No último sábado (21), ao som de atabaques e cantos originários da África, o tradicional caruru de Dona Rita do Acarajé foi realizado em Brumado. O evento abre as homenagens a Cosme e Damião na cidade. Ofertado em geral no mês de setembro, em homenagem a santos e divindades católicos e do candomblé, o caruru de São Cosme e Damião foi reconhecido como patrimônio imaterial da Bahia. O título foi aprovado pelo pleno do Conselho Estadual de Cultura (CEC), em votação unânime, na última quinta-feira (19). A oficialização será no dia 27 de setembro, quando se celebra o Dia de São Cosme e Damião.
Ao site Achei Sudoeste, Rita Silva, popular Dona Rita do Acarajé, disse que oferta o caruru há 45 anos com muito axé para as crianças. Com uma receita bem temperada, Dona Rita prepara três caldeirões de caruru, bolinhos de acarajé, frango e vatapá para servir no evento. Muita gente passa pelo local para saborear o famoso caruru. A família toda se envolve na preparação do caruru de Cosme e Damião para que a tradição se mantenha viva e mais pessoas conheçam a cultura das religiões de matrizes africanas. “O orixá é tudo. Essa tradição é minha vida, o ar que eu respiro, a força da natureza”, destacou.
Dia de acordar cedo, vestir branco e se preparar (com fé e devoção) para uma caminhada de cerca de 6,5 km. Nesta quinta-feira (11), Salvador celebra a Lavagem do Bonfim, considerada a maior festa religiosa e popular da Bahia. De acordo com o G1, os festejos este ano homenageiam os 270 anos de construção da Basílica do Senhor do Bonfim, erguida em 1754 e uma das igrejas mais tradicionais e turísticas da capital baiana. A celebração teve início na região da Igreja da Conceição da Praia, no Comércio. Por volta das 5h, uma alvorada de fogos abriu os festejos. Grupos que se unem por meio do esporte também chegaram cedo com muita disposição para correr até o final do percurso, na Igreja do Bonfim. Por volta das 7h30, a imagem peregrina do Senhor do Bonfim foi retirada da Igreja da Conceição e saiu na 9ª Caminhada de Corpo e Alma. Neste ano, pela primeira vez em mais de 280 anos de devoção, cerca de 100 baianas saíram na caminhada ao lado do símbolo religioso. “Temos o propósito de caminhar juntos, como irmãos, e fazer essa integração de união e diversidade. Nenhum de nós é melhor que o outro, somos todos irmãos. Nos sentimos todos iguais enquanto caminhamos rumo à Colina Sagrada”, comentou o padre Edson Menezes, reitor da Basílica Nosso Senhor do Bonfim. O evento, que se tornou um culto inter-religioso com representantes de diversos segmentos religiosos, evidencia o clima de paz que é típico da Lavagem do Bonfim. Por volta das 12h10, o cortejo com a imagem peregrina chegou à Colina Sagrada para o momento mais esperado: a lavagem da escadaria da Igreja do Bonfim.
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) João Bonfim recepcionou o grupo de Terno de Reis da comunidade de Passagem em sua residência na cidade de Brumado, na noite desta quarta-feira (03). Ao site Achei Sudoeste, o anfitrião disse que o Terno de Reis é uma festa com bastante significado para os cristãos e é uma honra poder receber o grupo em sua casa. “É uma data em que procuramos manter viva a visita dos três Reis Magos que, guiados pela estrela guia, foram visitar Jesus ainda na manjedoura”, relatou. Para Bonfim, é muito importante a manutenção dessa tradição, visto que o Terno de Reis mantém viva essa lembrança do nascimento de Jesus e transmite a outras gerações esse evento que ocorreu a mais de 2 mil anos. “É muito importante fortalecermos essa tradição do Brasil, mas especialmente dos estados do Nordeste”, afirmou.
De geração em geração, a tradição do Terno de Reis é mantida há mais de 100 anos na cidade de Brumado. O grupo da comunidade da Passagem, na zona rural, existe há cerca de 130 anos. Membro do grupo, Lucílio Meira disse ao site Achei Sudoeste que é uma grande alegria manter viva a tradição de tantos anos. “É uma coisa milenar e que não podemos deixar acabar até pra incentivar as pessoas a ouvir e entender o significado do Santo Reis”, afirmou. Com 68 anos, Antônio Soares falou que começou a participar dos encontros com apenas 11 anos, assim como tantas crianças e jovens que também fazem parte hoje do Terno de Reis. Para Soares, é uma satisfação passar essa tradição para os três filhos e os sobrinhos. “É muita alegria”, falou.