O Corpo de Bombeiros deflagrou a Operação Florestal para o combate a incêndios florestais na região de Luís Eduardo Magalhães, na região oeste da Bahia. Ao site Achei Sudoeste, o Tenente Reis, comandante da entidade, disse que, nessa época do ano, o tempo seco e a estiagem contribuem para o aparecimento de focos de incêndio e, através da operação, são enviados bombeiros treinados com o Curso de Combate a Incêndios Florestais para a região oeste. Hoje, duas equipes de combatentes estão na cidade de Luiz Eduardo Magalhães alojados na segunda companhia. “O fogo nesse período é em toda região. É um período de intenso combate e que tem surtido resultados muito positivos porque reduziram bastante a quantidade e a propagação desses focos”, afirmou. Comparado a 2020, quando houve muitos focos de incêndio na região, o comandante informou que o fogo está muito mais controlado em virtude das ações desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros. O Tenente explicou que muitos incêndios são ocasionados a partir de queimadas feitas por agricultores em suas propriedades na zona rural. Essas queimadas acabam fugindo do controle e provocando incêndios de grandes proporções. Segundo o comandante, o Corpo de Bombeiros também realiza um trabalho de conscientizações desses agricultores a fim de prevenir a ocorrência de eventuais incêndios.
Na Rua Paulo César Oliveira Ribeiro, no Bairro Olhos D’água, em Brumado, populares apontam que têm ocorrido queimadas irregulares em terrenos baldios, colocando os moradores em risco. Ao site Achei Sudoeste, o morador José Nilson, popular Nem, relatou que a situação é corriqueira e que os incêndios acontecem durante o dia e também à noite. “À noite é mais frequente”, contou. Os moradores desconhecem como o fogo é iniciado, mas suspeitam que pessoas de moto passam pela localidade e incendiam os terrenos.
Nilson alertou para o perigo das queimadas nessa época do ano, tendo em vista o calor e tempo seco. Na rua, um desses episódios ganhou maiores proporções e os moradores de uma residência vizinha tiveram de sair de casa porque o fogo e a fumaça se espalharam. Os populares conseguiram conter as chamas e evitar um mal maior. A comunidade pede que a secretaria de meio ambiente possa fazer uma fiscalização e penalizar os responsáveis. “É criminoso isso aí.”, afirmou.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgados no portal do Monitoramento de Queimadas e Incêndios Florestais, mostram uma elevação de 78% nos focos de queimadas na Bahia em agosto. Em julho, eram 530 focos em todo estado, no mês seguinte o número foi para 947. Esse aumento vem acompanhado dos alertas de baixa umidade em municípios do oeste baiano, o que intensifica os riscos de incêndios florestais na região. O uso do fogo de forma inadequada para limpar e preparar terrenos potencializam as ocorrências de queimadas, e trazem danos ambientais incalculáveis, além de afetar a rotina de muitos baianos. Associada as condições climáticas já adversas, essa prática, quando feita próxima as linhas de transmissão ou distribuição podem impactar o fornecimento de energia em muitas localidades. As queimadas podem provocar a interrupção de energia, mesmo que as chamas não atinjam os condutores elétricos. Isto acontece devido ao arco voltaico, gerado pela ionização do campo eletromagnético em volta dos condutores, originando os curtos-circuitos. “A fuligem e o calor tornam o ar capaz de conduzir corrente elétrica entre a fiação e o solo, ou entre os cabos da linha de transmissão. Isto pode provocar o desligamento da linha e a interrupção do fornecimento aos clientes. O calor e o fogo também provocam danos aos cabos e postes da rede elétrica”, explica Eder Ferreira, gerente de subtransmissão do Setor Sudoeste da Neoenergia Coelba.