Cerca de 70 deputados da França foram vítimas de ataques em seus escritórios ou residências desde o começo das manifestações dos “coletes amarelos” há três meses, segundo números revelados pelo ministro do Interior, Christophe Castaner, e divulgados pelo jornal Le Parisien. A estatísticas foram publicadas depois que o presidente da Assembleia Nacional, Richard Ferrand, denunciou neste fim de semana um incêndio provocado em sua residência em Finistère, na região de Bretanha. “Sinto muita raiva diante de um gesto assim. Assumir um cargo é se expor à crítica, mas esta violência e estas intimidações são inaceitáveis. Sempre estarei do lado dos deputados que, como Richard, encarnam a nossa democracia”, afirmou o primeiro-ministro, Édouard Philippe, após o ocorrido. Os principais líderes da oposição, desde Marine Le Pen, de ultradireita até, ao esquerdista Jean-Luc Mélenchon, mostraram solidariedade com o presidente da AN. O movimento dos coletes amarelos começou em outubro passado, de maneira espontânea e sem lideranças, em protesto contra a política do governo de Macron de aumento dos preços dos combustíveis fósseis. Com o recuo do Palácio do Eliseu, os manifestantes continuaram com protestos, sempre nos sábados, contra o custo de vida alto e reformas em curso.