O artesanato tem sido uma grande ferramenta terapêutica utilizada para o tratamento dos internos assistidos pelo Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) Monsenhor Fagundes, no município de Brumado. Todas as semanas são produzidas peças diversas de bonecas, peso para escora de portas, arte em vidros, panos de prato, flores artificiais, acentos aproveitando pneus e vários outros itens, todos confeccionados com materiais recicláveis. As professoras de artes do Caps, Rofélia Castro e Vanusia Freitas relataram ao site Achei Sudoeste que a oficina tem cumprido o seu propósito principal, que é de ofertar o tratamento terapêutico aos assistidos. “Eles chegam logo cedo e aí se envolvem bastante com os trabalhos. No momento em que estão desenvolvendo as artes eles cantam, contam causos, riem. O ambiente fica tão descontraído que no final do dia eles já terminaram as peças que começaram a fazer na parte da manhã”, disseram as artesãs. Na avaliação das professoras, a descontração também tem ajudado na qualidade das peças desenvolvidas, com ótimo acabamento e boa aceitação do público em geral.
“Tão bem produzidas ficam as artes que comerciantes vêm buscar para expor em suas lojas e depois ainda devolvem o que venderam para o Caps. O valor arrecadado é novamente aplicado na oficina para a produção de novas peças. Outros nos pedem encomendas e ainda mantemos o nosso próprio bazar aqui no Caps para expor as peças”, detalhou Rofélia, sendo referendada pela colega Vanusia, que explicou como funciona a linha de produção. “Cada interno produz duas peças, uma ele leva pra vender e outra fica aqui no Caps. Assim, eles valorizam ainda mais o que fazem, se sentem úteis e produtivos, além de animados por terem seus trabalhos apreciados pelo público em geral”. Para as artesãs, o trabalho tem sua recompensa maior com os efeitos positivos no tratamento dos internos. “É muito valoroso e gratificante, sempre agradeço a Deus por ter me colocado aqui para acompanhar esse tratamento com os assistidos. Digo sempre que Deus nos deu um grande privilégio através da nossa arte, em poder ajudar essas pessoas a se sentirem melhores diante dos seus conflitos psíquicos”, pontuou Rofélia.