Morreu aos 85 anos de idade, na madrugada desta segunda-feira (11), no Hospital Professor Magalhães Neto, o senhor Zezito Brito, popular Zitinho do Bahia. Há pouco menos de um mês, Zitinho sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o que lhe ocasionou várias outras complicações de saúde, baixando significativamente a sua imunidade. Internado no hospital, o seu quadro clínico se agravou e ele precisou ir para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No último final de semana, apresentou melhora em seu quadro e os médicos até cogitaram conceder alta, o que não foi possível após ele sofrer outra recaída neste domingo (10). Seu Zitinho acabou não resistindo e vindo a óbito no leito hospitalar. Nascido em 09 de maio de 1936, na cidade Amargosa, Zitinho mudou-se para Brumado no ano de 1958, onde conheceu Dona Matilde de Oliveira Brito, com quem se casou em 1960. Desse enlace, nasceu os 13 filhos, além de dezenas de netos e bisnetos. Na sua juventude, Zitinho foi praticante de capoeira, mas sua paixão estava no futebol. Tão logo chegou a Brumado defendeu as cores do então Talmag. Cheio de expectativas para colaborar mais com o esporte local, Seu Zito e amigos fundaram o time do São Cristóvão e, tempos depois, seu maior legado no esporte com a criação do Esporte Clube Bahia do Bairro Dr. Juracy. O time conquistou vários títulos, mais o maior dos troféus, conforme dito pelo desportista, foi ter “contribuído para tirar vários jovens do caminho errado e dar a eles um direcionamento no esporte”. O Bahia de Zitinho era uma espécie de encabudora, um celeiro de onde se revelavam várias pérolas do futebol local. “A maioria dos jogadores de futebol de Brumado teve, nem que por curto tempo, uma passagem pelo Bahia”, lembrava com orgulho o homem que era dirigente, técnico, conselheiro e, como alguns diziam, “um paizão para a comunidade”.

Como técnico e dirigente, Zitinho ganhou vários títulos pelo Bahia, mas, disse em entrevista ao site Achei Sudoeste, que o maior prêmio que conquistou foi o título de Cidadão Brumadense em 2014, maior honraria concedida pela Câmara de Vereadores local, indicada pelo então vereador Édio da Silva Pereira (PCdoB), atual vice-prefeito (veja aqui). “Agora tenho duas datas e duas certidões de nascimento”, disse o homenageado, na ocasião. Falastrão, marrento, turrão, amigável, acolhedor, perseverante...os mais próximos se lembram de todas as qualidades que tornavam o desportista diferenciado em seus tratos. Após 61 anos de casado, a esposa enlutada declarou ter perdido seu eterno amor e companheiro. “Vivemos de tudo nessa vida, batalhamos muito para criar nossos filhos e ensinar a eles a serem pessoas de bem. Zitinho era um homem muito bom, a gente brigava quando tinha de brigar e se amava além das brigas, tanto que geramos 13 valiosos filhos”, disse dona Matilde. “Eu posso dizer que fui filho, amigo, recebi conselhos e tive a ousadia de também aconselhar o meu velho pai. Vamos carregar nas lembranças o que de melhor esse homem nos ensinou. Estou feliz por ter nascido filho de seu Zitinho do Bahia”, declarou o filho Marcos Brito, que era o meio campista de confiança do pai no mítico time do Bahia. Com a camisa tricolor sobre o caixão, familiares e amigos estão velando o corpo e prestando as últimas homenagens na casa onde vivia seu Zitinho na Praça João Romão, no Bairro Dr. Juracy. O sepultado está marcado para às 16h no Cemitério Jardim Santa Inês.