Em protesto, servidores da Polícia Civil do Estado da Bahia se reuniram e entregaram as chaves das delegacias de custódia, na capital e no interior. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, o presidente do Sindicato de Polícia Civil do Estado da Bahia, Eustácio Lopes, acusou o Governo do Estado de se eximir de sua responsabilidade de construir novos presídios e retirar os presos das delegacias. Hoje, mais de 1 mil presos encontram-se, irregularmente, custodiados em delegacias. “Não temos expertise, formação, para custodiar e tomar conta de presos. A nossa formação e prerrogativas é de que nós somos uma polícia investigativa, que auxilia o poder judiciário investigando e elucidando crimes para que os criminosos sejam denunciados ao Ministério Público e sentenciados pelo Judiciário”, relatou. Lopes explicou que os presos chegam a ficar nas delegacias, algo que deveria ser temporário, por meses e anos, retendo o policial civil nas unidades com desvio de função. “O policial deixa de ter sua rotina de investigação nas ruas e combater o crime para servir o café, o almoço e o jantar do preso. Por isso, a Bahia é tricampeã de homicídios, sendo o Estado que mais mata no Brasil. É o sucateamento da investigação e da inteligência. A cada 100 homicídios elucidamos menos de 10. Uma violência sem precedentes. O policial civil faz tudo hoje menos investigar. É um abandono total. A responsabilidade é do governador Rui Costa, que veio das forças sindicais, mas, hoje, é um patrão intransigente e autoritário”, definiu.