A Polícia Federal (PF) realizou nesta terça-feira (3) a Operação Cartão Vermelho, que investiga suposto desvio de R$ 7 milhões em recursos públicos destinados ao hospital de campanha montado no estádio Presidente Vargas, em Fortaleza. Foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão. Segundo a PF, parte do material da unidade foi comprada em uma empresa de fachada. A Prefeitura de Fortaleza negou as irregularidades e afirma que colabora com as investigações. A operação decorre de inquérito de junho e aponta indícios de atuação criminosa de servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza; gestores e integrantes da comissão de acompanhamento e avaliação do contrato de gestão; dirigentes de organização social paulista contratada para gestão do hospital de campanha; e empresários. Ao todo, 13 mandados foram cumpridos em Fortaleza, 13 em São Paulo e um em Pelotas (RS). De acordo com o delegado da Polícia Federal, Alan Robson Alexandrino, uma das compras na empresa de fachada foi a aquisição de oxímetros. “Cito aí detalhe, por exemplo, na aquisição de oxímetros. A investigação aponta indícios de que os oxímetros de pulso utilizados no hospital de campanha do PV foram comprados numa empresa de fachada. Empresa que não tinha capacidade de fornecimento desses bens, em aquisição milionária”, afirmou. Ainda segundo Alan Robson, o estabelecimento onde foi solicitado o produto sequer vendia o equipamento. “Os investigadores estiveram na empresa e afirmaram que a empresa nem vendia o produto adquirido mediante licitação. E há também sobrepreço, comparando as mesmas compras dos mesmos produtos. Eu cito aí, por exemplo, monitor paramétrico adquirido durante a gestão do hospital de campanha em preço maior do que outros adquiridos em condições semelhantes durante a pandemia”, explicou.