As eleições para diretoria do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia (ADPEB) foram adiadas, após decisão da Justiça. O pleito ocorreria nesta sexta-feira (25), mas foi suspenso por conta de uma ação da chapa de oposição, que foi impedida de concorrer pela comissão eleitoral da entidade. Segundo o delegado Jesus Pablo Barbosa, candidato de oposição à presidência do sindicato, integrantes da comissão eleitoral apontaram possíveis irregularidades em sua chapa. No entanto, segundo apontou a decisão judicial, os responsáveis por organizar a eleição eram integrantes da outra chapa inscrita no processo. “Eles alegaram que dois integrantes da nossa chapa estariam com problemas associativos e por isso indeferiram a chapa por completo, sendo que o Estatuto fala apenas da inelegibilidade dos candidatos que se encontram nessa situação. Depois do indeferimento a gente descobriu que três integrantes da comissão eleitoral, bem como o atual presidente, que os indicou, integravam a chapa que passaram a divulgar como sendo a única a concorrer”, disse o delegado Jesus Pablo Barbosa, agora candidato à presidência da ADPEB. Por conta disso, a chapa que teve o registro negado entrou com ação que foi acatada pelo juiz substituto George James Costa Vieira, da 1ª Vara Civil e Comercial de Salvador, que ainda fixou uma multa de R$ 10 mil em caso de descumprimento. A entidade, que atualmente é presidida pelo delegado Fábio Lordelo, chegou a recorrer da decisão inicial, publicada no dia 18 deste mês, mas o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) manteve a suspensão da eleição. O g1 entrou em contato com a ADPEB para comentar a decisão, mas até a publicação desta reportagem não recebeu respostas. Na última quarta-feira (23), foi nomeada uma nova comissão eleitoral. A partir disso, foi definida uma nova data para as eleições, que acontecerão no 19 de dezembro, com locais de votação em Salvador, Barreiras, Seabra, Vitória da Conquista, Juazeiro, Eunápolis e Santo Antônio de Jesus.
Nesta quinta-feira (11), foi realizada uma audiência Pública no Castelo Alto do Xangô para debater as questões envolvendo a intolerância contra as religiões de matrizes africanas (veja aqui). A Ouvidora da Defensoria Pública Estadual (DPE), Cirlene Assis, marcou presença na audiência. Ao site Achei Sudoeste, ela pontuou que a audiência foi promovida na perspectiva da garantia de direitos diante das invasões de terras sofridas pelo Castelo Alto do Xangô e pela Sociedade Sagrada Floresta do Xangô. “Isso faz parte da intolerância religiosa porque ninguém invade ou vai lotear um templo católico ou evangélico”, apontou. Segundo Assis, a grilagem está acontecendo nas terras do Alto do Xangô, que detém a posse mansa e pacífica da área de propriedade da União, há 7 anos e a audiência também visa defender os direitos do Território do Xangô e a liberdade religiosa. “Todos devem ter o direito de professar sua fé, independente de qual seja a religião. Isso tudo é fruto da grilagem e da posse ilegal do território, que chega ao ponto de ameaçar a vida das pessoas. Enquanto órgão público, não queremos sangue derramado nesse chão. Chega de intolerância”, pediu. Na oportunidade, a defensora também chamou a atenção para o fato de a Bahia ser preconceituosa. “A Bahia é racista. O estado foi estruturado no racismo. É um processo histórico. Quem tem direito a terra na Bahia é branco”, lamentou.
Nesta quinta-feira (11), a Defensoria Pública Estadual (DPE) promoveu uma audiência pública para debater questões envolvendo o racismo estrutural e a intolerância religiosa na cidade de Brumado. O evento aconteceu no Castelo Alto do Xangô, palco de inúmeras perseguições e intolerância frente à invasão de suas terras. A audiência foi marcada pela presença de diversos órgãos e autoridades públicas. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o Sacerdote Pai Dionata de Xangô disse que está otimista que, após a audiência pública, o Judiciário Estadual e Federal irá tomar as medidas cabíveis para garantir a segurança do Centro Cultural Castelo Alto do Xangô e da Sociedade Floresta Sagrada Alto do Xangô. Os locais têm sido alvo de perseguições e invasões há mais de 7 anos. “A presença de todas essas autoridades é de suma importância para ouvir as demandas do povo de terreiro. Acreditamos que tudo será resolvido e solucionado”, salientou.
A 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) determinou uma indenização de R$ 312 mil para uma mulher por conta da negligência médica que contribuiu para morte do marido dela. A informação foi divulgada pela Defensoria Pública (DPE-BA), que moveu a ação em nome da mulher. A decisão reformou a sentença da primeira instância, de maneira unânime. A indenização por danos morais foi estipulada em R$ 100 mil, com acréscimo de 1% de juros de mora ao mês contando do falecimento do marido da mulher, mais correção moneratária. A defensoria argumentou que a morte esteve ligada a descuidos e omissões pelo serviço público de saúde. O valor da indenização deve ser pago solidariamente pelo município de Salvador e pelo Estado da Bahia. “O caso se aparentava perdido e, no entanto, no segundo grau, a justiça veio”, comentou o defensor público Astolfo Santos Simões, responsável pela ação de apelação. O caso foi em março de 2009, quando o homem de 59 anos machucou a cabeça em uma queda. E esposa chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para prestar socorro a ele, que ficou alguns minutos desacordado. Houve demora para chegada da ambulância. A DPE diz que mesmo com o caso sinalizado como de risco amarelo (gravidade moderada), não foi enviado nenhum médico nesse primeiro socorro. Uma enfermeira orientada por uma médica reguladora aplicou somente um remédio anti-hipertensivo. Não foi indicada necessidade de avaliação hospitalar. No dia seguinte, o paciente foi levado ao Hospital Professor Eládio Lasserre, em Águas Claras, onde, diz a Defensoria, o trauma continuou sem receber atenção adequada. Perícia do Ministério Público mostrou que exames e terapias orientadas não foram observadas no caso dele. Dois dias depois, o homem foi transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde faleceu logo após dar entrada.
