Doze dos 25 condenados pelo mensalão poderão ter suas penas revistas através de um novo julgamento do caso. Isso vai acontecer porque na tarde desta quarta-feira (18), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello votou favoravelmente aos embargos infringentes que os réus interpuseram. O magistrado justificou o seu voto: “Na linha do voto que proferi em 2 de agosto de 2012, ainda subexistem no âmbito do STF, nas ações penais originárias, os embargos infringentes. [O regimento interino] Não sofreu, no ponto, derrogação tácita e indireta da Lei 8.038”. Para o ministro, ninguém pode ser privado do direito de defesa, previsto na Constituição Federal, “ainda que [isso] se revele antagônico o sentimento da coletividade”. Mello pensa que nesse caso é preciso utilizar a compreensão racional e que o STF deve anular as paixões exacerbadas das multidões, “sem se contaminar pelo clamor popular”. Mas como era de se esperar, algumas pessoas já estavam se manifestando contra o voto do ministro e o novo julgamento do mensalão. “Pobre STF, quem te viu quem te vê”, era o que dizia uma faixa colocada no alambrado da Corte. Em outra frase constava que “votar a favor [dos embargos] é participar do complô”.