histórica. De acordo com o MapBiomas, o aumento se deve principalmente às queimadas na Amazônia. “Em 2023, o El Niño desempenhou um papel crucial no aumento dos incêndios na Amazônia, uma vez que esse fenômeno climático elevou as temperaturas e deixou a região mais seca, criando condições favoráveis à propagação do fogo”, avaliou, em nota enviada para a Agência Brasil, a diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e coordenadora do MapBiomas, Ane Alencar. “Se não fosse a redução de mais de 50% no desmatamento, diminuindo uma das principais fontes de ignição, com certeza teríamos uma área bem maior afetada por incêndios na região”, acrescenta. Os dados revelam que a Amazônia foi o bioma mais afetado pelo fogo em dezembro, com 1,3 milhão de hectares queimados, um aumento de 463% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Na sequência, vem o Pantanal, com 102.183 hectares, e o Cerrado, com 93.939 hectares queimados em dezembro. O Pará foi a unidade federativa mais afetada no mês, com 658.462 de hectares consumidos pelo fogo, seguido do Maranhão (338.707 hectares) e de Roraima (146.340 hectares). No Pará, a área queimada aumentou 572% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em relação ao uso e à cobertura da terra, em 2023, as pastagens foram as mais afetadas pelo fogo, correspondendo a 28% do total da área queimada. Os tipos de vegetação nativa de formação campestre (vegetação com predomínio de gramíneas e outras plantas herbáceas) e de formação savânica (vegetação com árvores distribuídas de forma esparsa e em meio à vegetação herbáceo-arbustiva contínua) corresponderam a 19% e 18% do total de área queimada, respectivamente.
Com mais 76 mil seguidores em uma rede social, Nilmara Almeida viralizou na internet por um motivo um tanto quanto diferente: ao entregar bolos em uma bacia que é equilibrada na cabeça. A baiana de Queimadas, cidade no norte da Bahia, leva as delícias, devidamente confeitadas, aos clientes da região dirigindo uma moto. Nilmara, de 36 anos, faz bolos desde 2011. No início, a produção era voltada apenas para a família. Com o tempo, os vizinhos se interessaram pelos doces e passaram a encomendar os bolos dela para festas e aniversários. Os bolos custam entre R$ 85 e R$ 200. “O pessoal começou a ver meus bolos, o trabalho que eu faço e gostou. Essa foi a única maneira que encontrei para que os bolos chegassem até os clientes”, contou ao G1. Os clientes afirmam que os bolos chegam inteirinhos em suas casas - mesmo quando a entrega é a 12 km do local onde a dona de casa vive. Nilmara contou que a estrada que segue é sempre de terra porque as entregas são feitas apenas na área da zona rural da região, que não é asfaltada. A distância máxima que percorreu foi 14 km. “Não consigo fazer entregas no centro de Queimadas, por exemplo, porque é 60 km da minha casa. Não teria como pegar estrada [asfaltada] por tanto tempo e com peso”, explicou.
A confeiteira conta que sabe a importância do capacete e que é questionada pelos seguidores sobre o uso do equipamento de segurança. “Se eu colocar o capacete eu não tenho como equilibrar a bacia, entende? Eu não tenho outro meio de transporte, só tenho essa forma de fazer com que meus bolos cheguem na casa das pessoas e agradeço a Deus por isso. Se eu tivesse um carro, claro que eu ia preferir entregar de carro”, contou. Com ajuda da filha de oito anos, Nilmara produz, decora, embala e depois entrega os bolos. O mais pesado que lembra ter feito, preparado em outubro deste ano, pesou quase quatro quilos, e ela percorreu 12 km na estrada de terra para chegar ao povoado de Pedras Altas, em Capim Grosso, cidade vizinha a Queimadas. Toda a rotina é publicada nas redes sociais, onde ela recebe mensagens de carinho de pessoas de diversas regiões do Brasil. “Gente de vários lugares me mandaram mensagens. Algumas pessoas dizem que eu as incentivei, que estavam quase parando, mas viram minha dificuldade e se sentiram motivadas”, contou. Depois de virar celebridade na cidade, o sonho de Nilmara agora é abrir uma confeitaria no centro de Queimadas, onde poderá produzir e vender seus bolos.
Um incêndio de grandes proporções está se alastrando na localidade de Horizonte, situada na zona rural de Ibicoara, região da Chapada Diamantina, nesta quarta-feira (22). As chamas têm avançado e consumido boa parte da vegetação. Brigadistas voluntários e populares estão empenhados em debelar o fogo, que se espalha rapidamente. A comunidade uniu forças na tentativa de controlar a situação e minimizar os impactos devastadores que o desastre natural pode acarretar. Até o momento, não se sabe quais foram as causas do incêndio, tampouco se foi resultado de ação criminosa.
