As mulheres são sempre aconselhadas a terem filhos antes dos 35 anos para evitar os riscos de saúde para ela e para a criança. No entanto, novo estudo americano revelou que a idade paterna também pode interferir no tempo gestacional, aumentando a probabilidade de parto prematuro, além de comprometer a saúde do recém-nascido. O estudo, publicado nesta quarta-feira no British Medical Journal, revelou que crianças nascidas de homens com idade igual ou superior a 45 anos estão 14% mais propensos a nascer prematuramente, ter baixo peso e serem admitidas em terapia intensiva neonatal; o risco de problemas respiratórios sob essas mesmas condições é de 10% enquanto o de convulsão sobe para 18%. Além disso, para as mulheres, a probabilidade de diabetes gestacional é 28% maior quando o pai do bebê é mais velho. Em comentário que acompanhava a pesquisa, Hilary Brown, da Universidade de Toronto, no Canadá, explicou que esse resultado pode estar relacionado a manutenção de hábitos negativos capazes de interferir na saúde do bebê. “Estudos mostraram que a idade paterna avançada está associada a comportamentos negativos de saúde, como tabagismo, consumo frequente de álcool, obesidade, doenças crônicas, doenças mentais e subfertilidade”, escreveu. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, analisaram os registros de saúde vinculados a todos os nascidos vivos na Califórnia entre 2007 e 2016, totalizando mais de 40 milhões de bebês. Apesar de a descoberta ter apresentado dados modestos, Michael Eisenberg, principal autor da pesquisa, alerta que os casais não devem ignorar a idade paterna quando se trata de planejamento familiar. “Há riscos potenciais em esperar. Os homens não devem pensar que estão imunes”, disse ao The Guardian.