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Em 2022, motociclistas foram 56% dos acidentados
Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Maio é o mês para chamar a atenção sobre o grande número de acidentes e morte de trânsito. Um levantamento exclusivo para o Jornal Hoje, da Rede Globo, mostra que mais da metade dos pacientes da rede de reabilitação Lucy Montoro, que faz 100 mil atendimentos por mês, é de motociclistas e a maioria deles vai ficar com alguma sequela para o resto da vida. Em 2022, os motociclistas foram 56% dos acidentados. Entre eles, 92% eram homens; 56% tinham menos de 30 anos; e 58% ficaram paraplégico ou tetraplégicos. O movimento Maio Amarelo, que quer chamar atenção para o alto índice de mortes e feridos no trânsito, chega a 10ª edição neste ano no Brasil. Nasceu depois de uma resolução da ONU, de 2010, que definia a última década como a de ações para a segurança no trânsito; o objetivo era reduzir as mortes pela metade; o Brasil não conseguiu. Segundo a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, 90% dos acidentes de trânsito tiveram como causa falha humana, seja por desrespeito às leis, seja por negligência. Falhas que, no ano passado, em todo o estado de São Paulo, mataram a maior parte das 5.633 vítimas de acidentes: 2.195 eram motociclistas ou estavam na garupa, quase a metade tinha menos de 30 anos. E esse desastre está se repetindo em 2023. A professora de fisiatria da faculdade de medicina da USP Linamara Rizzo Battistella acredita que fiscalizar os condutores e readequar as velocidades máximas permitidas são medidas urgentes para reduzir um problema que afeta toda a sociedade. “Na grande maioria dos casos, as pessoas vão viver com muitas limitações”, ressalta ela sobre os motociclistas acidentados. Outra medida importante para reduzir a violência no trânsito, segundo a médica e muitos outros especialistas, é investir em campanhas de educação para mudar o comportamento de quem se arrisca demais - e mata demais - nas ruas e nas estradas. Diogo Nascimento, de 26 anos, sobreviveu ao acidente que sofreu – ele bateu a 60 km/h em um caminhão parado, quebrou o maxilar e teve traumatismo craniano. Quando melhorar, pretende voltar a pilotar um moto, mas diz que vai ser um motociclista diferente. “Amarrar o tênis é difícil, vestir a roupa está fácil agora, mas ainda assim está muito difícil. Tem que ter muito cuidado, principalmente onde você anda, o que você está fazendo”, afirma.

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