A história do gênero, que passou de mais popular do país a coadjuvante, guia o documentário “Axé: Canto do povo de um lugar”, com estreia prevista para janeiro, após exibição na Mostra de São Paulo. O projeto surgiu em uma conversa entre o diretor Chico Kertész e Carlinhos Brown e foi feito em dois anos de pesquisa, entrevistas e produção. “É um resgate histórico, uma forma de valorizar o que é produzido na Bahia, mesmo que para alguns seja uma música menor”, disse Kertész. De acordo com o G1, um marco que deixou órfã uma legião de fãs e gerou até protesto em Salvador, a saída de Bell Marques do Chiclete com Banana, em 2014, leva o filme ao clímax. Em uma rara declaração sobre o assunto, o ex-vocalista conta que “fez propostas até o último momento” para ficar na banda. Seu irmão, o engenheiro de som Wilson Marques diz que a decisão foi motivada por uma disputa familiar. Outro ponto alto é o relato do primeiro show de Daniela Mercury em São Paulo, no Vão Livre do Masp, em 1992. Pouco conhecida, ela reuniu 20 mil pessoas. A popularidade de Daniela e de outras divas do gênero não conseguiu manter o axé no topo. Produtores, empresários, jornalistas e artistas concordam que a ganância atrapalhou. A maioria cita a falta de união entre músicos como causa da crise.