Dados divulgados pela pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que o setor de fruticultura registrou um crescimento expressivo em 2023, na Bahia. O estado alcançou um patamar recorde na produção de frutas. Ao todo, foram gerados R$ 5,7 bilhões em 2023, ou seja, um aumento de 16,4% em relação ao ano anterior. Os números colocam a Bahia como o terceiro maior produtor de frutas do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Pará. Impulsionada pela expansão da fruticultura, a economia de diversos municípios baianos foi revitalizada. O maracujá contribuiu significativamente para os bons resultados. Livramento de Nossa Senhora liderou a produção nacional de maracujá, com 44.395 toneladas, enquanto Ituaçu e Barra da Estiva, na Chapada Diamantina, dividiram a terceira posição com 30 mil toneladas cada. Além da manga e do maracujá, outras frutas como o mamão e o cacau também apresentaram desempenho expressivo. A Bahia assumiu a liderança nacional na produção de mamão, com destaque para o município de São Félix do Coribe, com 354.525 toneladas. O município figura no como quinto maior produtor nacional, com 46.900 toneladas. Já o cacau lidera o ranking nacional na produção de amêndoa.
As altas temperaturas registradas nos últimos meses impactaram diretamente na produção de manga em Livramento de Nossa Senhora, na região sudoeste da Bahia. O engenheiro agrônomo Ricardo Cordeiro explicou que a temperatura ideal para uma boa produção da fruta é entre 25°C e 30°C. Porém, desde o mês de outubro, as plantações vêm sofrendo com temperaturas próximas dos 40°C. Segundo Cordeiro, acima dos 30°C, as plantas começam a apresentar problemas em sua evolução e o fruto não se desenvolve adequadamente. O reflexo disso é uma baixa produção na safra que ocorre de fevereiro a abril, ou seja, no primeiro semestre de 2024, podendo haver um desabastecimento no mercado e a elevação dos preços do produto. Além da manga, de acordo com o especialista, outra produção muito afetada pelas altas temperaturas é a do maracujá. Ele informou que o quilo do fruto na região tem atingido até R$ 7 justamente pela baixa produção. “Uma caixa de maracujá hoje tá custando na roça entre R$ 90 e R$ 100. Isso jamais aconteceu. É até histórico. Isso é excelente para o produtor, mas ruim porque não tem a mercadoria para comercializar”, avaliou durante entrevista para a Rádio Portal FM. Segundo o IBGE, Livramento de Nossa Senhora é o 5º maior produtor de manga do Brasil.