A Bahia tem muitos motivos para comemorar o dia do cacau na quarta-feira (26). Com recorde de exportações, liderança do ranking nacional e preço recorde no mercado de commodities (definido internacionalmente), o cacau voltou a ser o fruto de ouro do estado. Somente em 2024, o estado gerou US$ 434 milhões em exportações, 119% a mais que em 2023, com cerca de 46 mil toneladas exportadas. A cotação do cacau que era de R$ 22 por quilo no início de 2024, alcançou R$ 46,67 por quilo nesta semana e chegou a ser comercializado por quase R$ 60 o quilo no mercado internacional em dezembro do ano passado. O aumento dos preços tem explicação: os maiores produtores mundiais, Costa do Marfim e Gana, tiveram suas produções impactadas por questões sanitárias, com redução brusca da produção. Enquanto isso, a Bahia expandiu. Em dados divulgados pela Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), do IBGE, em setembro do ano passado, a Bahia recuperou a primeira posição na produção de cacau em amêndoas do país, ultrapassando o Pará após cinco anos. Segundo o IBGE, a Bahia possui atualmente 449 mil hectares de plantio, com produção de 119 mil toneladas de cacau.
A Bahia fechou o ano com alta de 5,2% das exportações e alta expressiva das importações (25,4%) em 2024, com relação ao ano de 2023, de acordo com o Relatório de Acompanhamento do Comércio Exterior da Bahia (RACEB), elaborado pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). O resultado das exportações foi o segundo melhor da série histórica, ficando atrás apenas de 2022. Apesar da redução de 3,6% nos preços dos produtos exportados, o volume de embarques registrou um avanço de 3,0%, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic, e os produtos que mais contribuíram para esses números foram a soja (20%), seguido por óleo combustível, celulose solúvel, algodão, bulhão dourado (ouro), bagaços de soja, celulose em pasta, minérios de níquel, sulfetos de minérios de cobre e pneus. No caso das importações, houve um crescimento expressivo de 25,4%, totalizando US$ 10,7 bilhões em 2024. Os preços dos produtos importados apresentaram uma queda de 6,6%, enquanto o volume importado teve um aumento de 8%, conforme os índices da Secex. Já o Brasil apresentou leve recuo nas exportações, uma queda de 0,8% enquanto as importações nacionais fecharam o ano com alta de 9,2%, com destaque para a alta das compras externas por combustíveis. O destaque nacional ficou por conta da Indústria de Transformação, que registrou um recorde de US$ 181,8 bilhões nas exportações, o maior valor apurado na série histórica, iniciada em 1997. O saldo da balança comercial brasileira ficou em US$ 75,2 bi, bem inferior ao registrado em 2023 (US$98,9 bilhões). Para 2025, o Banco Mundial projeta um cenário de estabilização do crescimento econômico, apesar da desaceleração das principais economias globais, com destaque para a China, maior parceiro comercial do Brasil e da Bahia. No contexto nacional, a expectativa do mercado aponta para uma alta da inflação, que pode atingir 5,60%, câmbio a R$6,00 e um aumento da taxa básica de juros, podendo chegar a 15%, que desaquece ainda mais a dinâmica econômica. A expectativa para o crescimento do PIB tanto nacional quanto baiano é na casa dos 2%. Esses fatores representam um ponto de atenção para a indústria, que também enfrenta desafios diante das recentes medidas protecionistas adotadas por Donald Trump, especialmente no setor siderúrgico — no qual o Brasil se destaca como o segundo maior exportador de aço para os EUA.
Em novembro deste ano, o Brasil exportou 4,66 milhões de sacas de 60 quilos (kg) de café. As informações são da Agência Brasil. Com o resultado, 5,4% superior ao do mesmo mês de 2023, quando o país vendeu 4,42 milhões de sacas do produto para o mercado externo, o setor cafeicultor estabeleceu um novo recorde: a um mês do fim do ano, os produtores nacionais já tinham embarcado o total de 46,399 milhões de sacas, superando em 3,78% o maior volume registrado até então, que era de 44,707 milhões de sacas ao longo dos 12 meses de 2020. De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), entidade que divulgou os dados estatísticos nesta segunda-feira (9), com as vendas externas do produto, o Brasil recebeu, só em novembro, US$ 1,343 bilhão – quantia 62,7% superior aos US$ 825,7 milhões aferidos no mesmo mês de 2023. Se comparadas as receitas recebidas de janeiro a novembro deste ano (US$11,30 bi) às do mesmo período de 2023 (US$ 9,24 bi), o crescimento é da ordem de 22,3%. Até o fim de novembro, os principais importadores do café brasileiro foram os Estados Unidos (7,419 milhões de sacas, ou 16% do total), Alemanha (7,228 milhões), Bélgica (4,070 milhões), Itália (3,702 milhões) e Japão (2,053 milhões), sendo que, no acumulado, os japoneses importaram, este ano, um volume 0,3% inferior ao do mesmo período de 2023. A espécie de café que o Brasil mais tem exportado em 2024 continua sendo a arábica: mais de 33,97 milhões de sacas. De acordo com o Cecafé, esse volume, 23,2% superior ao do mesmo intervalo no ano passado, é o maior da história para o período de 11 meses. Na sequência vem a espécie canéfora (conilon + robusta). Os cafés de qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis responderam por 17,5% das exportações totais brasileiras entre janeiro e novembro de 2024, com a remessa de 8,112 milhões de sacas ao exterior. Esse volume é 33,5% superior ao registrado nos 11 primeiros meses do ano passado. O preço médio do produto foi de US$ 269,41 por saca, gerando uma receita cambial de US$ 2,185 bilhões, ou 19,3% do total obtido.
