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Seca causa recorde de queimadas e maior poluição do mundo
Foto: Divulgação

A seca prolongada no Brasil, aliada à ação humana em ambientes fragilizados, provocou efeitos difusos, mas conectados por todo o país. As informações são do jornal o Globo. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 159.411 focos de incêndio de janeiro até ontem, um aumento de 100% em relação ao mesmo período de 2023 e que deixou 60% do país sob fumaça no fim de semana. A seca que ameaça grandes rios como o Madeira e o Paraguai também afetou a maior metrópole do país: o Pinheiros, que corta São Paulo, ficou verde por receber menos água dos seus afluentes. Com as cinzas das queimadas do Norte que mudaram a cor do céu, a capital paulista ficou entre as de pior qualidade do ar do país. Das queimadas registradas pelo Inpe este ano, metade foi na Amazônia, e 32%, no Cerrado. A proporção foi semelhante no ano passado no mesmo período (52% dos focos na Amazônia e 33% no Cerrado). O número de focos de fogo registrados até ontem está perto das 189 mil ocorrências em todo o 2023. Os três estados com mais incêndios neste ano também são os mesmos que em 2023: Mato Grosso, Pará e Amazonas. No ano passado, Pará era o estado com mais focos. Mas a dimensão do fogo aumentou. Em 2023, a Amazônia já havia sido afetada por uma grave seca. No período chuvoso em seguida, não houve precipitações suficientes para recuperar rios e florestas. A nova seca este ano está mais severa na maioria dos estados brasileiros. Mas para a pesquisadora do Inpe Luciana Gatti, a seca não é a principal culpada pela alta de queimadas, mas sim a ação criminosa em campo. “O governo deveria decretar estado de emergência climática no Brasil inteiro, proibir qualquer desmatamento e propor projetos enormes de reflorestamento. Um plano emergencial para sobrevivência da população”, recomenda. A fumaça das queimadas tomou grande parte do país, inclusive o Sul e o Sudeste, e se espalha por Peru, Colômbia e Equador, alerta o pesquisador de sensoriamento remoto Henrique Bernini. “Tem muita ocorrência ao mesmo tempo, queimando uma vegetação sob efeito de uma sequência de ondas de calor”, explica Bernini. “Esse tanto de fumaça é suficiente para tornar a Amazônia um dos lugares que mais contribui para as mudanças climáticas, enquanto deveria ser o lugar com maior potencial de reverter a situação”.

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