Há quatro anos que o mexicano Guilherme Fernandes deixou sua terra natal de bicicleta com o propósito de conhecer a América latina. Após dois anos viajando, o ciclista chegou ao Brasil na cidade de Boa Vista, capital de Roraima, onde, em uma casa de repouso para viajantes, conheceu a brasileira Diná Moraes, que aceitou o convite para seguir viagem com ele. O casal chegou na madrugada da última sexta-feira (29), no município de Brumado, e na manhã seguiram o percurso. Antes disso, porém, parou na Igreja do Bom Jesus para pedir proteção, ocasião em que falou com o site Brumado Notícias. Guilherme declarou que calcula já ter percorrido cerca de 30 mil km desde que saiu do México. A brasileira, apaixonada por viagens, disse que sempre teve o desejo de viajar pelo mundo, mas nunca imaginou que seria de bicicleta. O casal afirmou que tem vivido muitas aventuras em território brasileiro, a começar pela selva amazônica, onde teve de fugir de sucuris, onças e abelhas africanas, além de enfrentar fortes tempestades. 

Mesmo com o desafio, os ciclistas garantem que a viagem está sendo prazerosa e conhecer novos horizontes é a recompensa. Com tantas aventuras, a cada local por onde passa que o casal consegue levantar recursos para a viagem vendendo fotos por eles registradas nas cidades que visitam. Em cada bicicleta, um peso extra de aproximadamente 80 kg devido a vários utensílios domésticos, dentre os quais fogão, panelas, colchonete, redes, roupas e barraca de camping. “A ideia veio do sonho de viajar e conhecer melhor o nosso continente, os povos, seus costumes e culturas, bem como a nossa beleza geográfica. Até poderia fazer isso de carro, mas seria uma viagem muito rápida e não tão prazerosa. Nós não temos pressa, pois nosso lema é viajar e viver. Temos tido grandes desafios, mas boas e belas experiências. Nossas bicicletas são a nossa casa e com elas temos vivido as melhoras histórias de nossas vidas”, garante o casal, que seguiu viagem pela BR-030 com o intuito de repousar na cidade mineira de Montezuma. A estimativa é que eles levem mais quatro anos para concluir a viagem até o extremo sul da Argentina.