A contaminação pelo vírus da dengue durante a gestação aumenta em 50% o risco de o bebê nascer com distúrbios neurológicos. A informação faz parte de uma pesquisa desenvolvida por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Bahia, da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e da London School of Hygiene and Tropical Medicine. “É um alerta para as mulheres e para os médicos. Mostramos que a ligação com distúrbios neurológicos congênitos, que são gravíssimos, existe. Mas não sabemos ainda as dimensões do problema. Por enquanto, alcançamos só a ponta do iceberg”, afirmou ao jornal O Globo a principal autora do estudo, a epidemiologista Enny Paixão. Foram analisados 16.103.312 nascidos vivos, de 2006 a 2012m ou seja, antes da chegada do vírus Zika ao Brasil. Os cientistas relataram 13.634 casos de anomalias neurológicas congênitas, o que corresponde a 0,08% dos casos. Houve ainda quatro casos de anomalias no cérebro. Não foram relatados casos de microcefalia relacionados à dengue.