Localizado no Distrito de Morrinhos, o Centro Terapêutico de Guanambi (Ceteg), que atua no acolhimento de dependentes químicos para tratar o vício em drogas e álcool, está mobilizando a campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio. Ao site Achei Sudoeste, Kátia Mendes, psicóloga da comunidade, destacou que o suicídio é um tema muito delicado e ainda visto como tabu na sociedade. “O suicídio é uma manifestação de um indivíduo por não conseguir lidar com o sofrimento. O sujeito que tira a própria vida quer se livrar da dor que não consegue suportar”, explicou. Mendes alertou que o problema tem cunho sociocultural, na medida em que afeta não apenas o indivíduo, mas todo conjunto da sociedade. “É preciso haver políticas públicas para oferecer a esse sujeito condições de saúde mental para dar conta do real da vida”, frisou. Além das ações sociais que envolvem o poder público, a psicóloga chamou a atenção para a importância da família na prevenção ao suicídio, seja ouvindo esse indivíduo ou encaminhando o mesmo para os cuidados necessários.
O município de Guanambi requereu a autorização para divulgação de publicidade institucional referente à necessidade de divulgação de medidas de prevenção ao suicídio, no contexto do setembro amarelo, campanhas educativas sobre a prevenção de contágio por MPOX. Em decisão publicada neste sábado (31) e obtida pelo site Achei Sudoeste, a juíza Adriana Silveira Bastos, da 64ª Zona Eleitoral, deferiu o pedido, mesmo com manifestação contrária do Ministério Público Eleitoral (MPE). De acordo com a decisão, a campanha visa ao esclarecimento e mobilização da população sobre questão importante de saúde pública, como o setembro amarelo e prevenção ao MPOX. A justiça negou o pedido referente à orientação dos munícipes em relação ao sistema de iluminação pública. “Julgo parcialmente procedente o o pedido para autorizar, nos termos do art. 73, VI, b, da Lei n.° 9.504/97, a publicidade institucional requerida, apenas em relação à campanha do setembro amarelo e da prevenção ao Mpox, nos estritos termos necessários ao alcance da sua finalidade. Ressalta-se que tais esclarecimentos devam ser prestados por agentes públicos que não estejam envolvidos na disputa eleitoral, mantendo-se vedado realizar-se a divulgação em quaisquer espécies de meios de comunicação ou informativos pessoais ou institucionais de candidatos, partidos, federações ou coligações”, sentenciou a magistrada.
Nesta quarta-feira (27), o Colégio Estadual Getúlio Vargas promoveu uma passeata pelas ruas da cidade de Brumado em alusão ao Setembro Amarelo, mês de conscientização e prevenção ao suicídio. A professora Cássia Vanessa ressaltou que a principal importância de envolver os alunos em uma iniciativa dessa natureza é combater os altos índices de jovens que cometem suicídio, principalmente aqueles em idade escolar. “Temos tido o trabalho aqui no Colégio Getúlio Vargas de conscientizar os meninos no sentido de buscar ajudar, pensar em medidas de autocuidado, compreender que a escola e a família precisam ser locais de apoio e que buscar ajuda profissional, quando necessário, é importante”, salientou. A iniciativa, conforme explicou, também busca desmitificar a ideia de que a ajuda médica é só para quem chega em um estágio muito ruim. “A gente precisa ter um acompanhamento psicológico justamente pra prevenir porque temos percebido alto índice de ansiedade e até indicativos de transtornos depressivos entre os estudantes. Os jovens são uma população vulnerável nesse sentido. Então, em função disso, temos trabalhado nessa direção de conscientizá-los”, afirmou. Na passeata, foram distribuídas sementes de girassol aos participantes. Como se trata de uma flor que está sempre voltada para o sol, a mensagem traz em seu bojo a busca por luminosidade e ajuda para tratamento das questões mentais.
Ao site Achei Sudoeste, o terapeuta neurolinguístico Osmagno Márcio falou sobre a campanha Setembro Amarelo, dedicada à prevenção do suicídio. Segundo Márcio, no Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho de Medicina e o Conselho de Psiquiatria debatem ao longo de todo mês de setembro a importância de falar acerca de saúde mental. “Temos que desmistificar a mente humana. A gente tem que mostrar que a mente humana não é tão difícil de se entender e compreender. Por muitas vezes, o ato do suicídio é por não compreender os pensamentos. Esse mês é bastante assertivo para trazer esse assunto à tona”, afirmou. Para o terapeuta, o suicídio vai muito além de “falta de fé” ou fraqueza” e os estudos apontam a relação com fatores como depressão, ansiedade, ausência de afeição e isolamento. “São diversos motivos”, garantiu. Nesse sentido, Osmagno relatou que falta empatia da sociedade com as pessoas que sofrem com questões relacionadas à saúde mental e, consequentemente, mais escuta ativa para ajudar o próximo. “Às vezes, eles só querem ser escutados. No mundo corrido, as pessoas não escutam o outro. Falta resiliência e empatia pra entender que a depressão, a ansiedade e o isolamento são doenças. Quem tá depressivo não precisa só de remédio não, precisa de apoio, de um abraço e de oração, se houver fé”, alertou.