Um cientista chinês alega ter dado um passo inédito na ciência mundial: a criação dos primeiros bebês geneticamente modificados. Segundo He Jiankui, da Southern University of Science and Technology, durante tratamento de fertilidade realizado por sete casais, ele alterou alguns embriões dos quais apenas um resultou em gestação: duas meninas gêmeas que nasceram no início de novembro. O pesquisador explicou que o principal objetivo da intervenção era tentar prover uma característica que poucas pessoas têm naturalmente: a capacidade de resistir a infecções pelo HIV, vírus que causa a Aids. Se verdadeira, a alegação significa um grande salto no quesito científico e ético; isso porque este tipo de edição genética é proibida na maioria dos países por ser uma tecnologia considerada experimental e cujas alterações no DNA podem ser transmitidas para as próximas gerações com possível efeitos colaterais ainda pouco conhecidos pelos pesquisadores. Embora a clonagem humana seja proibida na China, a edição de genes não é. O caso será divulgado oficialmente nesta terça-feira durante a Conferência de Edição de Genes, em Hong Kong.