Em 39 cidades brasileiras, os eleitores já sabem que terão uma mulher como prefeita no próximo ano. Dados analisados pelo G1 a partir do repositório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ainda passa por atualizações, indica que esses municípios terão apenas mulheres como candidatas à prefeitura. O número equivale a menos de 1% do total dos municípios. O percentual das cidades em que apenas homens concorrem, por outro lado, equivale a 60% do total. Algumas características chamam a atenção no grupo dos municípios com apenas mulheres na disputa. São cidades pequenas, com no máximo 45 mil eleitores (Camocim-CE) e mínimo de 2 mil eleitores (São José do Brejo da Cruz-PB). A maior parte está localizada em estados do Nordeste. Há municípios em que apenas uma mulher concorre ao cargo de prefeita. Caso os novos registros de candidaturas não alterem a base do TSE, a candidata Larissa (PSD), na pequena Tenente Ananias, no Rio Grande do Norte, não tem adversário político. Em Jurema, no Piauí, Kaylanne (MDB) também não vai precisar de muito esforço para convencer os eleitores, pois concorre sozinha. Basta seu próprio voto, aliás, para ser eleita. De acordo com o G1, na avaliação da professora de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) Flávia Biroli, é preciso um estudo mais detalhado para descobrir por que apenas mulheres disputam as eleições nessas cidades. Ela vê como hipóteses um eventual histórico de liderança exercida pelas mulheres nesses locais ou mesmo o baixo interesse dos partidos por esses municípios.