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Agosto Lilás: Creas aponta índice elevado de violência contra a mulher em Brumado Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Criado por meio da Lei nº 14.448/2022, o Agosto Lilás é uma campanha que objetiva instruir a população sobre como identificar e reagir a casos de violência contra a mulher. Em Brumado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) tem feito diversas ações como parte da programação da campanha. Ao site Achei Sudoeste, o coordenador do Creas, Rodrigo Caires, destacou que o órgão e as demais autoridades de proteção aos direitos das mulheres estão se mobilizando através de palestras, eventos educativos e distribuição de materiais informativos com o intuito de empoderar as mulheres e sensibilizar à sociedade acerca da importância do respeito e da igualdade. A psicóloga Flávia Meira apontou que em Brumado há um grande número de mulheres que sofrem com violência doméstica e o Creas busca, por meio da escuta, fortalecer essas mulheres e incentivá-las a denunciar. “Nosso papel é fortalecer as vítimas para que elas denunciem e acabem com esse ciclo. A violência não é só a física, temos a violência psicológica, moral, patrimonial... As sequelas são muitas e podem se perpetuar pela vida toda da mulher”, alertou. Segundo Meira, as mulheres devem estar atentas aos sinais da violência doméstica para evitar consequências mais graves. Estes incluem xingamentos, agressões verbais, ameaças e a violência física.

Bahia já registrou mais de 3 mil casos de violência contra a mulher em 2024 Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, a Bahia registrou em 2024 o total de 3.635 casos de violações (qualquer fato que atente ou viole os direitos humanos de uma vítima, como maus tratos, exploração sexual, tráfico de pessoas) contra a mulher. Desse total, apenas 566 denúncias foram efetivadas. qualquer cidadão pode fazer denúncias através da Central de Atendimento à Mulher, pelo número telefônico 180. Na Bahia, há 15 Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deams) e sete Núcleos Especializados de Atendimento à Mulher (Neams). Há também a Deam Online, com funcionamento 24 horas para o registro de ocorrências e atendimento.

Neam busca união de forças para combater a violência contra a mulher em Brumado Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

O Núcleo de Atendimento à Violência contra a Mulher (Neam) em Brumado aderiu à campanha 21 Dias de Ativismo no Combate à Violência Contra Mulher. Ao site Achei Sudoeste, a delegada coordenadora da unidade, delegada Ellen Mara Lages Neiva Pierote, explicou que a campanha é um trabalho de conscientização da comunidade e de insistência com o Poder Público e o Poder Judiciário para diminuir os números de mulheres vítimas de violência doméstica. Para Pierote, a união de forças e a atuação da Secretaria de Assistência Social e do Conselho Tutelar são muito importantes para o atendimento das demandas dessas mulheres, sejam físicas e emocionais. Segundo a delegada, a cultura da violência doméstica é uma construção social que precisa ser desconstruída com educação por meio de palestras nas escolas e do processo de reeducação dos adultos que não enxergam que são agentes violentos. Por fim, Pierote convocou toda comunidade a abraçar a causa. “Conclamo toda sociedade brumadense a abraçar essa campanha porque juntos seremos sempre mais fortes”, destacou

16 dias de ativismo de combate e prevenção a violência contra a mulher em Brumado Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Em Brumado, o Centro de Referência de Assistência Social  (Creas) Chico Xavier iniciou nesta terça-feira (21) a campanha 16 dias de ativismo de prevenção e combate à violência contra a mulher. Coordenador do Creas Chico Xavier, Rodrigo Caires destacou que o tema possui importância global, porém, muitas vezes, é esquecido e até banalizado. Há muita subnotificação e o tema precisa ser muito debatido para conscientizar a todos. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Caires informou que, nos anos de 2020 e 2021, foi registrada uma queda nos números da violência contra a mulher no Creas. Neste ano, até o mês de novembro, foram registrados 28 casos na unidade. “São 28 mulheres que estão sofrendo violência. Vamos comemorar quando tiver no número 0. Precisamos falar mais e esclarecer sobre o tema”, frisou. A psicóloga Vitória Nunes explicou que a violência não é só física, mas moral, patrimonial, sexual e psicológica. A violência contra a mulher, conforme pontuou, reverbera por vários âmbitos da vida e o ciclo da violência prende a vítima e a impede de denunciar. A advogada Keila Pereira esclareceu que a Lei Maria da Penha ampara as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Entre os seus instrumentos, estão as medidas protetivas que buscam dar segurança às vítimas no processo de se desvencilhar dessas relações abusivas.  

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