Mães que fazem parte de uma ONG em prol de crianças autistas protestaram na última quinta-feira (30), na porta da Escola Sheila Barreto, em Brumado. Com cartazes, elas denunciaram que a escola, para aonde foram encaminhados os estudantes, não oferece estrutura para atender as necessidades das crianças. Em entrevista ao site Brumado Notícias as mães relataram que o ruído das obras na escola perturba os filhos, que têm hipersensibilidade auditiva. Além disso, a escola não possui espaço lúdico recreativo, não conta com banheiros adequados para as necessidades dos alunos especiais e falta acompanhante nas salas de aula. “Dia desses, me ligaram para eu comparecer aqui na escola para trocar meu filho porque a unidade ainda não dispõe de profissional habilitado para lidar com a situação”, reclamou uma das mães. “Como a secretaria não se atentou a isso? São crianças especiais que precisam de atenção especializada. Se a unidade, que ainda está em obra, é inadequada para receber alunos comuns, como vai dar conta de crianças que precisam de atenção redobrada?”, questionou outra mãe.
Diante da situação, várias mães não aceitaram a mudança imposta da Secretaria Municipal de Educação e retiraram seus filhos da unidade de ensino. “Se o município não estava pronto para receber os nossos filhos, então nos desse um aviso antecipado que entenderíamos melhor e teríamos mais paciência para aguardar as melhorias prometidas. Da forma como foi feito, sem um debate prévio com os pais, foi uma falta de respeito conosco e com os nossos filhos que são carentes dessa associação com outras crianças”, pontuaram as manifestantes. Nossa reportagem ouviu a Secretária Municipal de Educação, Edinéia Ataíde, e a mesma declarou que realizou uma audiência com as mães na tarde da última quarta-feira (29) para tratar do assunto. Segundo ela, embora ainda haja resistência de muitos, vários pais aceitaram a proposta de reformulação da educação com remanejamento dos alunos. A secretaria afirmou que é cedo para reclamações, uma vez que a prefeitura está realizando as adequações na unidade de ensino. Ela deixou claro que os pais que estiverem insatisfeitos podem pedir a transferência dos seus filhos para unidades de ensino que acharem mais convenientes.