Após criar filhos e netos, uma idosa de 82 anos decidiu retornar à sala de aula no ano passado e, em pouco tempo, já colhe os frutos da dedicação aos estudos. As informações são do G1. Moradora de Feira de Santana, Romilda Silva da Conceição conquistou uma medalha de menção honrosa na primeira fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Ela também passou para a segunda fase do concurso, cuja prova foi realizada no último dia 19. “Eu estava na sala, a professora foi e me chamou: 'sabe que a senhora passou?'. (...) Pra mim, foi uma surpresa eu ter passado, eu tenho até a medalha”, contou dona Romilda, exibindo a medalha e um sorriso à equipe de reportagem da TV Subaé. Ao longo da entrevista, ela contou que sua história com a educação foi marcada por diversas interrupções. Primeiro no município de Santo Estevão, onde cresceu, e depois de adulta em Feira de Santana. “Quando chegava a hora da gente estudar, meu pai levava a gente pra roça. À noite, chegava cansada da roça. Depois, eu casei”. A coragem para retomar os estudos veio justamente na terceira idade, com mais tempo para cuidar de si, já que os filhos estão crescidos. Atualmente, dona Romilda integra o programa de Educação para Jovens e Adultos (EJA) no Colégio Clóvis Ramos Lima. Para a família, ela é “motivo de orgulho”. “Quando você vê muitos adolescentes deixando de estudar, se envolvendo no mundo da criminalidade, e ela está ali perseverante, sempre buscando conhecimento. Essa sede de conhecimento levou ela a estudar, conhecer mais as coisas”, destacou a recepcionista Raíne Conceição, filha de Dona Romilda. A estudante medalhista é exemplo para os parentes. De acordo com a filha, os estudos até deixaram a idosa com “espírito mais jovem”.
Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) divulgados nesta terça-feira (05) mostram que cresceu o volume de estudantes brasileiros que não conseguiu atingir o que a OCDE considera um patamar mínimo de aprendizagem em Matemática para a idade. As informações são do jornal o Globo. Esse patamar subiu de 60% para 73%, entre 2018 e 2022. A média da OCDE é de apenas 31%. Já em Leitura e Ciências, o nível de brasileiros que não atingiram o Nível 2 de proficiência se manteve estável, mas ainda muito acima dos jovens do grupo de países desenvolvidos. De acordo com os relatórios da OCDE, o mínimo que se espera em Matemática de estudantes que participam do teste — todos na faixa de 15 anos — é que consigam interpretar e reconhecer, sem instruções diretas, como uma situação simples pode ser representada matematicamente (por exemplo, comparando a distância total entre duas rotas alternativas ou convertendo preços numa moeda diferente). “Esse resultado provavelmente representa um grande obstáculo na vida desses jovens, dificultando ou até mesmo impedindo que eles avancem em seus estudos, tenham oportunidades melhores no mercado de trabalho e participem plenamente na sociedade moderna”, afirma um relatório do Pisa divulgado pelo Inep, órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pelas estatísticas educacionais do Brasil. Na outra ponta de desempenho, cerca de 1% dos estudantes no Brasil atingiram os maiores patamares — os níveis 5 e 6 — em Matemática. A média da OCDE é de 9% e só 16 dos 81 países e economias participantes do Pisa 2022 conseguiram mais de 10% dos alunos nesses níveis de proeficiência. Neles, os alunos podem modelar matematicamente situações complexas e podem selecionar, comparar e avaliar estratégias apropriadas de resolução de problemas para lidar com elas.