Após a declaração formal à imprensa, a presidente afastada Dilma Rousseff fez novo pronunciamento na área externa do Palácio do Planalto aos cerca de 3 mil manifestantes que estão no local. Em discurso semelhante ao oficial, mas de forma mais acalorada, Dilma voltou a se defender do que classifica como “injustiça” e citou desta vez o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspenso do mandato e do cargo de presidente da Câmara dos Deputados. “Quem deu início a esse processo o fez por vingança, o fez porque nós nos recursamos a dar ele, ao senhor Eduardo Cunha, os votos na Comissão de Ética para que ele fosse absolvido”, apontou, para acrescentar: “Eu não sou mulher para aceitar esse tipo de chantagem”. Dilma afirmou ainda que é “um dia muito triste” em sua vida e que o país vive uma “hora trágica”. Assim como no primeiro discurso, Dilma afirmou que seu governo “jamais reprimiu movimentos sociais” e “manifestações politicas, mesmo a que eram contra mim”. Em sua opinião, a gestão do seu vice, Michel Temer, incorre no risco da “tentação” de reprimir os posicionamentos contrários a sua administração. Dilma disse ter honrado os votos que recebeu das mulheres, e destacou o fato de ser “a primeira mulher eleita presidenta”, logo após o “primeiro operário”, em menção ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao seu lado durante o pronunciamento, Lula não falou nem à imprensa e aos manifestantes. Após cumprimentar os apoiadores, Dilma segue para o Palácio da Alvorada, onde continuará residindo durante o afastamento de até 180 dias até o julgamento definitivo do impeachment no Senado.