Uma força-tarefa montada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), que tem como objetivo impedir novos conflitos entre fazendeiros e indígenas, foi enviada ao extremo sul da Bahia, nesta terça-feira (13). Dentre os integrantes do grupo, está o delegado titular da 20ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), Paulo Henrique de Oliveira. Além de ampliar o policiamento na região, a ação visa identificar e prender os envolvidos na morte de um adolescente Pataxó de 14 anos, em Prado. A equipe conta com integrantes das polícias Militar, Civil, Técnica e Rodoviária Federal (PRF). Ainda nesta terça, os integrantes da operação se reuniram em Porto Seguro, a cerca de 200 quilômetros de Prado, e montaram um planejamento de visitas e coleta de depoimentos na região.
A força-tarefa foi criada após uma reunião de lideranças indígenas com o secretário de Segurança Pública, Ricardo Mandarino, na última sexta-feira (9), em Salvador. Na última segunda-feira (12), grileiros voltaram a atacar indígenas Pataxós na Aldeia Nova, que fica na cidade de Prado, extremo sul da Bahia. Para escapar dos tiros, homens, mulheres, crianças e idosos precisaram se refugiar nas matas. Ao todo, 38 famílias indígenas são vítimas dos ataques. Na segunda, o crime foi praticado antes das 20h e denunciado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A organização pediu que o Estado brasileiro, por meio de equipes de saúde, dê apoio ao povo Pataxó. Segundo a Apib, os indígenas estão "vivendo em meio à violência e sofrendo com os ataques físicos, mas também com o terror psicológico instaurado pelos pistoleiros". A articulação pediu ainda investigação e punição dos responsáveis, antes que haja mais um massacre.