O Ifba, em Brumado, obteve a segunda melhor pontuação no Enem/2022 em todo estado da Bahia. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o diretor acadêmico da instituição, Samuel Dutra, disse que a cidade ganha uma projeção e visibilidade a nível estadual com essa grande conquista. “Temos em Brumado a segunda melhor escola pública do Estado da Bahia”, comemorou. Dutra destacou que o resultado se deve ao modelo de ensino adotado pela rede federal como um todo, do ensino médio ao integrado. “É um modelo inovador que só existe no Brasil, uma instituição como o Ifba e os demais institutos federais do país que oferecem cursos de nível técnico, médio e superior. A nossa meta é formar estudantes e cidadãos de forma integral para o mundo do trabalho e para vida. Uma formação humanística”, salientou. Na rede federal, o diretor apontou que há uma maior valorização do professor e um maior investimento em estrutura para ensino-aprendizagem. Segundo ele, tudo isso aliado ao modelo de ensino integrado, que prioriza atividades interdisciplinares, aulas em laboratórios, aulas de campo, visitas técnicas e projetos diversos, tem contribuído para o sucesso dos estudantes. “Em Brumado, conseguimos aplicar isso de forma bastante competente. Temos clareza hoje por conta desse resultado”, justificou.

De acordo com levantamento realizado pela edtech AIO Educação, em 2022, nove dos 10 colégios públicos baianos com as melhores notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fazem parte do sistema federal de ensino. Entre as instituições de destaque, o Ifba, em Brumado, se destacou com uma média de 623,77 pontos, consolidando-se como um dos principais protagonistas no cenário educacional da região. O Colégio Militar de Salvador (CMS) lidera a lista com uma média de 651,33 pontos. Em Brumado, o Ifba foi inaugurado em 2016 e, hoje, oferece uma estrutura moderna, incluindo salas de aula, laboratórios e ambientes acadêmicos de alta qualidade. Segundo Samuel Dias Dutra, diretor acadêmico do campus, os excelentes resultados dos alunos no Enem e em outros processos seletivos são uma consequência direta da qualidade do ensino oferecido na instituição. O modelo de ensino integrado, que prioriza atividades interdisciplinares, aulas em laboratórios, aulas de campo, visitas técnicas e projetos diversos, tem desempenhado um papel fundamental no sucesso dos estudantes.

O aluno Antônio Miguel faz parte do curso de robótica pedagógica inclusiva, apresentado pelo Ifba de forma pioneira em Brumado, na região do Sertão Produtivo. O estudante possui a síndrome de Möbius, que resulta de uma desordem neurológica complexa e se caracteriza por malformações nas mãos e em estruturas orofaciais. Mesmo com as suas limitações, o aluno tem demonstrado uma habilidade diferenciada durante as aulas do laboratório de robótica. Ao site Achei Sudoeste, a professora Kátia Quele destacou que o projeto de robótica educacional tem sido muito eficaz para todos os envolvidos, não só para os estudantes com necessidades específicas, mas para aqueles em vulnerabilidade social e que estão em acompanhamento psicológico. 

“É um projeto ímpar dentro do nosso instituto. Espero que ele possa ser incentivado ainda mais, que ele possa crescer e a gente saia daqui com projetos muito eficientes”, afirmou. Para Quele, a inclusão é um processo em que se deve enxergar o sujeito e não a deficiência e todo avanço precisa ser celebrado no percurso. O aluno Antônio Miguel está gostando bastante de participar das aulas. “Tô muito feliz. A robótica é muito interessante, gosto demais. Tenho aprendido muito e feito amizade com os meus colegas”, contou.

Em Brumado, na região sudoeste da Bahia, o Ifba lançou um projeto piloto para inclusão de alunos com necessidades especiais no curso de robótica da instituição. Ao site Achei Sudoeste, o professor Marcos Pereira dos Santos relatou que trabalhou neste ano com um aluno com necessidades específicas e pode comprovar, através da disciplina Robótica Pedagógica, que a inclusão desses estudantes agrega valor ao curso e é uma oportunidade de aprendizado muito interessante aos mesmos. “É um ambiente de ensino-aprendizagem que oportuniza ao aluno várias habilidades: montar peças, programas e trabalhar com situações desafiadoras. Tem dado super certo”, afirmou. Além do aprendizado em si, o professor destacou que a ideia do projeto é inserir esses alunos no ambiente da universidade e fazê-los se sentir produtivos e acolhidos apesar de todos os obstáculos. “Estamos sendo pioneiros nessa área de inserção. Falta material, inclusive escrito. No início, tivemos que adaptar muitas coisas. Para os alunos, com necessidades especiais ou não, temos que estar sempre nos reinventando”, asseverou.

Um seminário que discutiu a inclusão foi realizado no campus do Ifba, na cidade de Brumado. Ao site Achei Sudoeste, a professora Kátia Kelly, que atua na coordenação pedagógica de apoio a pessoa com necessidade específica, explicou que a pessoa que tem uma necessidade específica precisa de adaptação, de acessibilidade, de orientação e formação adequada para garantir um ambiente seguro e com qualidade. Neste ano, o seminário discutiu a necessidade de vencer os desafios de uma sociedade capacitista. “Queremos sair desse lugar de só enxergar a deficiência e enxergar o sujeito, a pessoa, o indivíduo como nós somos. Nós não somos a deficiência, o cadeirante, nem a surdez, nem a cegueira, somos pessoas”, afirmou. A ideia do seminário, conforme salientou a coordenadora, é promover a inclusão a partir do lugar onde o conhecimento é construído para que, a partir daí, essas pessoas possam ser enxergadas com maior sensibilidade. Para a professora, falta uma mudança no olhar para as pessoas com necessidades específicas, visto que as leis existem. “Não adianta garantirmos as rampas, a acessibilidade da comunicação com intérprete, o piso tátil e toda acessibilidade em braile se eu não tiver uma postura diferente, a inclusão não acontece de fato. Precisamos de uma atitude inclusiva, que parte de cada um”, reiterou. O evento reuniu diversos palestrantes engajados no tema da inclusão.    

Em Brumado, o Ifba abriu as inscrições para o Processo Seletivo 2024. Coordenadora do campus, Gilvanete Messias, explicou que, neste ano, passado o período de pandemia, em que o processo seletivo era feito apenas por meio de análise de histórico, a seleção ocorrerá de modo diferente. Ao site Achei Sudoeste, Messias informou que a modalidade integrada, para os alunos que estão terminando o 9º ano, será por meio de prova. Já para modalidade subsequente, para aqueles que concluíram o ensino médio, será via sorteio. As inscrições tiveram início nesta segunda-feira (21) e se encerram no dia 22 de setembro. Os interessados devem acessar o site do Ifba e preencher o formulário de inscrição. A taxa é de R$ 50 (modalidade integrada). Vale salientar que é possível pedir isenção para pagamento de um valor simbólico da taxa de inscrição. No edital, estão contidas todas as informações acerca dos alunos que têm direito a essa isenção. Messias ressaltou que é muito importante que os candidatos leiam o edital na íntegra para conhecimento dos detalhes do certame e esclarecimento de eventuais dúvidas. A prova será aplicada no dia 9 de outubro. Já o sorteio acontece com horário e data marcados pelo campus. Segundo a coordenadora, no total, são 220 vagas: 140 para a modalidade integrada (técnico em edificações e técnico em informática) e 80 vagas para modalidade subsequente (técnico em mineração e técnico em edificações). “Venham fazer parte da equipe do Ifba. Estamos aqui para acolher”, convidou.