Com o apoio da Cipe/Sudoeste, a polícia civil conseguiu mais uma vez abortar uma fuga em massa, que aconteceria na madrugada do último domingo (12), na delegacia da cidade de Brumado. Após conter os detentos, as polícias realizaram buscas nas celas e encontraram vários objetos que foram utilizados para arquitetar a fuga, dentre os quais 27 celulares com carregadores, macaco hidráulico, corda de lençol com cerca de 5 metros, e serras. No entanto, o que mais chamou a atenção dos policiais que participaram da operação e do delegado Fábio Lago foi a quantidade de armas artesanais produzidas pelos custodiados, utilizando material da própria cadeia. Ferros das telas de proteção da área do banho sol e um pedaço de ferro de uma das celas receberam pontas para servirem de objeto de perfuração. Os presos também transformaram dois braços de muletas em armas, e até um cadeado de uma das celas foi forjado em uma espécie de soqueira de dedo. Um frasco de perfume também recebeu a adaptação de um ferro pontiagudo e as serras utilizadas para romper os cadeados, além das grades da celas, foram adaptadas com cabos feitos com colheres.
Segurando uma das ferramentas produzidas pelos detentos, o delegado Fábio Lago expôs ao site Brumado Notícias que ficou insustentável a manutenção da cadeia local. A autoridade policial ressaltou que o prédio não oferta mais segurança nem para os policiais e funcionários que trabalham na delegacia, e tampouco para a comunidade local. Um investigador da polícia civil desabafou que o clima é de insatisfação e que há uma tensão entre os funcionários da delegacia, pois, após o aparecimento das armas, criou-se uma atmosfera de insegurança na delegacia de Brumado. “Estão temendo por suas vidas, pois, embora tenhamos conseguido conter essa fuga, está na cara que os presos não desistirão de suas intenções. Pior ainda, agora estão se armando dentro da cadeia, o que mostra que eles querem nos confrontar. Dessa forma, qualquer um de nós pode virar refém. Não dá mais para continuar sustentando essa cadeia, precisamos com o máximo de urgência desse presídio aqui em Brumado”, pontuou o investigador.