Maria Rosa da Rocha Teodoro, mãe do menino Aldo Emanuel, 10 anos, que faleceu no dia 10 de setembro no Hospital Roberto Santos, em Salvador, em função de uma grave doença no cérebro, escreveu uma carta de repúdio ao Hospital Regional de Guanambi e à saúde precária do país. Na nota, Maria Rosa relata os dias de desespero vividos ao lado do filho na unidade hospitalar. Segundo ela, em nenhum momento os médicos do local informaram o diagnóstico de Aldo e nem tampouco deram a assistência e atenção necessárias ao caso. Maria Rosa diz que o atendimento foi desumano, não assistencial e de total descaso. “Eles não souberam respeitar a minha dor”, disse, acrescentando que um dos médicos da unidade chegou a lhe dizer que os seus outros filhos também teriam o mesmo problema. “A todo o momento, nos sentimos abandonados pelo Hospital Regional de Guanambi. Nunca duvidei deles, queria somente um tratamento humanizado”, reforçou Maria Rosa. Foram 8 dias de internação “sem médico acompanhando com mais atenção, sem neurologista, que não voltou mais, sem remédio”.
Somente depois de o caso ter se tornado público na imprensa regional, o secretário estadual de Saúde, Jorge Solla, viabilizou a transferência do garoto em uma UTI aérea para um centro de medicina avançado, em Salvador. Porém, segundo Maria Rosa, ao chegar ao Roberto Santos, na capital baiana, o médico lhe informou que não havia reserva de vaga para o menino, que mesmo assim, foi internado. “Ou seja, o secretário de Saúde não reservou UTI para o meu filho. Será que eles acreditavam que o Aldo iria morrer durante a viagem?”, questionou a mãe. No final da nota, Maria Rosa diz que quem decidiu o final foi Deus, mas que ela não deixou de lutar em nenhum instante pela vida do seu filho. “Espero que essa carta chegue à presidente Dilma Rousseff (PT). [...] Ficamos sem nosso filho, mas esperamos que outros pais não fiquem sem seus filhos como nós. Pedimos as autoridades que façam valer pelo menos o direito à vida, já que as outras coisas são um pouco mais difíceis”, finalizou. (Veja a nota na íntegra).