Maurício Santos da Silva, 40 anos, está há mais de um ano lutando contra um desgaste nos ossos das duas pernas, problema que causa bastante dor e desconforto. Desde que descobriu o problema, ele passou a andar utilizando muletas. Em entrevista ao site Brumado Notícias, o paciente, que corre sério risco de ficar atrofiado, declarou que no mês de abril de 2013 ele e sua mãe, Geni Santos Silva, 73 anos, que é sua procuradora, entraram com uma ação contra o município exigindo o tratamento de saúde. Segundo o paciente, foi realizada uma audiência e, na ocasião, o secretário municipal de Saúde, Cláudio Feres, teria afirmado diante do juiz que o município faria a cirurgia de alta complexidade com o auxílio de um médico de São Paulo. “Foi tudo para enganar o juiz e derrubar a ação que movemos no Ministério Público, pois eu passei por uma bateria de exames preparatórios e, depois de tudo, o secretário falou que o município não teria mais condições de arcar com o tratamento”, disse o homem. Há cerca de quatro meses, sua mãe entrou com uma nova ação no Ministério Público. Maurício declarou que faz uso diário de remédios que custam R$ 200 por mês e que ele não tem condições de arcar com os custos do tratamento. Para piorar, o INSS se recusa a afastar o paciente. “O ortopedista que me avaliou aqui em Brumado disse que o meu quadro é crítico. Eu até pensei que conseguiria ficar encostado pelo INSS, mas, para minha surpresa, o médico atestou no laudo que estou apto para trabalhar. Mas como?”, indagou Maurício, fazendo um apelo final. “Peço que me ajudem a amenizar meu sofrimento, pois são 24 horas de dores constantes”, afirmou.
A nossa reportagem falou com o secretário de saúde e o mesmo deu uma versão diferente dos fatos. Feres descreveu que o paciente recebeu todo o suporte do município, mas rejeitou as próteses do SUS, exigindo equipamentos importados, que custam muito caro. “Nós conseguimos sim todo o tratamento para ele, mas a família resolveu ir buscar uma opinião em Salvador e um médico de lá disse que a prótese do SUS não presta. Com isso eles solicitaram próteses importadas. Quando fizemos o orçamento descobrimos que cada prótese fica por R$ 200 mil cada, ou seja, a Secretaria teria de arcar com R$ 400 mil com apenas um paciente. Se ele quiser fazer pelo SUS estamos aqui à disposição. Faremos todos os procedimento para encaminhá-lo para Salvador, mas dessa forma como estão querendo, infelizmente, não temos como atender”, explicou o secretário.