Pesquisadores baianos transformaram TVs piratas apreendidas pela Receita Federal em minicomputadores para doação aos estudantes de instituições públicas. A ação é um projeto entre a Receita Federal, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), campus Feira de Santana, e outras universidades brasileiras, inclusive instituições privadas. Segundo Raissa Tavares, coordenadora do projeto na UFRB, a proposta tem três eixos de execução: descaracterização, robôs assistivos e educacionais e data Logger. “A descaracterização se dá pela remoção do software que dá acesso ilegal aos satélites e bloqueia o aparelho para que ele não possa ser TV pirata. O segundo ponto diz que o elemento que compõe o robô deverá ser de baixa complexidade e de baixo custo”, explicou. No último eixo, nomeado de “data Logger”, podem ser instalados programas para realização de coleta de dados. Neste processo de implementação, serão realizados testes de usabilidade e capacidade de armazenamento. Com a realização do projeto, a coordenadora estima que muitos alunos serão beneficiados com os minicomputadores feitos de diversos aparelhos que seriam destruídos. “Em Feira de Santana, estima-se que poderão ser potencialmente favorecidos, com a destinação dos minicomputadores, mais de 46 mil alunos de escolas públicas, matriculados nos anos finais e no ensino médio. Essa é uma demanda de forte relevância social, em função da grande necessidade de computadores nas redes de ensino público e a possibilidade de proporcionar o acesso dos estudantes à tecnologia”, disse Raíssa Tavares. Os equipamentos já foram descaracterizados e transformados em minicomputadores com a instalação do sistema operacional Linux. Agora, foi dado início ao desenvolvimento dos eixos robôs assistivos e educacionais e data logger. Além de Raissa Tavares, o time da UFRB é composto pelos pesquisadores Djoille Denner, Iuri Santos, João Luiz Carneiro, Leandro Brito, Nilmar de Souza, e o graduando em Engenharia, Pedro Guilherme Cerqueira.
Um professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) desenvolveu um método que indica adulterações em combustíveis. A descoberta consiste no uso de um pó e uma luz ultravioleta, que juntos fazem com que o etanol ou gasolina mudem de cor caso não estejam puros. O método desenvolvido na cidade de Amargosa está em fase de patenteamento e contou com a ajuda de alunos graduandos em química. De acordo com o professor e doutor Jorge Menezes, a ideia de criar o pó surgiu há 12 anos, através da observação de marcadores já existentes, como o de cédula de real e o de cartão de crédito. Todos eles garantem uma maior segurança para o consumidor. “O marcador pode te garantir soluções estratégicas importantes baratas e fáceis”, afirma. Ao longo dos estudos, diversas pesquisas foram feitas em parceria com os alunos, que descobriram que é possível verificar a existência de água nos combustíveis adulterados. Atualmente, essa comprovação de qualidade é feita apenas nos postos de combustíveis, através do rastreador de origem e do teste da proveta. O primeiro é feito pelas distribuidoras para garantir aos postos que o material recebido é puro. Já o segundo pode ser solicitado por qualquer consumidor, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Porém, segundo o mecânico Erenilton Santana, se um carro quebrar por causa do uso de gasolina adulterada o consumidor terá problemas para provar. E é aí que entra o mecanismo feito pelo UFRB. “O motor do carro e outras peças não aguentam o combustível adulterado, mas para provar que esse foi o motivo do veículo ter quebrado, o combustível teria que ir para o laboratório, seria uma questão mais rigorosa. Nenhum mecânico pode afirmar que o posto foi o culpado pelo problema”, afirmou. Com o novo produto, que promete ser acessível para a população, os testes poderão ser feitos pelo próprio consumidor ou técnicos de oficina, quando suspeitarem dos problemas causados pela adulteração. Segundo o professor, Jorge Menezes, o objetivo da ideia é facilitar a vida de quem usa combustível. “Se a gente não cuida do combustível, o desgaste prematuro das peças dos carros será maior e o consumidor precisará ir mais vezes na oficina. Esses consertos já eram caros há 12 anos e agora estão ainda mais”, afirmou.
O brumadense Iuri Silva, foi aprovado em cinco vestibulares para o curso de Medicina. Em Brumado, na UniFG, ele ficou em quarto lugar. Iuri também passou na UFRB, UEFS, UniFG (Guanambi) e Valença Fies. No município, o jovem estudou apenas em escolas públicas: na Escola Santa Rita de Cássia, no CMEAS e no Colégio Estadual de Brumado. Disciplinado, ele desenvolveu por conta própria uma rotina de estudos para passar no vestibular de Medicina. “Acordava às 06h30 e começava a estudar os conteúdos de 07h às 12h, dando pausa de uns 5 minutos para lanche às 09h. Separava 1 hora desse período para praticar leitura de livros não didáticos e notícias para estar sempre atualizado. Parava para almoçar e retornava aos estudos às 13h até às 19h30”, contou. O brumadense também fazia simulados e praticava 4 redações por dia. Filho de instrumentadora cirúrgica, Iuri relatou que viu crescer dentro de si o desejo de ajudar o próximo ao ver a mãe trabalhando. “Várias vezes já pensei em desistir de fazer Medicina e tentar outra profissão, mas nenhuma outra iria me deixar tão feliz como esta. A hora que eu chegava no Hospital Magalhães Neto para buscar minha mãe no trabalho ressurgia o pensamento de que desistir nunca é uma opção e o sentimento do amor pela Medicina, de saber que é naquela profissão que estarei realizado emocionalmente. Assim, eram esses fatores que me incentivavam a persistir no meu sonho”, salientou.