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Anvisa alerta sobre risco de remédios contra obesidade antes de anestesia Foto: G1/Freepik

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta nesta segunda-feira (16) sobre os riscos do uso de medicamentos agonistas GLP-1 em pacientes que passarão por anestesia ou sedação profunda. Entre os remédios mencionados estão a semaglutida, liraglutida, lixisenatida, tirzepatida e dulaglutida. As informações são do G1. Esses medicamentos, usados principalmente no tratamento de diabetes e obesidade, podem retardar o esvaziamento do estômago, o que aumenta o risco de aspiração durante procedimentos médicos. Isso significa que o conteúdo do estômago pode entrar nos pulmões, o que pode resultar numa pneumonia. Por esse motivo, a agência alerta que os profissionais de saúde devem verificar se os pacientes que passarão por cirurgias fazem uso desses medicamentos. A Anvisa alerta ainda que, nesses casos, os profissionais devem tomar as devidas precauções para garantir a ausência de conteúdo gástrico residual antes da anestesia. Da mesma forma, os pacientes devem informar seus médicos sobre o uso desses medicamentos, caso tenham uma cirurgia marcada. Se houver reações adversas, elas devem ser notificadas no sistema VigiMed da Anvisa. A plataforma permite que cidadãos, profissionais de saúde, detentores de registro de medicamentos e patrocinadores de estudos possam reportar suspeitas de eventos adversos relacionados a medicamentos e vacinas.

Brasil inaugura fábrica de medicamentos para diabetes e obesidade Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, participaram na sexta-feira (23) da inauguração de fábrica de polipeptídeo sintético, em Hortolândia (SP), voltada para a produção de medicamentos para diabetes e obesidade. Em nota, o ministério informou que a fábrica vai produzir a liraglutida sintética, “produto inovador que foi submetido para registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e está na fila prioritária para avaliação”. Operada pela farmacêutica EMS, a fábrica também deve produzir a semaglutida, insumo do medicamento Ozempic, cuja patente vigora até março de 2026 e cujo pedido de registro já foi submetido à Anvisa. “Com um investimento de R$ 60 milhões, o espaço representa um marco histórico, pois é considerado o primeiro do tipo no país e faz parte das iniciativas do governo federal relacionadas ao Complexo Econômico-Industrial da Saúde”, avaliou o ministério, em nota. Durante a inauguração, Nísia destacou benefícios para pacientes com diabetes. “É o primeiro medicamento produzido no país para tratamento de diabetes e obesidade, de forma inovadora, utilizando peptídeos, a liraglutida e também a semaglutida”. “É motivo de muito orgulho e de muita expectativa”, disse. “A produção de polipetídeos sintéticos vai reduzir os efeitos colaterais para pacientes e também o custo, além de garantir avanço na autonomia do nosso país”, completou. Em sua fala, a ministra citou a importância de “esforços conjugados” e avaliou a inauguração da nova fábrica como “o encontro da competência e da qualidade do setor privado com as políticas públicas do governo federal”. Durante a cerimônia, Lula avaliou o momento como “auspicioso” para a saúde no Brasil. “Muito me alegra voltar a esse complexo industrial 17 anos depois da primeira visita”, disse, ao citar o poder de compra do Estado como “fator muito importante para o desenvolvimento da indústria nacional”. “Estamos convencidos de que o poder de compra do SUS vai permitir que a gente tenha uma indústria farmacêutica capaz de competir com qualquer uma do mundo. O Brasil cansou de ser pequeno, de ser um país em vias de desenvolvimento, de dizer que somos o país do futuro. Não.Queremos ser grandes. Pra nós, o futuro não é amanhã, começa agora. E essa fábrica é o exemplo de que o futuro já chegou na área da saúde”. As informações são da Agência Brasil.

Crianças brasileiras estão mais altas e mais obesas, mostra estudo Foto: Reprdoução/Globo News

As crianças no Brasil estão mais altas, porém mais obesas, segundo pesquisa que analisou dados de mais de 5 milhões de crianças de 3 a 10 anos. De acordo com o G1, o resultado foi publicado na semana passada na The Lancet Regional Health - Americas, revista que é referência na área de saúde. O estudo mostrou que houve aumento de 1 centímetro na trajetória da altura infantil nessa faixa etária e maior prevalência de obesidade e excesso de peso entre as crianças. A pesquisa foi feita por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a University College London (no Reino Unido). Segundo a Fiocruz, o estudo é o primeiro a analisar o peso e a altura de crianças em uma trajetória de tempo e com um grupo tão extenso. Os resultados, de acordo com a instituição, serão importantes para a tomada de decisão nas ações do poder público na atenção à infância. No estudo, foi incluída uma população de 5.750.214 crianças, de 3 a 10 anos, nascidas entre 2001 e 2014 - uma linha histórica de 13 anos.

Medicamento usado para diabetes poderá ser usado contra a obesidade Foto: Reprodução/Pfizer

A aprovação, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de um novo medicamento para tratamento da obesidade, trouxe uma esperança para pacientes que buscam tratamento para perda de peso. A semaglutida já era utilizada no Brasil para tratamento do diabetes tipo 2 e agora pode ser usada também no tratamento de sobrepeso e obesidade, em forma de medicamento injetável. Há, no entanto, diferença de dosagem. Enquanto que para o controle da glicose a semaglutida aplicada é de 0,5 miligrama a 1 miligrama, para redução do peso corporal a substância é de 2,4 miligramas. A semaglutida é da mesma família da liraglutida, também utilizada nos dois tratamentos. Mas o diferencial do medicamento aprovado pela Anvisa no início deste ano é sua eficácia. A semaglutida é vista entre os médicos como um avanço no tratamento da obesidade. Isso porque os outros medicamentos existentes possibilitam uma perda de peso de, no máximo, 10%. “Quando o paciente tem uma indicação de perda de peso inferior a 5% do peso corporal, a melhor indicação é mudança de hábito alimentar. Quando tem a necessidade de perda de peso de mais de 5%, até 15%, aliam-se as mudanças de hábitos de vida e a terapia farmacológica. A novidade é que a semaglutida pode reduzir mais de 15%”, explica o médico Paulo Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

30% da população adulta será obesa em 2030 Foto: Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia

Dados do Ministério da Saúde apontam que 22% da população brasileira adulta está obesa, mas a estimativa é de que 30% esteja nessa condição em 2030. De acordo com o Tribuna da Bahia, a projeção do Atlas Mundial da Obesidade 2022 para os próximos oito anos é de um bilhão de pessoas ou 17,5% dos adultos com obesidade em todo o planeta. O pior é que muitas pessoas desconhecem que a doença é crônica e precisa ser tratada. O tratamento convencional abrange reeducação alimentar, atividade física e, em alguns casos, remédios. Para determinados casos mais graves, a cirurgia bariátrica pode ser indicada, sobretudo para controle de doenças associadas, a exemplo da hipertensão arterial, aumento do colesterol e triglicérides, diabetes, apneia do sono, acúmulo de gordura no fígado, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, problemas articulares e alguns tipos de câncer. Entre 2011 e 2018, o número de cirurgias bariátricas no Brasil cresceu 84,7%, ultrapassando a marca de 400 mil procedimentos. Devido à pandemia de Covid-19, porém, houve uma grande queda no número de operações dessa natureza. De acordo com o DataSUS, em 2019, foram realizadas, em todo o país, 12.568 cirurgias bariátricas, contra 2.296 em 2021, uma redução de 81,7%.

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