O prédio onde deveria funcionar uma usina de beneficiamento de umbu à margem da BA-148, na comunidade Lagoa do Arroz, em Brumado, foi invadido por uma família de sem tetos. A unidade chegou ao município entre o ano de 2008 e 2009 através de recursos oriundos do Ministério da Integração Nacional e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Na época, além do espaço físico, também foram adquiridos equipamentos caros, uma cisterna e uma caixa de decantação para o funcionamento da usina, que tinha por meta auxiliar os agricultores na renda familiar e incentivar a preservação e a cultura da lavoura do umbu no município. Apesar dos incentivos, nenhuma máquina funcionou no local, que ficou abandonado e sofrendo o desgaste da ação do tempo. Também houve depredação do espaço físico, que chegou a ser usado por traficantes como ponto de distribuição de drogas e prática de orgias. 

Para não perder todo o investimento feito no local, o presidente da Cooperativa Mista Agropecuária, Amauri Fraga, retirou parte do maquinário do lugar. “Cheguei a ser ameaçado por pessoas que haviam invadido a usina para fins libidinosos, mas por fim consegui recuperar os equipamentos”, afirmou Amauri ao site Brumado Notícias. Já na manhã da última segunda-feira (24), a nossa reportagem retornou ao local e registrou que o mesmo está ocupado por uma família de sem tetos, que segue uma rotina normal na usina, inclusive com roupa estendida no varal, carro na garagem e passarinhos na gaiola. O presidente da cooperativa declarou que prestou queixa na delegacia solicitando a reintegração de posse, mas até o momento nenhuma providência foi tomada.