Com o propósito de conter a violência entre a polícia e a comunidade cigana, após inúmeras mortes no sudoeste baiano, a Defensoria Pública do Estado (DPE) fez visita técnica aos moradores no Distrito de José Gonçalves, na zona rural de Vitória da Conquista, a 132 km de Brumado e à sede do comando da Polícia Militar da região. A preocupação da DPE em ouvir a comunidade se deu após relatos de violação de direitos, que envolvem violência policial e cerceamento do direito de ir e vir. No total, oito ciganos da mesma família morreram, após dois policiais serem mortos a tiros. O tenente Luciano Libarino Neves, de 34 anos, e o soldado da Polícia Militar Robson Brito de Matos, de 30, foram atingidos a tiros no dia 13 de julho quanto trabalhavam no distrito de José Gonçalves (veja aqui). Desde então, dezenas de ciganos denunciam perseguição em cidades vizinhas, como o Itambé. As abordagens violentas se concentraram no período de perseguição aos acusados de matar os policiais, no entanto existem consequências ainda no dia a dia desta população. A visita contou com as presenças do defensor público e coordenador da 2ª Regional da DPE-BA, José Raimundo Campos, e a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Integração, Cristina Ulm, além da ouvidora-geral da DPE, Sirlene Assis, e de Maíra Vida, coordenadora do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, vinculado à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (SEPROMI).