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Caetité: Invasão a terreiro de candomblé expõe intolerância e racismo religioso, diz sacerdote
Foto: Tony Ravane/Achei Sudoeste

Na cidade de Caetité, o terreiro de candomblé Ilé Àse Ojú Oòrùn foi invadido na última quarta-feira (13). Ao site Achei Sudoeste, o sacerdote Tony Ravane explicou que há 33 anos o terreiro está situado no mesmo local, em uma área de terra considerada devoluta, ou seja, de propriedade da União. O terreno foi doado pela prefeitura para instalação do terreiro de candomblé. De uns tempos pra cá, segundo Ravane, começaram a surgir pessoas se intitulando donos da terra e a situação ficou insustentável. “Não tivemos mais paz, até culminar no que aconteceu no dia 13 com a invasão com máquinas pesadas, tratores e a destruição de uma área de aproximadamente 1.5 hectare de mata preservada e um ambiente de culto”, relatou. A área abrigava imagens sagradas e era utilizada para oferendas aos orixás. Segundo o sacerdote, a invasão, ao que parece, consiste em uma tentativa ilegal de reintegração de posse por parte de uma importante família do município. “Não conhecemos que haja qualquer tipo de acordo judicial ou extrajudicial. É de nosso total desconhecimento, fomos pegos de surpresa, impotentes”, apontou. Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia local, bem como denúncias foram feitas aos órgãos públicos competentes, nas esferas municipais, estaduais e federais. Para o sacerdote fundador, além de um ato ilegal de ganância por terras, a invasão expõe a intolerância e racismo religioso. “A meu ver, é intolerância religiosa, racismo religioso, é revanchismo de uma sociedade que não consegue admitir a existência de pessoas com crenças diferentes”, concluiu.

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