Insatisfeitos com o posicionamento da administração, os professores do município de Brumado deflagraram greve na noite desta terça-feira (30), durante assembleia da categoria com representantes da APLB/Sindicato. A diretora do núcleo da APLB, Vanuza Lobo, disse que foram esgotados todos os recursos de entendimento com a prefeitura nos três meses de negociação. Nesse período, o prefeito Aguiberto Lima Dias (PDT) chegou a conceder reajuste salarial de 7% para a categoria. Embora estivesse abaixo da porcentagem desejada pelos professores, a proposta foi aceita e aprovada pelo legislativo. Porém, semanas depois, o prefeito encaminhou veto ao reajuste alegando que o mesmo ultrapassaria o teto da folha estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Diante do impasse, foi realizada uma nova mesa de negociações e a administração alegou que daria reajuste zero aos profissionais da educação. O sindicato e os professores apresentaram o plano de carreira do magistério, mas o governo municipal protelou o encaminhamento do projeto, provocando a obstrução de três sessões legislativas. Na última sexta-feira (26), o prefeito e a secretária municipal de educação, Acácia Gondim, ainda impuseram limites ao plano de carreira. Sem acordo, os professores optaram por unanimidade pela greve.
O representante regional da APLB, César Nolasco, explicou a nossa reportagem que, apesar de ter sido declarada a greve, os professores continuarão em sala de aula durante esta semana. Segundo ele, a paralisação geral só começará na próxima segunda-feira (4). Também na segunda-feira haverá uma nova assembleia da categoria para apresentar aos professores a agenda de manifestações. O primeiro passo, no entanto, será convencer o parlamento a derrubar o veto do prefeito, garantindo a permanência do reajuste cedido inicialmente pela administração. A expectativa é de que o veto seja votado em sessão extraordinária, que deve ser realizada na noite desta quarta-feira (31). “Estamos em estado de greve até que o senhor prefeito encaminhe nosso plano de carreira para ser aprovado na câmara”, pontuou Nolasco. A deflagração da greve suspende o andamento do ano letivo e compromete de imediato a participação dos alunos das escolas municipais no desfile cívico do 7 de setembro.