Desde o início da pandemia, 110 formas diferentes do novo coronavírus circulam ou circulavam pelo Brasil. As informações são de um levantamento feito a partir de dados inseridos por pesquisadores na plataforma genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que inclui resultados de sequenciamentos genéticos feitos por outras instituições. As informações são da CNN. Pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), unidade de referência para o coronavírus, Paola Serra entende que o aumento é natural. “É da biologia do coronavírus apresentar alterações genéticas ao longo do tempo. Temos uma diversidade enorme de circulação mundial, algumas têm importância, outras não. As que têm importância hoje no Brasil são as variantes de interesse ou de preocupação”, explica a virologista. Há três variantes classificadas como de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS): a de Manaus (P.1), do Reino Unido (B.1.1.7) e da África do Sul (B.1.35). Além da amazonense, nativa, as outras também foram detectadas no Brasil. As variantes de interesse são acompanhadas de perto pelos pesquisadores e podem ter impacto importante no cenário epidemiológico, mas estão restritas a poucas áreas, casos da P.2 e da N.9, ambas descobertas pelo LNCC no Brasil. Atualmente, de acordo com a Fiocruz, a linhagem P.1, de preocupação, é prevalente em todo o país. A segunda mais frequente é a P.2, de interesse. E a terceira mais comum é a B.1.1.28, da qual a P.2 teve origem. As mutações que, com um tempo, fazem com que os vírus de uma linhagem desenvolvam novas características e sejam interpretados como um novo grupo impulsionam esse aumento. Esse comportamento, de acordo com o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Alberto Chebabo, é comum e afetado pela circulação de pessoas e pelo amplo contato entre elas, diante de ausência de medidas restritivas mais severas.