O ex-presidente Lula rejeitou neste fim de semana, durante participação no Festival PT 40 anos, que celebra o aniversário da sigla, os pedidos de autocrítica feitos ao partido durante os últimos anos. Ele aproveitou ainda para defender que o maior dos crimes cometidos foi permitir a escalada social da camada mais pobre da população brasileira e a criticar a forma com que caminha o mercado de trabalho, atacando a 'uberização' do emprego. No evento de celebração aos 40 anos da legenda, o petista subiu ao palco ao lado do ex-presidente uruguaio 'Pepe' Mujica, que também foi muito bem recebido pelos cerca de 5.500 militantes presentes. O discurso de Lula voltou a tratar os pedidos de autocrítica feitos ao partido. Ele reconheceu que o PT já errou, mas disse que “o maior dos crimes foi permitir que o pobre pudesse subir um degrau na escala social”. O petista questionou também as novas relações de trabalho, que passaram a ser mediadas pela tecnologia, e defendeu que hoje um universitário tem menos esperança e tranquilidade de conseguir um emprego do que ele quando tirou seu diploma de torneiro mecânico. “A verdade é que estas pessoas estão regredindo nas conquistas que imaginavam ter. Trabalho por aplicativo é o ser humano sendo tratado da forma mais canalha possível, em nome de uma palavra chamada empreendedorismo individual ou flexibilização. O nome é sofisticado, importante, porque as pessoas têm orgulho de dizer. Você não vai ter mais emprego e vai ser chamado de microempreendedor “, criticou o petista. Para Lula, a 'uberização' ou 'pejotização' do trabalho, isto é, a redução dos empregos com carteira assinada, representam nada mais do que um retrocesso social, maquiado com termos bonitos e a ideia de ter mais liberdade. Segundo o ex-presidente, isso é apenas uma forma de caminhar rumo ao fim da CLT diminuindo a resistência dos trabalhadores.