No cenário pujante do agronegócio brasileiro, a Bahia se destaca como uma força de ponta no Nordeste, liderando as exportações agrícolas da região no primeiro semestre de 2024. Com um volume de negócios de 2,8 bilhões de dólares em produtos enviados para mercados internacionais, o estado representou 44,29% das exportações totais do Nordeste, um testemunho da sua robustez econômica e da qualidade excepcional dos seus produtos. O complexo de soja, com sua demanda global crescente, foi o carro-chefe das exportações, constituindo 40,5% do total, seguido por produtos florestais, que representaram 25,64%, fibras e produtos têxteis com 15,15%, e o renomado cacau baiano, que compôs 6,5% das exportações. Essa diversidade não apenas sublinha a riqueza do portfólio agrícola da Bahia, mas também reflete a capacidade de adaptação e inovação dos produtores locais. Segundo Wallison Tum, secretário da Agricultura da Bahia, “a variedade das commodities que exportamos é um espelho da riqueza e do dinamismo do nosso agronegócio, que continua a se expandir e a conquistar novos mercados”. O sistema Agrostat, administrado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), aponta a China como o principal destino das exportações baianas, absorvendo 45,41% dos produtos. Esta parceria estratégica com o gigante asiático não só reforça a posição da Bahia como um player global, mas também destaca a importância do estado como um hub de agronegócio inovador e sustentável. A Bahia continua a investir em tecnologias agrícolas avançadas e práticas sustentáveis, garantindo que a qualidade dos seus produtos atenda aos padrões internacionais mais exigentes. Com uma visão voltada para o futuro, o estado se prepara para não apenas manter, mas fortalecer sua liderança nas exportações agrícolas, promovendo a prosperidade econômica e o desenvolvimento sustentável da região. As informações são do Bahia Econômica.
O Brasil foi reconhecido, pela segunda vez, como país exportador de cacau com 100% de qualidade. A aprovação foi concedida em Madagascar, na África Ocidental, durante painel realizado nos dias 13 e 14 de junho, pelo Conselho Internacional de Cacau. Durante o evento, o dinamismo do setor produtivo do cacau brasileiro foi destacado como exemplo, principalmente as características únicas da fruta com manejo do sistema cabruca. Além disso, foi emitida recomendação internacional para que o Brasil seja mantido como exportador exclusivo do produto. O titular da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia, Wallison Tum, pontuou que a recente conquista e reconhecimento internacional são consequência de como a Bahia se mostra para o mundo através do setor produtivo do cacau. “Em 2021, as amêndoas de cacau da Bahia receberam o prêmio de primeiro e segundo lugar no Concurso Internacional de Cacau - Cocoa Of Excellence - COEX2021 e primeiro e segundo lugar no Concurso Nacional do Cacau, como melhor amêndoa, por apresentar excelente qualidade. Isto também está intrínseco no trabalho longevo entre governo, produtores e sociedade, para o reconhecimento do fruto, para além de nossas fronteiras”.
O comércio exterior baiano perdeu força no primeiro semestre de 2023. As exportações apresentaram queda de 26,8% e as importações recuaram 18,6% em relação ao mesmo período de 2022, de acordo com o Relatório de Acompanhamento do Comércio Exterior da Bahia (RACEB), elaborado pela Gerência de Estudos Técnicos da FIEB. “A Bahia foi afetada pela queda dos preços internacionais, refletindo em uma menor demanda por produtos da pauta de exportação baiana", pontua o especialista em Desenvolvimento Industrial da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Danilo Peres. Nos seis primeiros meses deste ano, as exportações baianas totalizaram US$ 5,0 bilhões. Os principais produtos exportados neste período foram: óleo combustível (fuel oil) (19,9%), soja (18,2%), celulose em pasta (8,7%), bagaços de soja (5,8%) e bulhão dourado (5,7%). Juntos, esses cinco produtos foram responsáveis por 55,9% das vendas externas da Bahia. Já as importações fecharam o semestre em US$ 4,7 bilhões. Os principais produtos importados no período de janeiro a junho deste ano foram: óleos brutos de petróleo, nafta petroquímica, cloretos de potássio, cacau, trigos, sulfetos de minérios de cobre, diidrogeno-ortofosfato de amônio, querosenes, GNL e óleo diesel. Juntos, esses produtos corresponderam por 64,2% das compras externas baianas. O relatório aponta que no primeiro semestre deste ano a China segue como principal país de destino dos produtos baianos, respondendo por 23,6% das exportações do estado, seguida por Singapura (10,8%), EUA (9,2%), Canadá (7,2%) e Alemanha (5,9%). Já os principais países fornecedores da Bahia foram: Estados Unidos (20,5%), Angola (12,8%), Espanha (10,1%), China (10,0%) e Gabão (5,2%).