O adolescente Gabriel Pereira Lima, 15 anos, encontra-se internado em uma unidade de Vitória da Conquista em estado delicado após sofrer um acidente na zona rural de Brumado, onde a família reside. Ele estava de bicicleta quando foi atropelado por um motociclista no dia 24 de junho. Prima do garoto, Lindauria Charliane Lima Oliveira, contou ao site Achei Sudoeste que ele deu entrada no pronto socorro do Hospital Municipal Professor Magalhães Neto, em Brumado, por volta de 19h, com escoriações pelo corpo e um corte na cabeça. Segundo Charliane, o garoto estava bastante agitado e a equipe não conseguiu fazer a tomografia de crânio solicitada pelo médico. A família aponta, nesse sentido, que houve falha no protocolo de atendimento do hospital, visto que, como não conseguiram fazer a tomografia por conta da agitação e o menino não pode ser sedado devido ao trauma na cabeça, o paciente foi liberado sem maiores observações, apenas com uma receita médica e orientações verbais acerca do seu caso. Charliane garantiu que o pai não assinou nenhum termo e, nem tampouco, houve evasão hospitalar. “O genitor, naquele momento, não tinha que concordar com nada, a conduta era médica”, falou. Mesmo com um traumatismo craniano grave, o menino ficou menos de 3 horas no hospital.

Lindaura informou que nenhum protocolo básico de trauma na cabeça foi realizado ou sequer uma observação neurológica durante o atendimento. “Ele foi medicado pra dor e mandado embora. Essa responsabilidade não vai ficar com a família. Ele nem ficou em observação no pronto socorro, que era o lugar de onde ele nem deveria ter saído naquela noite”, relatou. O paciente retornou ao hospital oito horas mais tarde com rebaixamento do nível de consciência e vomitando sangue. Ele precisou ser entubado e, depois da realização da tomografia, foi constatado um dano cerebral grave com necessidade de neurocirurgia. “O mínimo de protocolo pra trauma não foi feito”, criticou. Devido à gravidade do seu estado de saúde, o garoto foi transferido para uma UTI com neurocirurgião em Vitória da Conquista. Nesse ponto, Lindaura também apontou que, conforme o prontuário, o hospital demorou de incluir o paciente na regulação, mesmo tendo ciência do quanto o caso era gravíssimo e da necessidade de atenção neurológica especializada. “Ele saiu daqui de Brumado num risco de óbito muito grande, elevadíssimo”, afirmou. Em busca de justiça, a família quer que casos como o de Gabriel não se repitam e que o hospital reconheça as falhas no atendimento. “Precisamos fazer barulho. A gente sabe que tem muita gente boa no hospital, mas também muita gente que precisa aprender a ter empatia, a cuidar do próximo e, no mínimo, reconhecer e pedir desculpas pra família”, concluiu.