Na manhã deste 7 de setembro, o prefeito de Brumado, Eduardo Lima Vasconcelos (Sem Partido), realizou seu último discurso como chefe do executivo municipal durante a cerimônia de abertura das comemorações da Independência do Brasil. O evento, que contou com a presença de autoridades locais, populares, e o Tiro de Guerra 06/024, teve seu ponto alto com o hasteamento da bandeira ao som da Lira Ceciliana Brumadense, que entoou os acordes do Hino Nacional. Em um discurso marcado por críticas e analogias ao atual momento político do país, Vasconcelos se dirigiu à população sem citar nomes, mas fez duras críticas a algumas decisões do governo federal e do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os temas abordados, o prefeito declarou repúdio às ações do ministro Alexandre de Moraes, especificamente em relação ao bloqueio da rede social X (antigo Twitter) de Elon Musk no Brasil, decisão tomada em um contexto de controle de desinformação nas plataformas digitais. “Um homem só que não teve um só voto, portanto sem legitimidade decretou o nosso dia da infâmia. Mais de 22 milhões de brasileiros que usávamos o X, que se constituía como ferramenta de trabalho home office de milhares de brasileiros, fomos punidos. Aqui e agora cumpro o dever cívico de manifestar meu repúdio e minha denúncia lamentando a malemolência dos isentões”, declarou o gestor.
Eduardo Vasconcelos também expressou indignação quanto às prisões dos responsáveis pelos ataques no dia 8 de janeiro de 2023. Sem entrar em detalhes, o prefeito deixou clara sua posição contrária às medidas que, segundo ele, restringem as liberdades individuais e afetam a democracia do país. “Depois do desmantelamento da lava jato, e sobretudo, após 8 de janeiro do ano passado com a prisão e condenação sem devido processo legal de centenas de inocentes nós estamos perplexos com tantas inequidades perpetradas em nome da defesa da democracia”, afirmou o prefeito. Este discurso, com tom fortemente crítico e político, encerra a trajetória de Vasconcelos como prefeito de Brumado, marcando o fim de um ciclo em sua vida pública. Com suas palavras, ele aproveitou o momento para expressar sua visão sobre a atual conjuntura brasileira, em um período em que o país vive intensos debates sobre liberdade de expressão, segurança institucional e o papel das instituições democráticas. “Em meus quase 80 anos de vida eu nunca vi coisa igual. A um combo entre os poderes da república em detrimento povo, o estado não serve mais a nação, a criatura virou-se contra o criador. Todos os árbitros e abusos são cometidos em nome da famigerada narrativa do estado democrático de direito, em nome do qual a constituição quer ainda nos resta ver-se diariamente pisoteada e violentada por aqueles que foram nomeados por nós para defendê-la”, concluiu o alcaide.