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Brumado: 'Suspender o transporte ferroviário é andar na contramão do progresso', diz Sindferro Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias, Similares e Afins nos Estados da Bahia e Sergipe (Sindiferro) abriu um escritório de representação em Brasília para tratar exclusivamente da possibilidade de suspensão das atividades da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) no trecho entre a Bahia e o Sergipe. O órgão luta para reverter a decisão do grupo VLI, que detém a concessão da FCA. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o diretor de relações institucionais e intersindicais do sindicato, Antônio Eduardo, destacou que a situação é grave e pode encerrar uma história de crescimento das cidades por onde a FCA passa. Além disso, conforme apontou, prejudica o transporte ferroviário, considerado altamente viável. Os trabalhadores são os mais atingidos, porém o diretor ressaltou que toda uma cadeia de desenvolvimento e progresso será afetada. A luta do Sindferro é para que o governo federal intervenha e reverta o problema. “Pedimos que o governo reverta isso. Para isso, precisamos chamar a atenção de toda sociedade brumadense e do entorno. Realmente essa situação é danosa. Um país de dimensões continentais como o Brasil precisa de ferrovia”, defendeu. Para o diretor, caso a suspensão de fato se concretize, o país estará andando na contramão do progresso, haja vista que o transporte ferroviário é rentável economicamente, além de ser ambientalmente sustentável.

Sindferro solicita da Câmara de Brumado audiência especial para debater a FCA Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

A decisão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) de suspender suas atividades no trecho entre a Bahia e o Sergipe continua repercutindo. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias, Similares e Afins nos Estados da Bahia e Sergipe (Sindiferro) tem trabalhado no sentido de reverter a decisão. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o coordenador geral do órgão na Bahia, Paulino Rodrigues, informou que, em agosto de 2026, completa-se os 30 anos da concessão da VLI para gestão da FCA. No entanto, o grupo pediu ao governo federal a prorrogação desse prazo por mais 30 anos, sem o referido trecho, que compreende mais de 1800 km de ferrovia. Cerca de 256 trabalhadores estão ameaçados de perder o emprego caso a decisão se mantenha. Para Rodrigues, os impactos da suspensão são inúmeros. “A situação é dramática porque, por exemplo, o produto da Magnesita é transportado pela ferrovia. A demissão em massa vai prejudicar a Magnesita. O salário desses trabalhadores movimenta o comércio. Haverá um prejuízo enorme porque todas as cidades por onde passa a ferrovia na região seriam afetadas”, afirmou. Diante do problema, o Sindferro solicitou à Câmara de Vereadores de Brumado uma audiência especial para debater a manutenção da FCA na Bahia. O objetivo é, segundo Paulino, mobilizar a sociedade em um grande movimento e produzir um documento, que será enviado ao governo federal e aos órgãos fiscalizadores da concessão, a fim de impedir a referida suspensão. Uma possibilidade seria o governo assumir a gestão dessa malha ferroviária e evitar a demissão em massa de tantos trabalhadores.

Sindferro: 'FCA abandonou e sucateou malha ferroviária entre Bahia e Sergipe' Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Na década de 80, a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que liga o estado da Bahia a Minas Gerais, possuía cerca de 45 mil funcionários. Hoje, segundo Guilhermano Silva Filho, diretor de comunicação do Sindicato dos Ferroviários do Estado da Bahia (Sindferro), o trecho baiano da ferrovia conta apenas com 1 mil funcionários, entre diretos e indiretos. Todos podem ser demitidos devido à ameaça de desativação da FCA no trecho Bahia/Minas. Ao site Achei Sudoeste, Guilhermano denunciou que os prejuízos são incalculáveis para toda região por onde a ferrovia passa. Além disso, o diretor apontou que há um abandono explícito da malha ferroviária pela falta de interesse em operar no trecho após destruí-lo. “A empresa roeu a carne toda e deixou só o osso”, afirmou. Para quem quiser investir na ferrovia serão necessários, segundo o sindicalista, bilhões de reais para recuperar toda malha, visto que os trilhos estão totalmente desgastados depois de anos sem manutenção. “Vai ser preciso praticamente trocar tudo. A ferrovia toda está degradada e sucateada nessa região”, finalizou.

Encerramento de ferrovia pode interromper uma história de 60 anos em Brumado Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

A Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que liga o estado da Bahia a Minas Gerais, pode ser desativada após mais de 60 anos de história no trecho da cidade de Brumado. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Guilhermano Silva Filho, diretor de comunicação do Sindicato dos Ferroviários do Estado da Bahia (Sindferro), disse que, ao longo de 27 anos, a empresa usou e abusou da ferrovia e não investiu da forma devida. Cumprindo seu papel, o sindicato tem denunciado as condições de abandono em que se encontram os trabalhadores da FCA e os trechos ferroviários que a empresa representa. “Estamos entrando com ações contrárias porque ou ela entrega o trecho todo para outra empresa ou então continua com os funcionários e a malha entre Bahia e Minas funcionando”, afirmou. Guilhermano destacou que a situação é caótica na malha ferroviária, visto que a vida útil de trilhos e dormentes já se esgotou há bastante tempo e o mato tem tomado conta da linha férrea. Os descarrilamentos são constantes e, no trecho de Brumado, um trabalhador perdeu a vida por conta do problema. “Queremos investimentos. A malha aqui já está bastante sucateada”, apontou.

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