Mais de 200 municípios da Bahia não possuem delegados titulares. A informação foi passada ao Achei Sudoeste pelo presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia (ADPEB), Fábio Lordelo. Ele acusou o governador Rui Costa de abandonar a segurança pública na Bahia. “Temos 417 municípios, ou seja, quase a metade não tem delegados titulares designados oficialmente para trabalhar e resolver os problemas da comunidade”, detalhou. Na tentativa de suprir essa ausência, Lordelo explicou que delegados titulares de cidades próximas são deslocados. “Isso gera um efeito cascata, pois é humanamente impossível fazer isso com qualidade. Você acaba deixando de atuar na cidade de origem e fazer grandes investigações. São cargas horárias extenuantes”, afirmou. Embora não capital a realidade também seja difícil, o presidente salientou que, no interior, a situação da Polícia Civil é caótica. “Se o governador não tiver a decência de nos receber para construir um caminho de diálogo, nós, em um segundo momento do nosso movimento, vamos entregar essas substituições e deixar, infelizmente, quase 200 cidades do interior do estado sem delegado de polícia. Estamos muito decepcionados”, asseverou.
Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia (ADPEB), Fábio Lordelo, acusou o Governador Rui Costa (PT) de, durante toda sua gestão, menosprezar a Polícia Civil. Segundo Lordelo, as tentativas de diálogo com o governo são sempre muito difíceis. “Infelizmente, chegamos a esse estágio. Falta de investimento, de estrutura em todos os sentidos e falta de pessoal. O governador é autoritário, arbitrário, avesso aos postulados democráticos que todos nós defendemos. Chegamos a uma situação vexatória”, disparou. O presidente ainda acusou Costa de retirar direitos dos delegados de polícia, investigadores e escrivães, bem como de causar prejuízos incalculáveis para as forças sindicais. “A situação dos delegados é caótica. Eles estão se desdobrando para suprir a falta de pessoal. Isso tudo prejudica a investigação de maneira geral e, consequentemente, toda sociedade”, frisou. Os altos índices de criminalidade na Bahia, segundo colocou, se devem à incompetência do Governo do Estado em gerir a pasta da segurança pública. “Rui Costa não assumiu, durante a sua gestão, a responsabilidade de um governante com uma pasta de uma essencialidade tão grande. Lamentamos muito tudo que estamos vivendo. É uma vergonha”, concluiu.
Uma idosa de 66 anos espera há mais de 15 dias por vaga de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital Geral de Vitória da Conquista, a 132 km de Brumado. A paciente é diabética, teve parte de uma perna amputada e vai precisar de uma nova cirurgia de trombose. A família de Isaura da Silva Vieira, que está na unidade de saúde desde 15 de janeiro, alega que o leito de UTI precisa ser garantido antes do procedimento. A idosa também tem hipertensão. Quatro dias depois da entrada no hospital, Isaura Vieira fez a primeira cirurgia e amputou parte de uma das pernas. Agora, vai ter que entrar mais uma vez no centro cirúrgico, para amputar outra parte da perna. O leito de UTI será usado para o pós-operatório. “Por conta da primeira cirurgia que ela fez, não deu certo. Depois de dois dias, tornou a entupir a artéria e então ela precisa fazer a cirurgia de novo”, explica Suelen Santos, neta de Isaura ao G1. Os familiares da idosa alegam que já tentaram falar com a direção do Hospital Geral de Vitória da Conquista, mas não conseguiram. Diante da demora do leito, o grupo acionou a Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA). “Minha mãe veio atrás da diretoria e eles não deixaram nem ela entrar para conversar com eles. Por isso a gente foi atrás da Defensoria Pública para tentar conseguir alguma coisa”, afirma Suelen Santos. A mulher conta que a pele de Isaura Vieira tem passado por processo de fragilização, porque a idosa fica muito tempo parada, na cama. “Está abrindo a pele dela, então complica ainda mais o quadro de saúde. A trombose pode aumentar, ela pode sofrer outras consequências, vir a óbito por causa da espera, porque está demorando demais”, lamenta a neta da idosa. O Hospital Geral de Vitória da Conquista informou que a paciente aguardava a vaga de leito de UTI para a realização do procedimento cirúrgico, mas que ela teve contato com uma outra mulher, que estava internada na unidade, e testou positivo para Covid-19. Por isso, de acordo com a unidade, Isaura Vieira fez um teste de detecção da doença, e cumpre isolamento. O hospital disse ainda que assim que a idosa sair do período de restrição e surgir uma vaga na UTI, o procedimento será reagendado imediatamente.