O azeite de dendê é um dos principais ingredientes para preparo do acarajé, quitute tão apreciado em toda Bahia. A Bahia já chegou a ter 40 municípios que faziam o plantio de dendê, porém hoje o número caiu para 7. Presidente da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), Ria Santos informou que, atualmente, a Bahia produz apenas 1,5% do dendê utilizado no estado. Ao site Achei Sudoeste, Santos disse que esse número está muito abaixo da demanda, visto que tem de abastecer as baianas de acarajé, os terreiros de candomblé, os restaurantes de comida a quilo, as baianas de outros estados e a sociedade em si. “É uma vergonha pra nós produzir hoje só 1,5%. 98% do dendê hoje é produzido em Belém e Roraima e vem de lá pra cá”, afirmou. O dendê vindo desses outros estados para a Bahia, segundo Santos, tem um teor de acidez muito grande e está prejudicando o trabalho das baianas de acarajé. Diante dessa realidade, a Abam quer que o Governo do Estado assuma novamente o protagonismo no plantio do dendê no estado, resgatando a cultura do dendê na Bahia. “Há mais de 30 anos que o Governo do Estado não investe no dendê. Queremos retomar isso”, asseverou.
Na última semana, um debate em defesa das baianas de acarajé foi promovido na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Rita Santos, presidente da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), informou que a deputada estadual Cláudia Oliveira (PSD) criou a frente parlamentar “Baiana do Acarajé” na AL-BA e, na última segunda-feira (15), foi realizada uma atividade para tratar sobre o ofício de baiana do acarajé no estado da Bahia. Segundo Santos, a proposta é valorizar a profissão. “Tudo começou aqui, mas outros estados vêm valorizando muito mais o nosso ofício do que o próprio estado. A partir dessa atividade, já estamos tendo alguns desdobramentos para tratar do ofício a nível de estado, não mais só a nível de Salvador. Temos que valorizar essas mulheres em todos os municípios”, defendeu. O ofício de baiana de acarajé é reconhecido pelo Governo Federal como patrimônio brasileiro. Na Bahia, o Governo Estadual também reconheceu o ofício, porém, segundo a presidente da Abam, o título venceu desde 2017 e não foi revalidado.