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CoronaVac dobra anticorpos em quem já teve Covid, diz estudo
Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Pesquisadores da Universidade Médica de Chongqing, na China, revelaram que a imunização pela CoronaVac pode induzir a uma resposta imunológica mais elevada em pessoas que já tiveram Covid-19. Os resultados do novo estudo indicam que o imunizante do Instituto Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac é capaz de dobrar o nível de anticorpos neutralizantes e mais que quadruplicar o nível de imunoglobulina IgG em convalescentes da doença. Publicado no último dia 17 de agosto no periódico Cell Discovery, o estudo incluiu 85 pacientes que tinham entre 3 e 84 anos e haviam sido infectados, em sua maioria, no início de 2020. A equipe de especialistas mediu seus níveis de imunoglobulinas e anticorpos neutralizantes e selecionou os cinco recuperados que, após 12 meses, apresentaram os menores números em relação à atividade imunológica. Em seguida, essas pessoas receberam duas doses da CoronaVac com um intervalo de 21 dias. O nível de anticorpos neutralizantes estava em 36 na véspera da primeira aplicação, alcançando 108 duas semanas após a imunização completa. Responsável por impedir a entrada do vírus no organismo, esse tipo de anticorpo atingiu quantidade de 56 nas pessoas vacinadas que não haviam sido anteriormente infectadas pelo Sars-CoV-2. Em relação ao anticorpo IgG nos convalescentes, o nível, que era de 3,68 um dia antes da vacina, subiu para 47,74 ao final do ciclo da vacinação. O IgG está associado à imunidade humoral, processo de defesa conduzido pelas imunoglobulinas na corrente sanguínea. No grupo controle, o nível registrado foi de 10,81, ou seja, 4,4 vezes inferior em comparação àqueles que já tiveram Covid-19.  Ambos os anticorpos desempenham papel importante na prevenção da reinfecção viral, e o IgG tem atuação crítica contra o Sars-CoV-2. No entanto, ao longo dos 12 meses seguintes em que os participantes estiveram sob observação, os pesquisadores constataram uma queda de mais de 80% nos indicadores de anticorpos. Segundo eles, isso demonstra a necessidade de manter um acompanhamento adicional para avaliar a duração da imunidade contra o coronavírus. “Nossos resultados fornecem mais informações sobre características imunológicas das vacinas inativadas contra o Sars-CoV-2, contribuindo assim para o desenvolvimento dos imunizantes e as novas estratégias de vacinação”, afirmam os autores no estudo.

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