A Polícia Federal cumpre seis mandados de busca e apreensão, nesta quarta-feira (25), na cidade de Queimadas, no norte da Bahia, após investigações apontarem irregularidades na contratação de uma empresa que faz serviços laboratoriais, vinculada ao prefeito do município. O pagamento foi feito com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a PF, a investigação detectou que a Prefeitura de Queimadas contratou a empresa de fachada, em 2018, mas quem prestava os serviços laboratoriais era a do prefeito André Luiz Andrade (PT), o Dr. André, que estava no primeiro mandato. A Polícia Federal informou que os gestores municipais se recusaram a fornecer cópia dos procedimentos licitatórios investigados, para o inquérito civil instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF), que apurava as irregularidades. Os mandados de busca e apreensão cumpridos nesta quarta-feira foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Se comprovado as irregularidades, os investigados podem responder pelos crimes de responsabilidade de prefeito, fraude a licitação, além de desobediência e corrupção passiva. Em nota, a Prefeitura de Queimadas informou que vai se manifestar quando souber o inteiro teor da denúncia. A gestão do município afirmou também que tem colaborado com as investigações.
O Corpo de Bombeiros deflagrou a Operação Florestal para o combate a incêndios florestais na região de Luís Eduardo Magalhães, na região oeste da Bahia. Ao site Achei Sudoeste, o Tenente Reis, comandante da entidade, disse que, nessa época do ano, o tempo seco e a estiagem contribuem para o aparecimento de focos de incêndio e, através da operação, são enviados bombeiros treinados com o Curso de Combate a Incêndios Florestais para a região oeste. Hoje, duas equipes de combatentes estão na cidade de Luiz Eduardo Magalhães alojados na segunda companhia. “O fogo nesse período é em toda região. É um período de intenso combate e que tem surtido resultados muito positivos porque reduziram bastante a quantidade e a propagação desses focos”, afirmou. Comparado a 2020, quando houve muitos focos de incêndio na região, o comandante informou que o fogo está muito mais controlado em virtude das ações desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros. O Tenente explicou que muitos incêndios são ocasionados a partir de queimadas feitas por agricultores em suas propriedades na zona rural. Essas queimadas acabam fugindo do controle e provocando incêndios de grandes proporções. Segundo o comandante, o Corpo de Bombeiros também realiza um trabalho de conscientizações desses agricultores a fim de prevenir a ocorrência de eventuais incêndios.
Na Rua Paulo César Oliveira Ribeiro, no Bairro Olhos D’água, em Brumado, populares apontam que têm ocorrido queimadas irregulares em terrenos baldios, colocando os moradores em risco. Ao site Achei Sudoeste, o morador José Nilson, popular Nem, relatou que a situação é corriqueira e que os incêndios acontecem durante o dia e também à noite. “À noite é mais frequente”, contou. Os moradores desconhecem como o fogo é iniciado, mas suspeitam que pessoas de moto passam pela localidade e incendiam os terrenos.
Nilson alertou para o perigo das queimadas nessa época do ano, tendo em vista o calor e tempo seco. Na rua, um desses episódios ganhou maiores proporções e os moradores de uma residência vizinha tiveram de sair de casa porque o fogo e a fumaça se espalharam. Os populares conseguiram conter as chamas e evitar um mal maior. A comunidade pede que a secretaria de meio ambiente possa fazer uma fiscalização e penalizar os responsáveis. “É criminoso isso aí.”, afirmou.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgados no portal do Monitoramento de Queimadas e Incêndios Florestais, mostram uma elevação de 78% nos focos de queimadas na Bahia em agosto. Em julho, eram 530 focos em todo estado, no mês seguinte o número foi para 947. Esse aumento vem acompanhado dos alertas de baixa umidade em municípios do oeste baiano, o que intensifica os riscos de incêndios florestais na região. O uso do fogo de forma inadequada para limpar e preparar terrenos potencializam as ocorrências de queimadas, e trazem danos ambientais incalculáveis, além de afetar a rotina de muitos baianos. Associada as condições climáticas já adversas, essa prática, quando feita próxima as linhas de transmissão ou distribuição podem impactar o fornecimento de energia em muitas localidades. As queimadas podem provocar a interrupção de energia, mesmo que as chamas não atinjam os condutores elétricos. Isto acontece devido ao arco voltaico, gerado pela ionização do campo eletromagnético em volta dos condutores, originando os curtos-circuitos. “A fuligem e o calor tornam o ar capaz de conduzir corrente elétrica entre a fiação e o solo, ou entre os cabos da linha de transmissão. Isto pode provocar o desligamento da linha e a interrupção do fornecimento aos clientes. O calor e o fogo também provocam danos aos cabos e postes da rede elétrica”, explica Eder Ferreira, gerente de subtransmissão do Setor Sudoeste da Neoenergia Coelba.