Segundo colocado no primeiro turno na disputa pelo governo da Bahia, ACM Neto (União) não deve declarar alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro (PL) como estratégia para ultrapassar o petista Jerônimo Rodrigues (PT). As informações são do jornal o Globo. Após reuniões internas, de acordo com integrantes da campanha de ACM, foi unânime que um posicionamento de adesão a Bolsonaro poderia afugentar uma parcela de eleitores que o apoiou na primeira etapa da eleição. No primeiro turno na Bahia, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 69,7% dos votos, contra apenas 24,3% de Bolsonaro. Já ACM Neto passou para o segundo turno da disputa estadual com 40,8% da preferência, 16 pontos percentuais acima do desempenho do presidente da República. Além disso, a campanha de ACM Neto avalia que os eleitores que apostaram em João Roma (PL) migrarão naturalmente para o ex-prefeito de Salvador, pela rejeição do PT. O ex-ministro da Cidadania, do partido de Bolsonaro, ficou em terceiro lugar na disputa ao governo com 9% dos votos. Assim, a neutralidade deve ser o caminho adotado por ACM Neto. O ex-prefeito de Salvador não respondeu, quando questionado, se procuraria Roma para ter este apoio. Apesar disso, algum aceno ao eleitor bolsonarista precisará ser feito e é sobre esta questão que a equipe de ACM se debruça: nesta terça-feira, o Bolsonaro declarou estar “à disposição” do candidato do União Brasil ao governo da Bahia. A intenção é que este movimento para o eleitor de direita seja feito de forma a gerar “o menor desgaste possível”. Na outra ponta da disputa, Jerônimo faz o chamado “trabalho de formiguinha” para arregimentar alianças. Ele ficou a 0,55% de vencer em primeiro turno, e ampliou seu leque de apoios ao posar ao lado do prefeito da cidade de Serrinha, Adriano Lima (PP), que apoiou Roma no primeiro turno. Com esse apoio dele, o ex-secretário de Educação conta com mais de 300 dos 417 prefeitos do estado.