Em meio a uma base de dados composta por 50 mil moléculas, um grupo de pesquisadores de diversos países busca a solução para combater a ação do vírus que mudou todo o mecanismo social do mundo nos últimos meses: o SARS-CoV-2 ou Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2. A proposta é encontrar a composição capaz de bloquear a replicação viral do causador da Covid-19 no corpo humano. Para isso, pesquisadores da Uesb e de outras instituições têm utilizado ferramentas computacionais capazes de comparar as moléculas das drogas antivirais com moléculas naturais. A partir desse comparativo, é possível detectar as combinações mais parecidas que conseguirão combater a principal enzima do vírus em estudo, a Mpro. “A pesquisa com a Covid-19 vem da necessidade e do dever de ajudar a ciência dentro da nossa linha de pesquisa. Assim que os primeiros casos surgiram no Brasil, nós começamos a trabalhar nesse projeto e, hoje, já temos vários outros trabalhos em curso”, conta o coordenador da pesquisa, Bruno Andrade, professor do Departamento de Ciências Biológicas da Uesb. Segundo ele, não é possível dissociar o uso da Bioinformática quando se busca encontrar novos fármacos: “todos os programas e técnicas são validados e extremamente confiáveis, inclusive são os mesmos utilizados pelas grandes indústrias farmacêuticas para o desenvolvimento de drogas”, esclarece. Em andamento, o estudo já reduziu muito esse número e finaliza a primeira etapa com 12 moléculas que apresentam maior potencial para testes in vitro e in vivo – testes laboratoriais e em células vivas, respectivamente. Agora, o estudo segue para a etapa dos testes computacionais adicionais com as moléculas. “Vamos sugerir os testes delas em células e em animais para que possam passar para as etapas com humanos”, conta Andrade. Os testes in vitro serão feitos no Laboratório de Virologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e os primeiros resultados devem ser obtidos a partir do segundo semestre deste ano.